domingo, 16 de janeiro de 2022

MARIA PONTICCELLI VASQUES - BAR DA VIÚVA

Em fins de semanas na rua Arthur Machado, por muitos e muitos anos era comum a formação de grandes filas, esperando abertura de vagas na porta do Bar da Viúva.

Saborear uma pizza ou picadinho de filé ao molho e outros petiscos, era o programa semanal de centenas de famílias uberabenses. O local era também ponto de encontro de todos os que visitavam a cidade.

As bebidas, sempre da Antártica, vinham pela Mogiana, diretamente de Ribeirão Preto.

Junto com o chope e as cervejas, uma especial, a Niger. Só não entravam no cardápio, os velhos e valiosos uísques escoceses enfileirados nas prateleiras.

No início da década de 1930, Maria com o seu marido Felipe Vasques, fundaram a “Confeitaria Vasques”. Na década de 1950, com o falecimento precoce de Felipe, aos 40 anos de idade, Maria meteu a mão na massa, literalmente.

Maria Ponticcelli Vasques - Foto: Prieto.

Começou a produzir pizzas e salgados a partir das 6 horas da manhã, se banhava no próprio local e à noite assumia a administração do bar com a ajuda dos filhos Felipe e Gilberto.

Uma rotina que durou quatro décadas, mesmo estando com problemas de saúde. Os amigos e frequentadores mudaram o nome da Confeitaria para Bar da Viúva.

Maria Ponticcelli Vasques, mais conhecida como dona Maria, faleceu em 1989. O Bar encerrou suas atividades em 1994.

Fechou as portas uma tradição de quase setenta anos.

Todavia, as lembranças do exemplo de uma mulher guerreira que deixou profundas marcas da sua tenacidade, vão viver para sempre.

Gilberto de Andrade Rezende – Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.