quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

NÃO ESTÁ FÁCIL!

Moura Miranda

É meus amigos a vida não está fácil.  Se não bastasse  a terrível COVID 19, que nos tirou o direito a uma vida normal e está nos levando a uma exaustão fisica e mental outros fatores não estão permitindo que a vida esteja fácil e tranquila pelo menos para mim. Sou jornalista esportivo há 50 anos, 47 somente na Rádio Sete Colinas de Uberaba. Nestes anos todos vivi bons e maus momentos no nosso futebol. Por uma questão de opção depois de proveitoso tempo na Rádio Guarani, de Belo Horizonte, resolvi me fixar em Uberaba e recusar ofertas de trabalho em outras cidades e veículos. Porém 

depois da virada do milênio o futebol uberabense tem enfrentado momentos de muitas dificuldades e decadência  tanto o Uberaba Sport Clube de grandes performances nos anos 70 e 80 quanto o Nacional Futebol Clube sempre respeitado participante das competições regionais. Nestes anos todos tive por parte dos torcedores, dirigentes, colegas de trabalho e principalmente dos meus patrões e anunciantes o maior respeito e admiração. Do que muito me orgulho. Isto não foi conquistado de graça. Foi graças a um trabalho sério, extremamente profissional e de sacrifícios pessoais, entre os quais centenas de viagens nas mais diferentes condições  acompanhando nossos clubes Brasil afora. Dediquei dois terços de minha vida ao esporte de Uberaba e a comunicação esportiva. Me preparei. Fiz faculdade de comunicação e inúmeros cursos de preparação e aperfeionamento. Não sou um jornalista por brincadeira ou diletantismo. Acredito que só sobrevivi na profissão até aqui por ser sério, honesto e de opiniões bem fundamentadas naquilo que acredito e aprendi em meio século de luta. Nos últimos anos, principalmente de 2012 para cá, quando o Uberaba Sport Club deixou a elite do futebol mineiro rebaixado para a segunda divisão e desta em duas oportunidades para a terceira onde se encontra, venho acompanhado as suas dificuldades. Na medida do possível dentro da ética e honestidade que minha profissão exige, tenho procurado dar minha colaboração e ajuda. Sou responsável há 40 anos pelo Departamento de Esportes da Rádio Sete Colinas, única emissora de rádio da cidade que jamais deixou de divulgar nossos clubes e nosso esporte. Além de narrar  jogos, vender e receber publicidades, pagar os funcionários, e demais despesas sempre procurei manter o meu nome limpo e respeitado. Não devo absolutamente nada e nunca dei prejuízo à ninguém e o que consegui foi fruto da minha luta, do meu trabalho. Sou extremamente grato aos amigos e colaboradores que sempre me ajudaram. 

No entanto tenho enfrentado, já há alguns anos, por parte de alguns poucos é verdade, acusações de ser um dos responsáveis pelos fracassos do Glorioso USC. Mais como? Tenho indagado. Não sou jogador, não sou dirigente que contrata jogadores e comissões técnicas, não apito jogos onde  então está minha culpa? Os fanáticos desafetos sempre justificam suas  acusações com os mesmos argumentos: você não ajuda, é sempre contra e só sabe meter o pau. Meu Deus, será que tenho estes poderes todos de transformar craques em pernas de pau e de boas contratações em fracassos? Será que minhas críticas são responsáveis por oito consecutivos anos de fracassos? Sempre admirei e elogiei  aqueles que nos últimos anos vem tentando reerguer este que é um dos maiores clubes do interior do Brasil mesmo que não tenham alcançado seus objetivos. Isto não tem bastado.

Nos últimos tempos, com o surgimento das redes sociais, tornou-se muito fácil ser "cronista esportivo". Não precisa ter nenhuma formação, responsabilidade e sequer um veículo de comunicação para tentar exercer influência e disparar suas flechas para fazer média e angariar simpatia. Basta ter coragem e acesso a uma rede social, ou ao espaço de algum amigo, para falar o que vem à cabeça com fundamento ou não.  Faço este desabafo, pelo qual peço desculpas aos meus amigos, talvez levado um pouco pelos momentos conturbados que estamos vivendo, mas acho que estou chegando ao meu limite. Há um ano prometi aos meus colegas de trabalho, que este ano iria me afastar um pouco e omitir ao invés de emitir opiniões para não ser acusado de prejudicar o Uberaba na terceira divisão.  Mais bastou o time, que teve boas condições de preparação, em três jogos só ter vencido um e assinalado apenas dois gols o que levou me a comentar que esperava um melhor rendimento dos atletas para que as armas da insatisfação de alguns poucos inconformados  se voltassem contra mim. Até alguns que considerava amigos perderam parte de seus tempos para me acusar, em rodas e redes sociais, de estar atrapalhando o time. Gostaria de ser tão poderoso mais não sou. Se tivesse algum poder superior ajudaria o USC a jogar melhor e chegar o mais rapidamente aos patamares que ele já esteve um dia e fui testemunha. Como sou apenas um jornalista que não faz média e nem vende ilusões vou continuar como sempre fui, honesto e imparcial, procurando apenas alertar, baseado na experiência acumulada com o tempo e segundo a minha consciência, mesmo que isto me custe perder algumas pessoas que julgava serem minhas amigas.