terça-feira, 17 de janeiro de 2017

RECORDEMOS OS FOTÓGRAFOS DE UBERABA – A IMPORTÂNCIA DA FOTOGRAFIA COMO MEMÓRIA

          Recordemos os fotógrafos de Uberaba nos últimos 50 anos. Se me lembro deles? Claro!Um dos “cabeças coroadas” das fotos-cinematográficas e lídimo representante da colônia alemã da cidade e muito enobreceu o nome de Uberaba, sem errar, João Schodren Jr., o “Joãozinho Alemão” como era conhecido. A colônia espanhola terá que ser eternamente lembrada com a figura maiúscula de Ângelo Prieto. O saudoso, equilibrado e sempre ponderado “Lavoura e Comércio”, contou, diáriamente, em suas páginas com a marca Prieto. Não fosse ele, presente desde os campos de futebol amador, festas e acontecimentos importantes de Uberaba, talvez não tivéssemos o repositório registrado nos anais históricos da cidade. Prieto, ao seu tempo, agiu mais que um repórter: foi figura obrigatória onde o fato acontecia. Ângelo Prieto, era também um enxadrista de primeira, fundador e presidente , até quando pôde, do Clube de Xadrez de Uberaba, hoje nas calendas… Para felicidade nossa, quando o “velho” deixou essa terra, a tradição fotográfica de Uberaba, não sofreu solução de continuidade. Nos últimos 60 anos, graças a Deus,vivo e são, residindo em S.Paulo com os filhos, sempre alegre, bonachão e cabelos desgrenhados caindo sobre a testa, Ricardo Prieto, encarna com fidelidade absoluta, a figura do pai. Quando em atividade, qualquer festa, ganhava mais qualidade, mais presença, robustez, quando estava a “clicar” a tudo e a todos, o nosso “jovem” Prieto… Carnaval, desfile de moda, acidente, aniversário, casamento, noivado, batizado, faziam parte do seu trabalho.

Outros nomes marcaram passagem pela fotografia das coisas, fatos e atos da nossa Uberaba.José Sacco,Leite, Paulo Nogueira, no falecido “Correio Católico”; Luiz Roberto, o “Quiabo” e Peixotinho, no extinto “Lavoura”. Um pouco mais atrás no túnel do tempo, na rua Artur Machado, o “atellier” do Zuza Fotografo; na mesma rua, mais à frente, os estúdios fotográficos do Kasuo Oshio, Akira Komatsuda e Adolfo Nomelini. Na Tristão de Castro, o Amado,virou cirurgião-dentista. Na praça do terminal rodoviário, o moreno Abádio ( ele fica bravo se alguém chamá-lo de Abadío…) que, nas horas vagas, vende carnês, loteria e “outros” jogos mais… Na Vigário Silva, quase esquina da Segismundo Mendes, Lindomar Rogério.Seu irmão, Itamar, excelente profissional, morreu novo, em acidente de carro. Alí no trecho, Sebastião Santos, mostra o seu talento. Na foto-reportagem, inesquecível é a lembrança de Cicero Ricardo, vindo de BH, para “O Triângulo”, que lembrarei em pouco tempo, ao lado de Reinaldo Chaves, o “Nau” e Saul Mendes, que marcaram época na profissão. Devo ter esquecido outros. Perdoem-me. Contudo, a lembrança dos fotógrafos da santa terrinha não está completa se eu não citar os “lambe-lambe” da praça Rui Barbosa e o mais conhecido de todos, o alegre “Biquinho”.

A arte de fotografar está super-ultramoderna. Mas, não podemos esquecer da “velha guarda” dos retratista de Uberaba. Aqueles que registraram o casamento dos nossos pais e as nossas primeiras fotos “ peladinhos da silva” e com dedicatória para os nossos avós…


Luiz Gonzaga de Oliveira