sexta-feira, 21 de abril de 2017

CAVALO TARADO...

Primeiro: Cristo crucificado
Segundo: Tiradentes enforcado
Terceiro: Brasileiro honesto, endividado...

A história é antiga. Bota antiga nisso...Rico fazendeiro (na terrinha tem muito...), além do gado de elite que criava, tinha verdadeira adoração por eqüinos. Cavalos de raça era sua verdadeira paixão.”Tropeiro”,”Pantaneiro”,”Mangalarga”,Mangalarga marchador”, enfim, onde tivesse um exemplar que o agradasse,” mandava ver”.Custasse o preço que fosse,o animal era seu.

Pastos bem cuidados,divisas com “cerca paraguaia”, postes branquinhos, alinhados simetricamente, dava gosto passear pelos campos verdejantes da bonita”Estância São Pedro”. Ao correr do tempo,o capataz começou a observar um animal trotão que viera como “carga morta” de um lote recentemente adquirido.Cavalo “inteiro”,( o que não é castrado) e apto à reprodução, o garanhão não era muito dado à “cobrir”as fêmeas da fazenda. Esquisito, né ?

O dono alertado pelo empregado,passou a observar o “crioulo”.Volta e meia,estava aos coices e barrancos com outro macho...-“Isso não é normal”,pensou. Vários dias e o fato se repetiu.
Fim de tarde de uma sexta-feira,notou a falta dos dois “garanhões” no pasto que terminava no corguinho “Piranha”. Desceu da montaria e para a sua grande surpresa e espanto, os cavalos estavam mortos à beira do riacho. O “garanhão tarado”, “coberto” num potro de sua estimação,pelo qual nutria especial cuidado. Aborrecido ao ver uma cena tão inimaginável e incomum, relatou o ocorrido ao Leopoldino, capataz da fazenda.Vendo um leve e maroto sorriso do empregado, quis saber o por que da reação tão normal do empregado. Léo, Foi curto e grosso:- “Patrão, cavalo quando acha bonito o trazeiro do outro, acontece isso...”

-“Isso o quê, Léo!”, indagou. –“Me conta”, insistiu.
-“Dotô, é o seguinte:cavalo tarado não tem noção(?) e bunda bonita, fica louco para “entrar”.Quando tá na “metade”,arrepende e quer tirar. O “outro” que não estava esperando “por isso”, leva um susto tremendo e...”tranca”. Então, vem o dilema: o que “colocou”,espera que o “outro”afrouxe para ele sair. O “outro sofredor”, pensa diferente. Se eu afrouxar ele “entala tudo”. Daí, patrão, os dois morre(...), entendeu?”

P.S.- A historinha acima, é mera fantasia. Não tem nada a ver com a planta de amônia da Petrobras e o gasoduto de Betim, tão ansiosamente esperados pelos uberabenses...


Luiz Gonzaga de Oliveira