terça-feira, 3 de março de 2020

ARTE E CULTURA EM UBERABA

Guido Bilharinho

Há muito se fazia necessária, para quem se interessa pelas artes e pela cultura uberabense, a reunião, num só livro, de alguns dos principais 

ensaios e artigos referentes às manifestações artísticas e culturais ocorridas na cidade.

Espalhados, aqui e ali, como estavam, era às vezes impossível ou, quando menos, difícil e penoso encontrá-los e acessá-los, já que, além disso, muitos deles foram publicados em livros já esgotados, revistas desaparecidas e extensas coleções de jornais, inacessíveis muitas delas.

Todavia, em Arte e Cultura em Uberaba não se colecionam todos e nem ao menos a maioria dos principais trabalhos editados sobre os temas nela contemplados.

Arrolam-se apenas os que, até o momento, foram possíveis de serem encontrados, acrescidos de alguns artigos inéditos destinados a cobrir áreas ou épocas sobre as quais ainda nada se havia escrito.

No referido livro, por eletrônico, outros ensaios e artigos, à medida que descobertos ou escritos, poderão lhe ser agregados e, se tantos, desdobrando-o em dois ou mais volumes.

Além do mais, mesmo a respeito de vários dos assuntos comentados, não se teve ainda possibilidade de se efetuar levantamento exaustivo, dada principalmente a dificuldade de consecução (ou de tempo para fazê-lo) das coleções dos mais importantes jornais aqui editados, que sempre deram a devida cobertura noticiosa aos eventos culturais realizados na urbes.

Desse modo, têm-se examinadas em Arte e Cultura em Uberaba dez áreas diversificadas de expressões artísticas e culturais locais, abrangendo, dentro do possível e pela ordem cronológica de seu surgimento, os primeiros escritores e associações literárias, instituições culturais, música, literatura, arquitetura, artes plásticas, dança, imprensa, periódicos culturais e cinema. 

Nesse livro nada se inclui sobre teatro e nem dele consta a bibliografia sobre a cidade porque ambos esses temas estão abordados nas obras O Teatro em Uberaba e Bibliografia Sobre Uberaba, publicadas eletronicamente no blog https://bibliografiasobreuberaba.blogspot.com/. 

Pretende-se e crê-se que, com essa obra, facilite-se, promova-se, incentive-se e aguce-se o interesse pelo conhecimento das artes e da cultura de Uberaba, tanto quanto o faça para a continuidade de sua criação artística e cultural, bem como para a elaboração de futuros ensaios a respeito. 

Mesmo porque, se não se estudar, pesquisar e conhecer o que se fez no passado, não se estará valorizando o que se está fazendo no presente, nosso futuro passado. 

De todo modo, com os livros físicos já editados sobre Uberaba e os que vêm sendo publicados no blog acima mencionado, Uberaba é hoje, no país, uma das cidades mais estudadas e de estudos mais divulgados, mercê de sua produção artístico-científica e poderosa tradição cultural. 

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Guido Bilharinho é advogado em Uberaba e autor de livros de literatura, cinema, estudos brasileiros, História do Brasil e regional editados em papel e, desde setembro/2017, um livro por mês no blog https://guidobilharinho.blogspot.com.br/


Cidade de Uberaba

MEMORIALISTAS DE UBERABA

Guido Bilharinho

À semelhança de todos os outros gêneros literários, históricos, genealógicos, biográficos e outros, a prática em Uberaba do memorialismo (no sentido próprio e correto do termo) ou autobiografia só pouco a pouco foi se desenvolvendo e, como não poderia deixar de ser, à medida do crescimento e desenvolvimento da cidade.

As Mais Antigas Memórias 

A mais longeva obra do gênero de que se tem notícia consiste nas NOTAS BIOGRÁFICAS que Antônio Borges Sampaio (1827-1908) elaborou em 1896 para atendimento de exigência do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil para sua admissão como membro e que se encontram publicadas em seu livro “Uberaba: História Fatos e Homens”, editado pela Academia de Letras do Triângulo Mineiro (ALTM) em 1971, p.217 a 230.

Conquanto somente editada em Goiânia/GO, em 2007, pela Universidade Católica de Goiás, as memórias do primeiro bispo de Uberaba, d.Eduardo Duarte Silva (1852-1924), intituladas PASSAGENS, estendem-se até o final de setembro de 1924, abrangendo 273 (duzentas e setenta e três) páginas.

Posterior a ela, Hildebrando Pontes (1879-1940) escreveu o que denominou MEUS CINQUENTA ANOS, completados em 1929, em que traça minuciosamente sua trajetória de vida até a referida idade, encontrando-se publicada no livro “Vida, Casos e Perfis”, p. 17 a 37, editado em 1992 pelo Arquivo Público de Uberaba, muito justamente denominado Hildebrando de Araújo Pontes.

Publicadas em dois volumes, o primeiro na década de 1990 e o segundo em 2002, as REMINISCÊNCIAS de Calixto Cecílio (Kalil Ibrhaim Cecin), traduzidas e editadas por seu neto, médico Hamid Alexandre Cecin, foram escritas, conforme registrado pelo Autor ao final de cada volume, o primeiro em 1942 e, o segundo, em 1951, contendo o primeiro 141 (cento e quarenta e uma) páginas e, o segundo, 171 (cento e setenta e uma), em que reporta sua vida desde a aldeia de Cheik-Taba, às margens do Mediterrâneo.

Em 2006, Lincoln Borges de Carvalho (1928-2013) publicou, em edição restrita, seu ROTEIRO CINZA de 270 (duzentas e setenta) páginas, diário-memória atinente aos anos de 1946 a 1949 de densa experiência vivencial, restado inédito por mais de meio século.

As Elaboradas Após 1950

Alaor Prata (1882-1964), que foi prefeito do Rio de Janeiro de 1922 a 1926, no decorrer de todo o Governo de Artur Bernardes, publicou em 1958 suas RECORDAÇÕES DA VIDA PÚBLICA.

Em 1965, o médico Benjamin Pável lançou pela editora Pongetti, do Rio de Janeiro, com bela e inventiva capa do artista uberabense Marco Antônio Escobar, suas memórias romanceadas, intituladas BESTA DE SELA, de 323 (trezentas e vinte e três) páginas.

Na década seguinte, precisamente em 1977, já editada em Uberaba e impressa na gráfica Vitória, o professor holandês Leonardus Paulus Smeele lançou CANOA VIAJADA, em que relata, em 252 (duzentas e cinquenta e duas) páginas, sua infância e vida na Holanda e no Brasil até agosto de 1945, inclusive do período de abril de 1942 a outubro de 1943, em que participou da Segunda Guerra.

Ataíde Martins, lançou em 1979 o livro MEU FILHO, MEU FILHO, falecido na época, e, em 1984, publicou o livro de memórias EVOCAÇÕES DE UM COMETA APOSENTADO, realçando o termo utilizado para designar os viajantes comerciais.

Em 1988, José Humberto Fernandes Rodrigues (ZéBeto) publicou no Rio de janeiro, onde então residia, a autobiografia NEM FICOU A PÁTRIA LIVRE NEM MORRI PELO BRASIL, com 127 (cento e vinte e sete) páginas, em que narra sua experiência nas lutas estudantis travadas no Rio sob o regime militar.

Em 1995, Jorge Alberto Nabut editou o livro MEMÓRIAS DE MARIANA ABDANUR NABUT, no qual sua mãe relata em 64 (sessenta e quatro) páginas sua vida, experiência e atividades profissionais como exímia bordadeira.

Sob redação de João Henrique Schiller, a cantora e compositora Vanusa publicou, em 1999, o livro de memórias VANUSA - NINGUÉM É MULHER IMPUNEMENTE, de 192 (cento e noventa e duas) páginas, no qual relata sua vida, estudos, infância e adolescência em Uberaba, onde, inclusive, atuou como atriz em peças teatrais encenadas pelo TEU.

As Dos Anos 2000

Além de possíveis outros, inúmeros livros de memórias foram publicados a partir de 2000, num ritmo, intensidade e diversidade inexistentes anteriormente.

Já em 2001 foram editadas as memórias do promotor de justiça Ariovaldo Alves de Figueiredo, A VIDA DE UM MENINO DA ROÇA, com 112 (cento e doze) páginas, relatando suas origens e vivências desde o Desemboque, atual distrito de Sacramento e primeiro núcleo urbano da região do Triângulo.

Nesse mesmo ano de 2001, em Porto Alegre/RS, onde passou a residir, o uberabense Alduísio Moreira de Sousa, psicanalista, lançou o primeiro volume de suas MEMÓRIAS QUASE ESQUECIDAS, com 315 (trezentas e quinze) páginas.

Por sua vez, em 2004 o jornalista Reinaldo Domingos Ferreira publicou o primeiro volume de suas memórias, AS RAPARIGAS DA RUA DE BAIXO, no qual, em 173 (cento e setenta e três) páginas, narra sua infância em Campo Florido. Em 2008 editou o segundo volume, no qual, em 279 (duzentas e setenta e nove) páginas, expõe suas lembranças da mocidade passada em Uberaba, onde se destacou nos meados da década de 1950 como diretor e dirigente do grupo teatral Núcleo Artístico e Cultural da Juventude.

Editado em 2008 em São Paulo, por José Expedito Prata, o livro MEMÓRIAS DA MEMÓRIA, de autoria do padre Tomás de Aquino Prata, no qual, por 320 (trezentas e vinte) páginas e inúmeras ilustrações, padre Prata relata ocorrências locais, familiares e pessoais, complementando a obra com poemas escritos por seu pai, Alberto Prata.

Nesse mesmo ano, em Uberaba, impresso na gráfica Vitória, o coronel e advogado Carlo de Abreu Lopes publicou ATOS E FATOS DE MINHA VIDA, por cujas 236 (duzentas e trinta e seis) páginas discorre sobre sua vida de militar e delegado de polícia em várias cidades e comarcas mineiras.

A vivência e a experiência de dois mandatos de vereador e seis mandatos de deputado estadual de Eurípedes Craide foram sintetizadas por ele nas 174 (cento e setenta e quatro) páginas do livro A HISTÓRIA DE EURÍPEDES CRAIDE, editado em 2011.

Em 2016, José Expedido Prata, irmão do padre Prata, editou em São Paulo seu livro de memórias 1971 - 45 ANOS DEPOIS, em que narra inúmeros episódios de sua vida no referido ano.

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Guido Bilharinho é advogado em Uberaba e autor de livros de literatura, cinema, estudos brasileiros, História do Brasil e regional editados em papel e, desde setembro/2017, um livro por mês no blog https://guidobilharinho.blogspot.com.br/


Cidade de Uberaba

À beira do abismo (*)

No final dos anos cinquenta, lembro-me de ouvir através da Rádio Sociedade do Triângulo Mineiro PRE 5-ZWV 37, o programa “Por detrás das grades”. Era também comum ver os adolescentes jornaleiros em desabalada carreira saírem por um corredor lateral do vespertino Lavoura e Comércio, bradando : “Ó o Laaavouuuuura! Deu o crime!”. Nomes eram citados e a seguir não citarei nenhum para evitar problemas.

Na Rodoviária Velha, tínhamos os Agentes de Polícia, ou “Bate Paus” que, investidos de autoridade prendiam para averiguação. A um deles foi atribuído o fato em que ao pedir os documentos a certo suspeito, foi-lhe apresentada uma receita médica. “Está tudo certo. Só falta você colocar a sua fotografia” disse a autoridade. Um certo investigador ostentava em sua Vespa a legenda: “Polícia Secreta”. A Revista O Cruzeiro publicou a foto do veículo. Um soldado destacado no Bairro Santa Maria cortou seu cacetete cumprindo ordens superiores para “cortar a borracha”. Tínhamos os comissários de menores voluntários (não vai longe o tempo) que, exercendo suas atividades particulares recebiam do Poder Judiciário a credencial para agir em cima da infância e juventude. Um deles, que também foi vereador e dono de pensão, se fazia respeitar pelo seu jeito irrepreensível.

Sensatos e comedidos à parte, muitas autoridades de antão e recentes seriam penalizadas, sujeitas a cumprir de meses até quatro anos de detenção, além de indenizar o ofendido. Por quê? É que, por exemplo: expor o preso ou parte do seu corpo, entrevistá-lo, interrogá-lo durante o período de repouso noturno, perambular com ele dentro de camburão, misturar detidos de sexos diferentes, “constranger”, etc., etc., etc., vai dar cana para quem o fizer. Agora sim; o bandido receberá o trato de excelência e o membro de tribunal, o juiz, o promotor de justiça, o policial, o agente penitenciário e outros ficarão expostos até à perda do cargo e função. Está instalada a ditadura em plena democracia. Alguém duvida?

Na minha embaçada visão jurídica, considero que houve avanços (a lei menciona as redes socias no Art.38), mas é inegável que os agentes do Estado irão recuar. Vamos pagar a conta com valores astronômicos. O juiz não pede, ele manda. Tanto que a sua ordem é expressa em “MANDADO” que poderá virar “PEDIDO”. Guardemos a “Lei do Abuso de Autoridade” para não nos esquecermos desde quando o

Brasil parou à beira do abismo com a lei 13.869, vigorando desde 05/01/2020.


(*) - João Eurípedes Sabino

Presidente da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.
Membro da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerias.
Presidente do Fórum dos Articulistas de Uberaba e Região


Cidade de Uberaba


Dr. Francisco Mauro Guerra Terra

Dr. Francisco Mauro Guerra Terra

A medicina perde um de seus baluartes. A cidade perde um de seus filhos e o Uberaba Sport Club perde um de seus ilustres abnegados.

O Dr. Francisco Mauro Guerra Terra faleceu nesta segunda-feira (02), aos 91 anos e em plena atividade profissional.

Dr. Guerra foi Membro Fundador da Academia Brasileira de Neurocirurgia e serviu de exemplo e inspiração para todos os que o rodeavam.

Antigo colaborador das hostes alvirrubras em sua especialidade, a medicina, Dr. Guerra não se acovardou quando, por algum motivo, precisou assumir o comando técnico da equipe, fato que ocorreu por 4 jogos, em 1960, mantendo-se invicto em suas participações, aplicando inclusive, uma sonora goleada sobre o Sete de Setembro, pelo placar de 5x1, em jogo válido pelo Campeonato Mineiro daquele ano.

Em memória deste conceituado Mestre e distinto Colorado, o Uberaba Sport Club presta solene homenagem, no anseio de que os seus encontrem o consolo oportuno.
Muito obrigado, Doutor Guerra! (Uberaba Sport Club)


Cidade de Uberaba




Prof. Dr. Francisco Mauro Guerra Terra.

Sentimentos profundos! Noticiamos com imenso pesar o falecimento do Prof. Dr. Francisco Mauro Guerra Terra.

É com imenso pesar que nesse dia 02/03/2020, noticiamos o falecimento do Membro Fundador da Unimed Uberaba; Membro Fundador da Academia Brasileira de Neurologia; Membro Fundador e Patrono da Cadeira XIII da Academia Brasileira de Neurocirurgia, Prof. Dr. Francisco Mauro Guerra Terra, na cidade de Uberaba-MG, onde serviu de exemplo e inspiração para diversos colegas que escolheram a seara da Neurologia e da Neurocirurgia. Com seus 91 anos de idade, dedicou-se à neurologia e à neurocirurgia por mais de 60 anos, sendo um baluarte da medicina no Brasil Central e formador de centenas de médicos na Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. Que Deus o receba em paz e serenidade; e que conforte aos familiares. (Lamar Lamounier)


Cidade de Uberaba

Dr. Francisco Mauro Guerra Terra

Apesar do nome era um homem que transpirava a paz. Conheci Dr. Francisco Mauro Guerra Terra há mais de 50 anos quando meu saudoso pai iniciou uma amizade com ele movida por um tratamento médico que varou os tempos. Ambos tinham uma paixão em comum que eu também tenho:o cavalo mangalarga marchador. 


Dr. Francisco Mauro Guerra Terra

O pai, o mestre, o super neuro cirurgião, o cidadão caridoso, o homem de bem, o amigo, a simplicidade em pessoa e outras virtudes, faziam de Doutor Guerra o ser humano extremamente respeitado mundo afora. Daí ser acatado por onde passava. 

Estive ao lado dele no dia 30/05 do ano passado quando foi inaugurado o centro de assistência psicológica que recebeu o seu nome em Uberaba. Senti-me extremamente honrado ao ver o exemplo do homem de extrema grandeza e elevada humildade. Recebeu a homenagem confessando não merecê-la...

Essa é uma fagulha do que sei sobre o grande Doutor Guerra. 

A medicina perde um de seus baluartes e a humanidade segue seu curso à procura de seres semelhantes a Doutor Guerra.

Uberaba está de luto. 

João Eurípedes Sabino - Uberaba/MG


Cidade de Uberaba


terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

A Uberaba de Doca Ferreira em 40 fotos

Nascido em 1887, Orlando "DOCA" Ferreira, era filho do comerciante Bento José Ferreira. Seminarista na juventude, tornou-se jornalista, escritor e um opositor ferrenho da Igreja Católica. Criticava acidamente os políticos locais, boa parte das famílias tradicionais da cidade e a Empresa Força e Luz local – identificados por ele como responsáveis pelo precário desenvolvimento do município.

Capa do livro "Terra Madrastra: um povo infeliz", publicado pelo próprio autor e lançado em 1928.



Folha de Rosto e Dedicatória de "Terra Madrasta", 1928

Rua São Sebastião, provavelmente no trecho entre a rua Irmão Afonso e Praça Dom Eduardo Uberaba, MG – circa 1925

Rua do Comércio, atual Artur Machado. Ao fundo, a Catedral. Uberaba, MG – circa 1925


Rua do Comércio, atual Rua Artur Machado. Uberaba, MG – circa 1925


Praça Comendador Quintino; ao fundo o prédio do antigo Grupo Brasil e, no canto direito, as torres da Igreja de São Domingos. Uberaba, MG – circa 1925


Rua Vigário Silva, trecho não identificado. Uberaba, MG – circa 1925


Rua São Miguel, atual Dr. Paulo Pontes, antiga zona de prostituição da cidade. Ao fundo o Largo da Misericórdia, atual Praça Manoel Terra. Uberaba, MG – circa 1925




Local aproximado, em foto de 2013 do Google Street View





Rua da Constituição, trecho não identificado, Uberaba, MG – circa 1925


Rua do Cotovelo, atual Padre Jerônimo. Ao fundo o Mercado Municipal (esq.) e a antiga Penitenciária (dir.). atual Faculdade de Medicina. Uberaba, MG – circa 1925



Local aproximado, em foto de 2017 do Google Street View.

Praça Cel Aristides Borges, atual Praça Santa Terezinha. Na casa do meio da foto funciona hoje a Padaria Beliske. Uberaba, MG – circa 1925



A casa como está hoje, em foto de 2017 do Google Street View.

Rua Dr. José Felício dos Santos, no alto das Mercês, na época periferia da cidade. Uberaba, MG – circa 1925



Local aproximado, em foto de 2011 no Google Street View.

Rua 15 de Junho (atuais Jaime Bilharinho e Hidelbrando Pontes), no alto das Mercês, na época periferia da cidade. Uberaba, MG – circa 1925


Não consegui descobrir qual seria essa rua na época denominada "Paschoal Totti" Uberaba, MG – circa 1925


Essa antiga Rua Godofredo Rodrigues da Cunha é a atual Rua Cel. Carlos Rodrigues da Cunha (há outra rua no alto do São Benedito que ganhou o nome de Godofredo, provavelmente nos anos 1930).
Esse trecho de subida acentuada pode ser logo acima do cruzamento com a Rua Santo Antônio ou do outro lado da Av. Guilherme Ferreira, entre a Rua do Carmo e a Praça Tomaz Ulhoa. Uberaba, MG – circa 1925



Rua Major Eustáquio, no trecho entre as Rua Manoel Borges e São Sebastião. Uberaba, MG – circa 1925




Trecho aproximado, em foto de 2017 no Google Maps.


Mercado Municipal e, ao fundo, a antiga Penitenciária (atual Faculdade de Medicina da UFTM). Uberaba, MG – circa 1925


Rua Santo Antônio, entre as ruas Paulo Pontes e Carlos Rodrigues. Uberaba, MG – circa 1925





Trecho aproximado, em foto de 2017 no Google Street View.

Praça Dom Eduardo, vendo ao fundo a atual Rua Hidelbrando Pontes. A casa maior, da família Miziara, ainda existe. Uberaba, MG – circa 1925



A casa, em foto de 2017 do Google Street View
Praça Frei Eugênio que, nessa época, ocupava todo o quarteirão do antigo Cemitério São Miguel. Poucos anos mais tarde, foram erguido nesse local o Liceu de Artes e Ofícios (Sesi/Senai) e a Escola Estadual Minas Gerais. Uberaba, MG – circa 1925




Largo da Misericórdia, atual Praça Dr. Tomáz Ulhoa, vendo-se ao fundo o antigo prédio do Colégio Nossa Sra. das Dores. Na década de 1940, foi erguido no local o Uberaba Tênis Clube.Uberaba, MG – circa 1925





Rua do Comércio, atual Artur Machado, vista no sentido do Bairro. Uberaba, MG – circa 1925



Antiga Rua 24 de Fevereiro, atual Rua Olegário Maciel, pouco acima da Praça Rui Barbosa, em direção à Praça Frei Eugênio. Uberaba, MG – circa 1925





Local aproximado, em foto de 2017 do Google Street View.


Antiga Ladeira do Rosário, atual Av. Presidente Vargas, subida para a praça Comendador Quintino. Uberaba, MG – circa 1925




Local aproximado, em foto de 2017 do Google Street View.


Ladeira do Rosário, atual Av. Presidente Vargas. A casa da esquerda ainda resiste. Uberaba, MG – circa 1925

O mesmo local em foto de 2017 do Google Street View.


Rua Frei Paulino, alto da Abadia, nas imediações do atual Hospital de Clinicas da UFTM. Uberaba, MG – circa 1925


O primeiro prédio da Santa Casa de Miséricordia – construído por Frei Eugênio Maria de Gênova na décadas de 1860 a 1880 – foi destruído em um incêndio em fevereiro de 1921.
Antes mesmo do incêndio, em função da decadência do prédio, a instituição já havia sido transferida "provisoriamente" para a Casa de Frei Eugênio, que se vê nessa foto, de onde só saiu em 1935 – quando foi inaugurado o prédio novo na Praça Thomaz Ulhoa. Essa Casa de Frei Eugênio ocupava o terreno de esquina onde hoje se encontra a Reitoria da UFTM.


Uberaba, MG – circa 1925

Seu livro "TERRA MADRASTA: um povo infeliz", lançado em 1928, é especialmente incisivo contra o grupo político "bernardista" (apoiadores de Artur Bernardes, ex-Presidente da República e líder do Partido Republicano Mineiro) a quem Doca culpa pelo atraso do Estado de Minas Gerais em comparação com a relativa pujança de São Paulo – que nessa ocasião já alcançava Minas em número de habitantes. Doca defendia a anexação do Triângulo Mineiro ao estado vizinho.


Rua Vigário Silva, trecho não identificado. Uberaba, MG – circa 1925


Escadaria da antiga Igreja do Rosário (demolida no final dos anos 1920) que ficava na esquina da Rua do Comércio (atual Artur Machado) com a Ladeira do Rosário (atual Av. Presidente Vargas). A casa ao fundo ainda resiste. Uberaba, MG – circa 1925


Antiga Rua Godofredo Rodrigues da Cunha (atual Carlos Rodrigues da Cunha). As duas casas da esquerda estão onde hoje fica o Hotel Tamareiras. Uberaba, MG – circa 1925

Rua Manoel Borges, no cruzamento sobre o Córrego da Manteiga, hoje canalizado sob a avenida Santos Dumont. Uberaba, MG – circa 1925



Praça Comendador Quintino, provavelmente vista da frente do antigo Grupo Brasil. Uberaba, MG – circa 1925


Rua São Sebastião, esquina não identificada. Uberaba, MG – circa 1925

Rua da Constituição, provavelmente no cruzamento do vale do Córrego do Capão da Igreja (canalizado sob a atual Av. Guilherme Ferreira) em direção ao alto da Abadia. Uberaba, MG – circa 1925

Antiga Escola Normal de Pirassununga, SP – inaugurada em 1921.


Mapa do "futuro Estado de São Paulo", anexando o Triângulo Mineiro e algumas cidades do Sul de Minas.



Os algozes de Uberaba nos anos 1920, segundo Doca Ferreira: a Administração, a Política, o Clero e a Empresa Força e Luz.



Antigo prédio do Fórum de Uberaba, situado na subida da Rua Lauro Borges, demolido nos anos 1960. Uberaba, MG – circa 1925




O mesmo local em foto de 2017 do Google Street View.




Rua São Sebastião, esquina não identificada. Uberaba, MG – circa 1925





No dia-a-dia, acusava os gestores municipais de desviar os impostos arrecadados, que não eram devidamente empregados em melhorias urbanas e serviços públicos de qualidade. E criticava os moradores ricos e poderosos por seu descaso com o aspecto da suas moradias e por não se preocuparem com a aparência das ruas da cidade.

Denuncia, ainda, que em Uberaba havia corrupção, assassinatos, espancamentos, compra de votos, suborno e registros em atas falsas, nos pleitos eleitorais.

Há no livro cerca de 40 fotos e ilustrações que mostram uma Uberaba que não aparecia nos cartões postais de então. Feitas durante a década de 1920, as imagens mostram ruas e praças de uma cidade feia, pobre e decadente – incompatível com a alegada "fortuna" que havia sido amealhada pelos criadores de gado Zebu e com o pretensioso título de "Princesinha do Sertão". As legendas são originais do autor.

Doca ainda publicou "Forja de Anões" (1940) e "Pântano Sagrado" (1948). Esse último foi recolhido e queimado em praça pública como resultado de um processo movido pelo bispo Dom Alexandre Amaral. //

(André Borges Lopes, baseado em informações recolhidas por Marise Soares Diniz)


Cidade de Uberaba