domingo, 28 de julho de 2019

E A VIDA (NOTURNA ) CONTINUA.

Oi, turma!


(Quando a consciência é limpa, até o travesseiro é macio...)


A boêmía de Uberaba não se cingia apenas na rua São Miguel. O lado dito sadio e moralista, era patente. A vida noturna da santa terrinha, sempre correu célere nos barzinhos da moda, no churrasquinho da esquina, na vendinha do bairro, do cachorro quente da praça e, ao mesmo tempo da euforia da zona de meretrício, despontavam também as “boates” familiares. Se a memória não me trair, nos áureos tempos da hoje “ morta” rua Artur Machado, mormente no trecho do “calçadão”, o primeiro empresário a acreditar em modernismo, foi Fausto Salomão.

Ao inaugurar a primeira cafeteria , à máquina, café cremoso, o “Hawaí Café”, ele inovou. Antes era o café de “coador”, gostoso por sinal. Os bares badalados eram o “Mosquito”, “Uberaba”, “Indubrasil”, “Eldorado” e mais à frente, o saudoso “Café Caipira”. Fausto Salomão, foi além . Na parte superior do café, montou o “Hawai danças”, primeira pista para a jovem guarda esbaldar-se. A “boate” tornou-se o ponto de encontro da juventude da terrinha.

Tempos depois, louve-se o espírito empreendedor de José Ernesto de Oliveira, que, com a cara e coragem, construiu nos fundos da Artur Machado, frente para a avenida Fidélis Reis, hoje, prédio da Embratel, uma “boate”nos padrões de Rio e S.Paulo, a “Yucatan”. Por ela passaram Ary Barroso, Elizete Cardoso. Bienvenido Granda, Ângela Maria, Dalva de Oliveira, os mais famosos artistas e cantores da época (50/60).Música ao vivo, pista moderna, salão altamente “chic”, som de primeira. A “Yucatan”, deu-se ao luxo de na parte externa, ter um lago artificial e peixes coloridos. Foi noticia nos cadernos de turismo do Brasil inteiro.

Na travessa Quintiliano Jardim, a moçada também divertia. Ronaldo Pinto Cruz, instalou na parte superior de um daqueles predinhos, a “boate Tan-Tan”, coqueluche da moçada. Os bares “Kanequinho” e “Bull-Dog”, davam a tônica do famoso ponto de encontro da juventude. Na Artur Machado, a “Barrica Vermelha”, vivia lotada da mocidade. Dorival, o proprietário, coitado, eleito prefeito de Mauá(SP), morreu assassinado. No final da Artur Machado, onde funcionara a “boate Luna”, da tia Lêda, os jovens lotavam as novas dependências e o sucesso do “Top-Drinks”, marcou época..

Na atual praça “Markito”, confluência da Fidélis Reis com Odilon Fernandes, quem não se lembra do “Coimbra”? As noites dos finais de semana, eram povoadas por uma turma jovem de moças e rapazes. E as opções não paravam aí. Tinha o “mingau” do Jockey Club, as matinês do Tênis e a alegria da Associação Esportiva e Cultural. Isso, sem contar com os saraus dos Centros Acadêmicos (Medicina, Odontologia, Engenharia e Direito) sempre lotados em esfuziante alegria.

Já os casais com namoro adiantado, preferiam a “ boate Barroco” (esquina da Fidélis Reis com João Caetano), do saudoso e grande artista plástico, Ovídio Fernandes, cuja decoração era os quadros por ele pintados. A “Barroco” foi o grande ponto cultural da cidade. Daqueles tempos aos dias de hoje, quase tudo mudou. Hábitos, costumes, bebidas, namoro, roupas, gosto musical, nada lembra décadas passadas. Ficou apenas a saudade dos moços(as) de ontem.

Os jovens escolheram outro tipo de divertimento. O romantismo cedeu lugar à modernidade. Só uma coisa permanece: o gosto pela vida noturna. Bares, “boates”, novos locais, fazem a alegria da juventude atual. Quem duvidar que atire a primeira pedra! Marquez do Cassú”.






Cidade de Uberaba