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sábado, 25 de julho de 2020

OS NOMES E OS APELIDOS

Encerro, temporariamente, os “papos de boteco”. Lembranças me vem à mente, sobre apelidos de uberabenses, famosos ou populares e que marcaram a santa terrinha. Faltou falar no fulano de tal... Em verdade, não esquecí, embora saibam, contei com o valioso auxilio dos amigos. Desde as figuras mais populares, aos que ocuparam cargos de projeção. Pausadamente e bem devagarinho para que se lembre e associe o apelido ao nome de batismo da pessoa: Zote, Pica-Fumo, Fuscão Preto, Zé Rita, Luizim do Doca, Carlim Babão, Toninho 10 por cento, Zé da Egua, Belzinho, Bolão, Piau, Cachorro doido, Parentinha, Butão, Sapinho, Panela, Perigoso, Cafuringa, Zé Catorze, Ticoco, Farofa, Chefão, Batatinha, Bodinho, Xuranha, Cebolinha, Bulico, Canadá, Caúdo, Coca-Cola, Piroca, Sapo, Pé de Ferro, Come-Quieto, Ticha, Rosquinha, Reco-Reco, Pinguinha, Mocorongo, Marruco, Tché-Tché, Perdido, Dentão, Miudinho, Teleleco, Ganso, Morto, Mão de Onça, Pé de Gancho, Pão Creoulo, Bilula, Tunim Buqueta, Cabeção, Bitruis, Bá, Badú, Buzina, Cabeça, Prego, Soninho, Toquinho, Rosquinha e uma infinidade de outros famosos e “queridos” apelidos, tão pródigos na terrinha...

Apelido é um negócio que se o cara der bronca, fica pior. O apelido “pega”mesmo...Todos os apelidos acima enunciados, são verdadeiros. Se um não conhece, outro, sabe quem é. Mas, um apelido marcou época em Uberaba. Figura querida na terrinha, falecido, “ honrou” a fama do apelido: Wanderlei Martinelli, brasileiro, maior de idade, ex-gordo, bancário, diretor de disciplina de colégio e apaixonado torcedor do Uberaba Sport Clube. Nos áureos tempos do nosso futebol, “Uberabão” apinhado de torcedores, era ele “colocar os pés” no estádio e a massa inteira, entoava e gritava o apelido:- “Maizena ! “, “Maizena!”. Ele, no primeiro degrau da arquibancada, entoava seu grito de guerra, alto e bom som:”Maizena é a puta que pariu !”.

A torcida delirava. Onde quer que estivesse; na rua, bar, no caixa do banco, passeando com a família, quando ouvia alguém gritar: “Ai, Maizena!”, vinha o indefectível “ vai a puta que pariu “. Nos velhos e saudosos tempos da falecida TV-Uberaba, ele foi entrevistado. Não resistí a tentação de lhe perguntar porque se incomodava tanto com o apelido. Calmamente, disse: - “Sabe, Gonzaga, Me chamar de Maizena, não me incomodo. O diabo é a sequência que dão à brincadeira. Agora, toda a minha família ganhou apelido, sabia?”

Fingí de morto e perguntei:-“Como assim, Maizena ?”. Franziu a testa e me respondeu:- “O meu filho, estão chamando de “Pó Royal” e a coitadinha da minha mãe, virou “Avéia Quaker”.É muita esculhambação, não ?” Fiz um tremendo esforço para não dar uma sonora gargalhada...

Luiz Gonzaga de Oliveira

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