quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Igreja de Santa Rita - Museu de Arte Sacra


Igreja Santa Rita de Cássia - Foto - Antônio Carlos Prata


A Igreja Santa Rita de Cássia foi construída no centro de Uberaba, local onde teve início o povoamento da cidade de Uberaba. Alguns historiadores relatam que a igreja foi construída em Uberaba, no ano de 1854, e tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1939. Atualmente dentro da igreja se encontra instalado o Museu de Arte Sacra, sendo que contem um riquíssimo acervo cultural composto de peças barrocas dos séculos XVIII e XIX, neste acervo existem também peças doadas pela Cúria Metropolitana contendo vestes sacras, estandartes de procissões como paramentos, alfaias, imagens e mobiliário.

Um grande destaque do acervo é um conjunto de Casula feito com tecido bordado com linha e fios de outro que são originários da França do começo do século XX. Outra peça muito importante para o acervo e a escultura em madeira policromada de Santa Rita de Cássia ou Santa Rita das Causas Impossíveis para os devotos, sendo esta a única imagem que existe da capela original, mas no ano de 2003 a imagem foi restaurada com suas características originais.

Os historiadores relatam que o período que mais houve prosperidade para a cidade de  Uberaba foi  no século XIX, entre os anos de 1820 a 1859. Estudiosos relatam que nesta época que a cidade de Uberaba alcançou os privilégios que uma cidade precisa ter para se tornar uma cidade, desta época existia um comércio muito forte e o desenvolvimento acontecia gradativamente vigiado pelos padroeiros São Sebastião e Santo Antônio, a fé do povo se expandiu e mais uma capela foi erigida, dedicada a Santa Rita das Causas Impossíveis.

Cândido Justiniano da Lira Gama, devoto que era de Santa Rita, e em cumprimento de uma promessa para se livrar do vício da bebida, mandou construir em 1854 a pequena capelinha em louvor a Santa.

Conta a tradição que no final do século XX (1980), nas escadas desta igreja, apaixonaram-se, perdidamente, um paulistano e uma tocantinense, da cidade de Peixe, desde então, outros namorados igualmente apaixonados, ali, nos mesmas escadas, esperam o aparecimento da lua, pretendendo reviver aquele inesquecível paixão.

A igreja teve que passar por um processo de reforma que foi realizado pela Casa do Artesão, com incentivos da Vale Fertilizantes (então Fosfertil), Valmont, Souza Cruz e Cemig, por meio da Lei Rouanet. O orçamento total do projeto de restauração do prédio foi de aproximadamente R$ 770 mil. O responsável pela exposição é o coordenador do Museu de Arte Sacra, o artista plástico Hélio Siqueira, funcionário público municipal e considerado como um artista de múltiplas manifestações. Desde seu surgimento a igrejinha de Santa Rita se tornou ponto obrigatório de visitação e ao longo de sua história serviu de inspiração para fotógrafos, poetas e pintores do Brasil e do Mundo. A igreja é o único prédio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural em todo o Triângulo Mineiro.

No seu exterior, a igreja não possui muros ou cercas e totalmente aberto e decorada com um jardim composto por gramado e várias plantas e árvores como coqueiros. No interior da Igreja de Santa Rita é composto de uma decoração muito antiga conservando as propriedades originais de decoração. Existem várias imagens e vestimentas que compõe a decoração da igreja, conjunto de relíquias, castiçais, ostensórios, conjuntos de casula romana e um belo altar contendo a imagem da Santa Rita de Cássia para adoração dos devotos.

Pesquisa: Hélio Siqueira

Auxiliar de Ação Cultural: Adriana Cristina Silva e Ozana Soares Durão

Museu de Arte Decorativa (Mada)

 

Museu de Arte Decorativa (Mada) 

O Museu

O Museu de Arte Decorativa (Mada) está instalado na Casa José Maria dos Reis e conta com uma programação anual de eventos e exposições culturais que contempla vários seguimentos das artes visuais. O museu conta com um acervo de mais de 100 peças dedicado à memória da casa, objetos, e costumes da família,  com o intuito de guardar parte importante do patrimônio cultural da cidade de Uberaba. Entre as peças estão móveis, porcelanas inglesa da década de 20, pinturas, uma biblioteca e objetos de decoração, com destaque para a coleção de obras do artista Reis Júnior composta por pinturas, desenhos e afrescos.

Voltado para a cultura da família brasileira o Mada aborda diversos segmentos relacionados ao cotidiano da família, entre eles a arquitetura, mobiliário, artes plásticas e decorativas. A obra de Reis Júnior, ex-proprietário do local onde se encontra o Museu constitui a parte principal do acervo do Mada. A primeira obra a integrar o acervo foi sua grande tela "Retirada da Laguna". No interior do museu a sala de jantar exibe uma réplica da Santa Ceia, de Leonardo da Vinci e um barrado de estilo "art déco", ambos devidamente restaurados.

Casa José Maria dos Reis, considerado último marco rural da malha urbana no Alto Estados Unidos, em direção às saídas para outras cidades, em passado remoto, a Chácara Eucaliptos, de José Maria dos Reis, teve sede construída em 1916. Atualmente, está ligada ao centro da cidade de Uberaba, que se atinge em cinco minutos, a veículo motor. É presente dos descendentes de seu fundador à comunidade cultural de Uberaba, através da neta, Niobe Hussar dos Reis Batista e seu esposo Evaldo dos Santos Batista, que a doaram ao município em 24 de agosto de 2000. Com recursos necessários para restauração da edificação, o Museu de Arte Decorativa (Mada) ocupa esta que é denominada Casa José Maria dos Reis e está disponível para eventos e exposições culturais.

Voltado para a cultura da família brasileira e triangulina – pretendendo discutir diversos seguimentos relacionados ao cotidiano da família, entre eles arquitetura, mobiliário, artes plásticas, artes decorativas e utilitárias. O Museu quer também locar as manifestações da cultura popular – entre elas a tecelagem manual que é uma das produções mais ricas e tradicionais do povo do Triângulo Mineiro – e rediscutir a importância das famílias na ocupação do Sertão Mineiro nos séculos XIX e XX.

A primeira exposição iniciada dia 22 de abril de 2002, com obras do artista plástico Reis Junior, foi um resgate da memória do próprio espaço museológico que hoje possui um significativo acervo de obras desse artista, entre eles o retrato de sua mãe Artemira de Souza Reis e de seu pai José Maria dos Reis. Depois vieram várias outras mostras de grande relevância para o cenário cultural de Uberaba, entre elas “Art Nouveau Transição”, “O Mobiliário na Coleção Beatriz e Mário Pimenta Camargo”, “José Duarte de Aguiar – Arquiteto de Referências”, “O Arquiteto dos Casulos” do artista Paulo Miranda, “Desenhos e Pinturas de Eugênio Paccelli”, “Colecionadores” e mais recentemente a mostra “Objetos de Cerâmica” com esculturas e objetos utilitários de várias regiões do Brasil.

O Museu de Arte Decorativa conta ainda com um acervo de mais de 100 peças entre móveis, porcelanas, pinturas e objetos de decoração.




José Maria dos Reis


(Uberaba, 24 de setembro de 1877 – 24 de março de 1934, Uberaba)

Filho de Fidélis Gonçalves dos Reis e Escolástica Guilhermina dos Reis, José Maria dos Reis nasceu em Uberaba, em 24 de setembro de 1877. Frequentou a Escola Normal, retirando-se da escola para trabalhar no balcão. Com o irmão Fidélis Reis montou pequeno comércio de gêneros do país. Matriculado no Instituto Zootécnico de Uberaba, formou-se engenheiro agrônomo em 1899. Ainda nos bancos escolares, fundou a Revista Agrícola, iniciando sua atividade jornalística.

Atuou como redator, colaborador, diretor e fundador de revistas e jornais, entre os quais A Revista Agrícola, A Sentinela, Gazeta de Uberaba, Lavoura e Comércio, O Município, Revista de Uberaba, Jornal do Triângulo, A Separação, Brasil Central, La Hacienda, A Tribuna, O Araguari, O Jornal do Comércio (de Uberaba), A Rural, O Civilista. Lembramos que O Jornal do Comércio e A Rural foram de sua propriedade.

Atuou em numerosas campanhas, quase sempre ao lado da oposição: Campanha Civilista, com Rui Barbosa; Reação Republicana, com Nilo Peçanha; Aliança Liberal, com Antônio Carlos. Ingressou no Partido Republicano e participou ativamente das lutas políticas locais. Elegeu-se vereador à Câmara Municipal (1908 – 1912) e deputado estadual.

Fundou e dirigiu a Fazenda Modelo de Seleção; obteve do Governo a fundação do “Instituto Agrícola Borges Sampaio” (ensino profissional rural); desenvolveu campanha pelo reflorestamento dos chapadões, com o cultivo de eucaliptos; organizou e dirigiu a chácara “Nova Granja”, criando um empório de gado indiano.

Fundou em Uberlândia uma fábrica de tecidos, depois vendida para Uberaba. Para a mesma cidade conseguiu do Governo a criação de uma “Fábrica de Sementes”. Dedicou-se à agrimensura, demarcando fazendas. Por volta de 1916 construiu a “Vila Eucaliptos”, residência de sua família e onde se instala a “Casa José Maria dos Reis”.

Casou-se em 1900, com D. Artemira de Sousa Reis, com quem teve 15 filhos: Suzana Reis Pereira, Sarah Reis, Milo Reis, Silas Reis, José Maria dos Reis Júnior, Abel Reis, Celuta Reis, Artemira dos Reis Carvalho, Ecolástica Reis, Maria José dos Reis, Ana dos Reis Campos, Sofia dos Reis Oliveira, Eva Reis Bakô, Márcia dos Reis Vieira da Silva e Inocência Reis.



Reis Júnior


(Uberaba, 1903 – 1985 Rio de Janeiro)

Pintor, desenhista, historiador, crítico e professor de arte. No Rio de Janeiro, frequentou, entre 1919 e 1922, a antiga Escola Nacional de Belas Artes, onde recebeu orientação de Modesto Brocos, em desenho, e Rodolfo Amoedo, em pintura.

Preferiu, então, seguir um caminho de orientação artística independente, realizando em 1923 sua primeira exposição individual, no Palace Hotel (Rio); nessa mostra figurava uma obra de grandes dimensões, A Retirada da Laguna, encomendada pela Câmara Municipal de Uberaba (hoje, integrando o acervo da “Casa José Maria dos Reis”). No mesmo ano executou paineis e cartões para vitrais destinados ao Teatro e Cassino Parque Balneário de Santos.

Depois de novas exposições, em São Paulo (1924 e 1927) e Belo Horizonte (1928), foi nomeado professor de desenho da Escola Normal de Uberaba (Escola Estadual Castelo Branco). Em 1930 executou paineis para o Teatro de Poços de Caldas.

Em viagem pela Europa, como bolsista, nessa mesma época passou logo em seguida a atuar como enviado especial dos Diários Associados, nos quais colaborou durante alguns anos como crítico de arte.

Publicou, em 1944, a História da Pintura no Brasil, livro de amplo âmbito e mais de trezentas ilustrações; outra obra de sua autoria é a biografia crítica de Osvaldo Goeldi (com quem conviveu durante muitos anos), editada em 1966. Lecionou história da arte no Instituto de Belas Artes (Rio).
No campo da pintura dedicou-se preferentemente ao retrato (embora trabalhasse também com a paisagem); entre os que pintou destacam-se os de Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, de Carlos Drummond de Andrade e Augusto Frederico Schmidt. (Roberto Pontual in Dicionário de Artes Plásticas no Brasil, 1969).

Acrescente-se a estes dados a publicação do livro Belmiro de Almeida 1858 – 1935, editado pela Pinakotheke, Rio de Janeiro, 1984.


Fonte - Fundação Cultural de Uberaba


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Cidade de Uberaba



domingo, 19 de fevereiro de 2017

Santuário da Medalha Milagrosa (1949)


Primeiro  Mosteiro na rua Gonçalves Dias, em 1951 



Segundo Mosteiro na rua Afonso Rato, e definitivamente em 1961
Neste prédio, teve início, o Culto da Novena da Medalha Milagrosa Uberaba 




Mosteiro e Santuário em construção, 1959 



Santuário Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, em construção 


D.Alexandre Gonçalves do Amaral, então bispo de Uberaba 


Trasladação das Irmãs Concepcionistas Enclausuradas para o novo Mosteiro
 da Medalha Milagrosa.


 Santuário Nossa Senhora da Medalha Milagrosa - década:1960 



 Santuário Nossa Senhora da Medalha Milagrosa - Foto:Antonio Carlos Prata


      
  Interior  do Santuário Nossa Senhora da Medalha Milagrosa - Foto: Antonio Carlos Prata




A história do Santuário da Medalha Milagrosa confunde-se com a historia do clero e do povo católico uberabense e indubitavelmente com a própria caminhada na fé das irmãs concepcionistas. Desta forma, o início desta memória vai até o século XV na Espanha, onde uma jovem chamada Dona Beatriz da Silva, de origem lusitana e nobre se recolhe em vida monástica após perseguições sofridas na corte castelhana. Transcorridos os trâmites eclesiásticos, em 1498 o Papa Inocêncio II através da Bula Inter Universal autorizou o funcionamento da Ordem da Imaculada Conceição – OIC. Esta ordem, que possui no silêncio adorante e na experiência contemplativa marcas indeléveis de sua identidade religiosa, nos exemplos da virem Maria e de Santa Beatriz inspirações para o seguimento a Jesus Cristo chegou a Uberaba – no Planalto Central  do Brasil  - em junho de 1949.Ainda que estivessem separadas por milhas daquele primeiro mosteiro em Toledo e séculos e séculos daquelas primeiras irmãs que ouviram o chamado de Cristo na pessoa de Santa Beatriz, as irmãs que chegaram a Uberaba estavam àquelas unidas através de uma profunda e ininterrupta historia de amor a Deus.

    Tendo chegado em junho de 1949,sob a condução de Madre Maria Virginia do Nascimento, as irmãs concepcionistas fixaram-se em dois endereços distintos antes de,finalmente,se mudarem para onde, ainda hoje, se encontram localizadas. Primeiro formaram o Mosteiro na Rua Gonçalves Dias, em 1951 mudaram-se para Rua Afonso Rato e definitivamente em 1961  o Mosteiro foi estabelecido na Rua Medalha Milagrosa e desde 1955 tem se rezado a Novena Perpétua de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, infundindo esta devoção mariana tão presente em nossa Igreja Particular através da gerações.

    Os leigos tiveram papel central no desenvolvimento material e espiritual do  Santuário, visto que contribuíram desde o princípio seja com a realização de festas e campanhas seja na participação piedosas nas santas missas e novena. Lembramos de forma particular o dr.Nicolau Laterza e o sr. Orlando Bruno, respectivamente autor do projeto arquitetônico e presidente da Comissão Construtora do Santuário; o Prof. Djalma Alvarenga de Oliveira, fundador e entusiasta da Novena Perpétua, as sras.Arethusa Fernandes Brasil e Esperança Ribeiro Borges, respectivamente responsáveis pela Comissão Feminina Pró-Construção e difusora da devoção à  Medalha Milagrosa através do Correio Católico e   da extinta radio PRE-5.

    Quanto à participação do clero, destacamos a figura sempre altiva de D.Alexandre Gonçalves do Amaral, então bispo de Uberaba e incentivador constate da presença religiosa no território arquidiocesano; também haveria de proclamar Nossa Senhora da Medalha Milagrosa como rainha da diocese de Uberaba. Foram Capelães e reitores das irmãs concepcionistas:Mons.Genésio Borges (1955 a 1994),D.Benedito de Ulhôa Vieira (1997 a 2005) – na condição de arcebispo emérito – tendo sido auxiliado por Pe. Sebastião  Ribeiro (2002 a 2003) e Pe.Roberto Oliveira (2004) na condição de pró-reitores,Pe.Geraldo Maia (2005 a 2007) e atualmente o Reitor é Pe.Ricardo Fidélis. O Mosteiro da Imaculada Conceição, da Divina Providência e de São Jose é atualmente  conduzido pela Abadessa Madre Maria dos Anjos do  Santíssimo Sacramento – OIC.




Fonte:  “Preservando a Memória “da Irmã Maria  Antônia de Alencar – OIC.”Memoria da Arquidiocese de Uberaba “de Pe.Thomaz de Aquino Prata.



Vitor Lacerda

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Inauguração da maior Parada de Gado Zebu do Mundo - Uberaba

Parque dr.Fernando Costa - ABCZ

Década de 1970 


      Inauguração da maior Parada de Gado Zebu do Mundo - Uberaba - Minas Gerais                                 
        Participaram do evento o governador mineiro Rondon Pacheco, o ministro da Agricultura, prefeitos e representantes das secretarias de Estado.                                                                   

Praça Rui Barbosa

Praça Rui Barbosa -  Foto:1970 

Foto:Autoria desconhecida    
                                                                                                                                                                    

"É o mais antigo logradouro público de Uberaba, pois, foi na sua parte inferior que se começou a edificação do primeiro prédio que Uberaba teve. Dele partem as seguintes ruas, a saber, canto inferior direito, a Coronel Manuel Borges; centro, a Artur Machado. Esquerda, a Vigário Silva, lado sul, ao meio, a rua de Santo Antônio. Canto superior direito, a rua Olegário Maciel e superior esquerdo, a rua Tristão de Castro; lado norte, no meio, a rua São Sebastião. É inteiramente calçada a paralelepípedos e com luxuoso jardim à frente da Catedral do Bispado. Nos alinhamentos em diferentes lugares ficam o Paço Municipal, hoje Prefeitura, o Teatro São Luís e custosos prédios particulares. Primitivamente chamava-se ‘Largo’, mais tarde ‘Largo da Matriz Nova’, ‘Largo da Matriz’, praça ‘Afonso Pena’ (1894-1916) e finalmente praça Rui Barbosa." (PONTES, 1970, p.287).

NA BARBEARIA DO “GENERAL” - UBERABA


Fachada do Salão do General - década de 1970



Ainda coisas leves nesse final de ano. O anedotário de Uberaba é notável. “Causos” sobre gente e coisas da cidade, vale a pena anotar. Sempre convivi com amigos “fornecedores” de histórias da terrinha bem mais que eu. Na barbearia do “General”, os gozadores de sempre, escolheram , por volta de 1960, figuras da cidade que pudessem representar a numeração do “jogo do bicho” na cidade. A lista é histórica. Acompanhe: Número 1- Primo Ribeiro, comerciante. 2- Secundino Lóes, dentista. 3- Tércio Camargo, fazendeiro. 4- José Torquatro, motorista. 5- Quintoliano Jardim, jornalista, dono do “Lavoura e Comércio”. 6- José Sexto Batista, bancário. 7- Sétimo Boscolo, empresário. 8- Oitávio Azevedo, contador. 9- Nono Prata, pecuarista. 10- Chiquito Des..cina, farmacêutico. 11- Onzório Adriano, ricaço da cidade. 12-Dozinho Bruno, advogado. 13- Antônio Trezzi dos Reis. Industrial. 14- José Catorze, puxador de carro, bastante conhecido da policia. 15- Quinzinho Maia, dono do bar “Tip-Top”. 16- Leão Borges, ex-deputado estadual por Uberaba. 17- “Coronel Delcides”, figura popular na terrinha e cujo apelido era “Macaco”. 18- “Sugismundo Mendes”, nome de rua de Uberaba. 19- Armando “Pavão”, comerciante aposentado. 20- “Peru” açougueiro no bairro São Benedito. 21- “Tourão”, eterno candidato à vereador e figura popular na cidade. 22- “Zé Onça”, bandido preso no Parque das Américas. 23- Ursulino, “vendeiro” no bairro Estados Unidos. 24- aí deu voz geral: cada um escolhe o seu. 25- Vaquinha, centro avante ídolo do futebol uberabense…
Então eu pergunto: alguém pode com a verve do uberabense, conversando em salão de barbeiro?
Aos seguidores do “Barão de Drummond”.


(Foto do acervo pessoal do Natal Rafael da Silva Maiolino)

Luiz Gonzaga de Oliveira

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Antigo Uberaba Hotel

Antigo Uberaba Hotel

Antigo Uberaba Hotel, ano 1975, demolido, suas instalações era na Rua Alaor Prata, esquina com Rua Segismundo Mendes. Na década de 1930, chamava-se Hotel Goiano e, posteriormente, foi anexo do Hotel do Comércio antes de denominar-se Uberaba Hotel.

(Foto do acervo pessoal do jornalista Paulo Nogueira)  


O RESTAURANTE “3 COROAS”

Em comentários antigos , contei-lhes como surgiu o “Bar da Viuva”, tradicional ex-casa de chope da terrinha, seguramente há mais de meio século. Outros bares e restaurantes da sagrada terrinha, já “se foram”e não mais pertencem ao mundos vivos, mas que deixaram marcas profundas naquela antiga Uberaba.O bar “Jaú”, do Babá Laterza , na Tristão e Castro, o Bar Babalu, Avenida Almirante Barroso do Bairro Fabrício, o Bar do Caixeta, na esquina da Rua Capitão Manoel Prata com a rua José de Alencar, o “Bronka’s Bar”, do Zé da Bronca e do Bulico, na Artur Machado, o “Chaparral” e o “Bar do Antero”, um perto do outro na rua Padre Zeferino, no bairro Estados Unidos, o “Bolachinha”, na praça Thomaz Ulhoa, o “Bar do Dica”, na avenida Fernando Costa, o “Bar do Yassu”, na Tristão de Castro, Bar Mil Reis, esquina da Praça Manoel Terra com a rua Dos Andradas, o Bar Buraco da Onça, na avenida Leopoldino de Oliveira, o “Bar do Omar”, na praça d’Abadia, o “Tip-Top”, “Galo de Ouro”, “Guarani” e o “Marabá”, um pertinho do outro, na Leopoldino entre Artur Machado e Segismundo Mendes, foram locais de encontro que marcaram época na terrinha...De todos eles (outros que não citei por absoluta falta de memória), sempre se guardou uma saborosa história. Figuras assíduas identificavam o bar com os seus frequentadores. Muitos desses bares aumentaram seus serviços e transformaram-se em bares e restaurantes. Aliás, até que é muito “chique” falar “ bar e restaurante”, ou não ?

Bar e restaurante Três Coroas - (fechado)


Bar restaurante Viúva, (fechado)

Bar Mil Reis - Atualmente funcionando na Praça Manoel Terra, 382 no bairro Nossa Senhora Abadia em Uberaba, MG 



Bar Babalu - Atualmente funcionando na Av. Almirante Barroso, 319 - Fabrício, Uberaba - MG - Telefone: (34) 3332-6657


Bar do Archimedes - Atualmente funcionando na R. Tiradentes, 121 - Fabrício, Uberaba - MG, 38065-010 Telefone: (34) 3312-2050


Bar do Caixeta - Esquina da Rua Capitão Manoel Prata com a rua José de Alencar (demolido)


Bar do Dica, avenida Fernando Costa, 43 – Bairro: São Benedito (fechado)

Bar e restaurante Três Coroas - (fechado)

Bar Buraco da Onça, (fechado)

Bar do Yassu, Rua Tristão de Castro, 457 – Bairro: São Benedito, Uberaba – MG. (fechado)  

No inicio dos anos 60,frequentei, com muita assiduidade, um dos lugares mais de Uberaba e, como eu, quase que a cidade inteira: o bar e restaurante “ 3 Coroas”, na simpática Vila Maria Helena, rua Boa Esperança com Tenente Joaquim Rosa. “3 Coroas”, nome pomposo!

Coroa é símbolo de dinastia imperial e monárquica, pois até o luminoso da casa, mostrava 3 coroas imperiais superpostas uma a outra. Mas, porque “3 Coroas”?, era a curiosidade geral. Como teria originado o nome? Não me faço de rogado e prazerosamente, conto-lhes a história. O patriarca Abrahão Miguel e a esposa dona Helena, resolveram mudar-se de sua querida Veríssimo, vizinha ‘de grito” de Uberaba, aonde desde que vieram da Síria para o Brasil, “fincaram pé”e constituíram família. Família grande, diga-se. Muitas filhas e dois homens. Esses, logo casaram-se e “bateram asas” pelo mundo. Das moças, as mais velhas logo também casaram e as três “caçulas”, solteiras e inseparáveis e também inseparadas dos pais. Veríssimo estava ( como está te hoje), parada no tempo. A sorte seria tentada em cidade maior. Por que não Uberaba? Aqui, a família assentou barraca, trabalhando sempre.”Seo”Abrahão morreu. Anos depois, dona Helena. Restaram as 3 solteiras. Na portinha da casa, vendiam o “jogo do bicho”, uma verdurinhas, uma cervejinha, um “tira-gosto” e, eis que de repente, não mais que de repente, estavam as irmãs, Zaíra, Síria e Abadia, fazendo quibe assado, quibe frito, quibe “nie”, malfufe, ariche, “tirrine”, “mijadra”,pão sírio, churrasquinho e a freguesia aparecendo ao fim da tarde.

Um freguês conta para o amigo, que conta pro outro amigo, que leva outro amigo, que convida o terceiro amigo; uns levam os apetitosos aperitivos para casa e. logo, logo, a fama se espalhou; todo mundo querendo saber onde era a casa que vendia comida árabe. Solteironas convictas, educadas e alegres, além de super simpáticas até a raiz do cabelo, tratando a freguesia que aumentava dia a ia, com cortesia e delicadeza, além dos pratos de primeira qualidade, cerveja geladinha, “papo” dos melhores, a salinha foi se tornando pequena. Nildo Barroso, ia todo fim de tarde e levava os amigos.-“Vamos lá na Coroas”...”coroa”, todo mundo sabe , afetivamente, é a mulher de meia-idade e geralmente solteira. Não deu outra.-“Vamos lá nas Coroas?”-“Onde?””Nas 3 Coroas!”O nome “pegou” como cola de visgo.

No bar e restaurante, ficaram mais de 30 anos, recebendo bem a todos, brancos, negros, ricos, pobres, solteiro , casado, “tico tico no fubá”, namorados, as “ 3 Coroas” era sinônimo de encontro de amigos. Cansadas da labuta diuturna, passaram o comando aos sobrinhos, Samir, inicialmente e depois à Deladier e Tuffy Jr., dentistas que, sem deixarem a profissão,deram sequência, por algum tempo, ao grande amor d as “tias”:o Restaurante 3 Coroas” e o mesmo padrão de qualidade. As 3 coroas, foram descansar. Deus chamou-as para o seu reino. Primeiro, a Síria.Depois, a Zaira e por último, a “caçula” Abadia...Meus olhos estão marejados de saudade... com elas morreu o primeiro restaurante de comida árabe na sagrada terrinha... (Luiz Gonzaga de Oliveira)

Reunião entre amigos na Choperia Archimedes

 3ª Reunião em 26 de março de 1999 - Foto 1


Presenças: Dorival Cicci, Mario Arruda, Ely, Mário Alonso, Reynildo Chaves Mendes, José Antônio e Mário Eduardo.


 3ª Reunião em 26 de março de 1999 - Foto 2


 3ª Reunião em 26 de março de 1999 - Foto 3


 3ª Reunião em 26 de março de 1999 - Foto 4

4ª Reunião em 28 de maio de 1999 - Foto 1       


4ª Reunião em 28 de maio de 1999 - Foto 2


4ª Reunião em 28 de maio de 1999 - Foto 3

4ª Reunião em 28 de maio de 1999 - Foto 4

4ª Reunião em 28 de maio de 1999 - Foto 5

5ª Reunião em 27 de agosto de 1999 -  Foto 1

5ª Reunião em 27 de agosto de 1999 -  Foto 2

5ª Reunião em 27 de agosto de 1999 -  Foto 3

5ª Reunião em 27 de agosto de 1999 -  Foto 4

(Fotos do acervo pessoal de Dorival Silveira Cicci)




 História


Casa antiga, repleta de portas e janelas, mesas de madeiras com tampos de granito, cadeiras singelas e uma imensa geladeira de quatro portas compunham o cenário do bar que nasceu em 1952 e deu origem a tradicional Choperia do Archimedes. A bola que ainda rola e gera paixões variadas era tocada com maestria, naqueles tempos, pelo Esporte Clube Fabrício que sagrou-se, inesperadamente, campeão do disputado Campeonato Amador de Uberaba daquele ano.

A conquista, que teve entre seus destaques o Zé do Quelé, que juntamente com o senhor Archimedes Geraldo de Almeida, decidiu abrir o Bar Campeão em homenagem a grande façanha do Fabrício. Atrás do balcão, Archimedes misturava com maestria o excelente bom humor, o sorriso largo, com a firmeza de quem recebia os fregueses na própria casa, afinal, como se diz, ali trabalhava sua família.

Naquele tempo, é bom que se diga, a esquina da rua Padre Zeferino com a Tiradentes era um subúrbio charmoso, entre muitas árvores, grandes quintais e ruas de terra batida. A Igreja de Santa Terezinha, já erguida, era a referência do alto do Fabríco. A casa, construída há mais de cem anos, pertenceu inicialmente a Antonio Pedro Naves que a vendeu a Paulo Finhold, que por sua vez, repassou o imóvel ao senhor Archimedes Geraldo de Almeida, cuja família detém até hoje a propriedade do imóvel.

Alegre e sistemático o Archimedes mantinha a freguesia servindo cervejas tradicionais, bem geladas, cachaças de alambique, com destaque para a Sacramentana e, claro, os quitutes que saiam da cozinha, especialmente o bolinho de bacalhau. Sem dedilhado de violão, sem moda de viola, sem radiola ou eletrola, o bar mantinha-se num sóbrio falatório e com a disciplina desejada; fechava as portas pontualmente à meia noite.

Mesmo sem colocar placa na porta, à medida que o campeonato do Fabrício foi se distanciando pelo tempo, o nome Bar Campeão foi gradualmente substituído por Bar do Archimedes no fim dos anos cinqüenta. Nesta mesma toada, o senhor Archimedes, que passou a ser o único dono do bar, manteve o negócio até o princípio dos anos 80, quando já era conhecido como referência de chopp bem tirado em Uberaba e região.

Entre as passagens interessantes nos anos 50, apesar da ausência de música ambiente na Choperia do Archimedes, está o fechamento do bar por um dia devido a um luto curioso. A morte do cantor Francisco Alves, no dia 27 de setembro de 1952 num desastre de automóvel. A mesma homenagem não foi prestada a Getúlio Vargas, então presidente da República, que se matou em 24 de agosto de 1954. De fora do balcão contam-se também histórias interessantes do garçom Eurípedes Rodrigues de Abreu. Ele, sem qualquer cerimônia, recomendava aos clientes, mesmo aos mais ilustres, a suspensão dos drinks para evitar exageros na embriagues.

Desde então a Choperia do Archimedes passou por inúmeras mãos até encontrar os atuais proprietários que conseguiram restabelecer a tradição da casa, ampliar seu espaço físico e diversificar a clientela. Saulo Kikuchi e Donato Cicci Neto modernizaram a gestão do negócio, ao mesmo tempo, em que restauraram a casa centenária, mantendo suas características originais, cuja arquitetura colonial, gera grande interesse por parte dos clientes locais e de outras cidades. Não é exagero dizer que a Choperia Archimedes é hoje uma forte atração turística na cidade de Uberaba.

Proprietário:Saulo Kikuchi

Fonte - Choperia do Archimedes

Site: www.choperiarchimedes.com.br/

Menu choperiarchimedes.com.br 



Fone: (34) 3312-2050



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Primeiros Filmes de Júlio Bressane


MATOU A FAMÍLIA E FOI AO CINEMA
Os Fios das Tragédias


Guido Bilharinho




         Os ficcionistas de modo geral, quando verdadeiramente artistas, mais do que representar ou recriar a vida, a criam em sua obra, aduzindo, como disse o poeta (Arici Curvelo, em “Às Vezes”), mais vida às existentes, engendrando novas realidades que se somam e expandem as realidades existentes.

         É o caso do filme Matou a Família e Foi ao Cinema (1969), de Júlio Bressane.

         Nele desfila série de dramas familiares desaguados em tragédias.

         A partir do drama dantesco do filho assassinar friamente e a navalhadas seus pais e, após, ir tranquilamente ao cinema, Bressane articula diversas ocorrências semelhantes, sempre nos limites da organização familiar e sempre, também, em cima da insatisfação ou da condição amorosa e sexual.

         A princípio poder-se-ia tentar ver nessa opção ficcional inspiração e influência das obras de Nélson Rodrigues que perfilham semelhantes preocupações.

         Nada mais diferente, porém.

         A começar que a dramaticidade bressaniana é altamente elaborada, tanto do ponto de vista concepcional quanto expressional, conforme binômio propugnado por Hegel.

         Ao contrário, pois, da obra de Nélson Rodrigues, confrangida quase sempre em estreitos limites conceituais, a de Bressane finca suas raízes nos arquétipos universais mais autorizados da criação artística – não de simples recriação, como dito – fundamentada na estrutura psicossomática mais profunda, geral e permanente do ser humano.

         E o faz mediante construção estética na qual a narrativa apresenta alto grau de sutileza, refratária à apelação usual no tratamento dessa temática.

         Se os protagonistas das estórias que cria perdem-se em atos violentos contra seus entes próximos ou contra si próprios, a motivação que os leva a essas atitudes drásticas – inimagináveis num contexto familiar – e a criação cinemática dos fatos não descambam para descontrole emocional patológico, mantendo domínio de seus elementos deflagradores tanto quanto das circunstâncias em que se desenrolam e das modalidades que assumem.

         Há um fio condutor comum a todas essas ocorrências, seja a insatisfação sexual e convivencial da personagem casada que se isola com a amiga em sua propriedade de recreio e lazer; seja a procura de satisfazimento sexual emocional da jovem com sua amiga; ou, ainda, o ambiente sufocante do lar do assassino dos pais e a constante irritabilidade de seu pai; ou, finalmente, o paroxismo revoltoso do marido relapso face às invectivas agressivas da esposa.

         Essa constante detectada em todos os episódios apresenta, no entanto, características próprias em cada caso, não obstante seu extravamento paroxístico e violento, condição ou peculiaridade da espécie humana quando submetida a graus diversos de pressão e contrariedades viscerais, nos limites e circunstâncias da formação e estrutura pessoal das personagens, como, aliás, nem poderia deixar de ser, já que todo ser humano constitui pequeno mundo que se articula, nos relacionamentos e convivências, com outros micro mundos semelhantes.

         Ressalta-se no filme, além disso, a economia da construção ficcional, sintetizando em poucas cenas a ambiência comportamental, convivencial e conflitiva das personagens, perfeitamente contextualizada.

         Por fim, o jovem que assassina seus pais vai ao cinema assistir Perdidos de Amor (1953), dirigido por Eurídes Ramos, com argumento de J.B. Tanko, película que possivelmente indica (a conferir) a chave ficcional (ou uma delas) do filme ora comentado.

(do livro Seis Cineastas Brasileiros. Uberaba,
Instituto Triangulino de Cultura, 2012)

______Matou a Família e Foi ao Cinema
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(Obras-Primas do Cinema Brasileiro:
toda segunda-feira novo artigo -

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Guido Bilharinho é advogado atuante em Uberaba, editor da revista internacional de poesia Dimensão de 1980 a 2000 e autor de livros de Literatura (poesia, ficção e crítica literária), Cinema (história e crítica), História (do Brasil e regional).

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Ex prefeito, ex deputado federal e empresário, Hugo Rodrigues da Cunha.

Hugo Rodrigues da Cunha e o governador Newton Cardoso.
Década:1980     

Na foto, a esquerda, Hugo Rodrigues da Cunha quando deputado federal, acompanhando o governador de Minas Gerais na época, Newton Cardoso, em uma de suas visitas a Uberaba.

Foto: Paulo Nogueira   

(Acervo pessoal do jornalista Paulo Nogueira)  

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

UBERABA QUE BRILHA

Os brilhantes jornalistas e fraternos amigos saudosos, Ataliba Guaritá Neto ( Netinho ) e Raul Jardim, sempre usaram as páginas do tradicional, simpático, austero e falecido “ Lavoura e Comércio”, duas frases que marcaram seus leitores. Ao se referirem a uberabenses que obtinham sucesso fora da terrinha, exclamavam de peito cheio e escreviam com entusiasmo” uberabenses que brilham” e “Uberaba está em todas”. Verdades mais que verdadeiras.
Com efeito, as frases espelhavam a vitória e o sucesso maiúsculos dos nossos conterrâneos em plagas distantes. Em qualquer campo de atividade sempre existia um uberabense vitorioso.E isso era bom para Uberaba ? Claro ! Conquistas de amigos sempre massageam o nosso ego...
Jamais direi que o uberabense seja cigano, que adora aventura. Dizem que o “uberabense é igual formiga cabeçuda, aparece em toda parte”, expressão jocosa de dizer da presença de uberabenses em locais até inimagináveis...
Tento entender esse êxodo da terrinha como falta de opção de trabalho, de oportunidade ou mesmo o cerceamento do seu sucesso profissional por motivos até então, ignorados...
Esse êxodo foi mais forte em outros tempos.A cidade cresceu, os horizontes se alargaram, a oferta de emprego, apesar dos maus momentos que o Brasil atravessa,aparecendo, embora timidamente, nota-se o reconhecimento ao talento profissional dos nossos jovens . Fatores que não invalidam a forte tendência dessa juventude deixar a cidade, à procura de novos meios de vida.
A classe média e média alta, de meia idade, que está “bem de situação”- aqui ou em outra cidade-, normalmente afirma:- “ Uberaba é uma cidade ótima para se morar, excelente qualidade de vida, povo hospitaleiro, alegre, divertido”... Quando chegar a velhice, volto para a minha terra”...
Não há mais aquele louca vontade, necessidade imperiosa de ir ganhar dinheiro lá fora. Quem quer , de fato, trabalhar, Uberaba oferece meios e muitos. Basta ter coragem, vontade e disposição para o trabalho que ele aparece, pois, desafios , lutas, esforços, obstáculos, encontram-se em toda parte. Basta coragem, persistência, vontade de vencer !
Lamento só uma coisinha que muito me encasqueta: é a mania (feia, por sinal )do uberabense imitar outro uberabense. Explico melhor. Se você monta um bar, obtém sucesso, freguesia, começa a ganhar seu suado dinheirinho, mais que depressa um conterrâneo “acha” de montar um bar, igualzinho ao seu, local pertinho do seu preço melhor que o seu... Montar uma butique para a filha ou esposa, consegue sucesso, logo vem, coladinho a butique da família, a concorrência, nem sempre leal. O cidadão instala um boteco com churrasquinho na porta, mesas na calçada, lá vem o seu concorrente com a mesma “ideia”.... incomoda,né ?...

A GONORREIA DO AMIGO

A coisa mais comum, aliás, “coisa não”, doença mais corriqueira, porém perturbadora que existia até alguns anos passados,principalmente entre os jovens, era a doença venérea. “Mula”,” cancro”, “cavalo de crista”, eram o terror da moçada. A mais comum, a blenorragia, vulgarmente conhecida como “gonorréia”, era o suplicio dos garotos iniciantes na vida sexual. Doença venérea até uns 40 anos atrás, era um verdadeiro “tabu”. Longe das escolas , das palestras médicas, das orientações sexuais, a doença, ao se manifestar, o paciente, de imediato, era encaminhado ao médico da família. Os tempos eram outros e a discussão nem sequer passava pela intimidade doméstica, e, Deus nos livre e guarde ! pelos bancos das escolas . Assunto quase proibido! Proibido era também falar , nas mocinhas, nossas irmãs, em inicio da menstruação. Hoje, não. Graças ao avanço do ensino, a clarividência dos pais, a quebra da hipocrisia da sociedade, esses “tabus” se discutem nas salas de aula, a menstruação, doenças venéreas, drogas, fumo, vícios de uma forma geral, no mais amplo sentido de alertar a juventude para os perigos que rondam, diuturnamente, a vida. 

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Cerejeiras em Flor bela parada de elegância no Grande Hotel de Uberaba.



       Se os primeiros anos foram agitados, os anos 1940 em Uberaba trouxeram novidades como a inauguração do Grande Hotel e a passagem do Ano Novo. E nos anos seguintes o Grande Hotel e o cine Metrópole seguiram criando moda, revolucionando os costumes e se consolidando como o principal destino do turismo no Brasil central. Construído em 15 meses, foi o primeiro arranha-céu da região. Dispunha de 100 apartamentos e 40 quartos. Na mesma ocasião foi inaugurado o Cine Metrópole, ao lado. Começam a se formar turmas de jovens no centro que elegem esquinas e praças para as reuniões, onde criavam e mantinham as festas do carnaval e juninas. O ponto mais famoso dessas reuniões era o (footing ),na Avenida Leopoldino de Oliveira.

(Antônio Carlos Prata)

Locutor Joao Roberto Correa.

Schroden Film.



Postado por (Uberaba em Fotos)            

ANIVERSÁRIO DO CEL. GERALDINO RODRIGUES DA CUNHA AOS 78 ANOS, EM 1942


Cel. Geraldino Rodrigues da Cunha era filho de Manoel Rodrigues da Cunha, que pertenceu à primeira Câmara Municipal de Uberaba, ao lado do Capitão Domingos da Silva e Oliveira, irmão de Major Eustáquio. Nasceu em 24 de setembro de 1865 em Uberaba – MG, falecendo no mesmo município em 22 de maio de 1955. Casou-se duas vezes, primeiramente com Mariana Ambrosina de Castro, que faleceu em janeiro de 1910 e, posteriormente, com Elvira Andrade da Costa – falecida em 1976. Teve 28 filhos, sendo 11 do primeiro matrimônio e 17 do segundo. (CUNHA & AMATO, 2008 p. 238).

Foi agropecuarista, constituinte estadual (1894), vereador e agente executivo (1927), além de ter sido um dos fundadores do Clube da Lavoura e Comércio de Uberaba e do Jornal Lavoura e Comércio (1899). Como Agente Executivo chegou a desapropriar o Cine São Luís, posteriormente adquirido por sua família, e executar reparos no telhado do Mercado Municipal, então inaugurado em sua administração. Durante sua gestão foi fundada a Escola Técnica de Comércio José Bonifácio, em 1924.

Em 1906 foi a vez dos criadores de Uberaba/MG Teófilo Rodrigues da Cunha e Geraldino Rodrigues da Cunha financiar a viagem do emissário e engenheiro francês Alberto Parton a continente asiático para compra de zebuínos indianos. O objetivo da expedição foi cumprido com sucesso, pois foi comprado um lote de 40 Guzerá que chegaram as fazendas destes criadores em perfeito estado. (LOPES & REZENDE, 2001 p. 33).

O Coronel Geraldino, como era conhecido popularmente, foi proprietário da fazenda do Rio do Peixe, em São Miguel de Veríssimo (antigo Distrito de Uberaba). Nessa propriedade produzia açúcar, serraria, café e olaria. Após aderir à criação do zebu em 1906, tornou-se um criador aficionado. Colaborou para criação da Sociedade Herd Book Zebu, da qual foi seu primeiro presidente de (1919-1924). Importante considerar seu protagonismo em acontecimentos chave para o desenvolvimento e amadurecimento do espírito corporativo da pecuária zebuína.

A princípio, utilizava o zebu para a mistura do gado crioulo, pois visava o aperfeiçoamento, a precocidade e a melhor produtividade de seu rebanho. Na exposição de 1911, o seu boi “talho meio sangue” ganhou medalha de ouro. Em 4 de julho de 1934 estava entre os convocados para fundar a SRTM – Sociedade Rural do Triângulo Mineiro – atual ABCZ – Associação Brasileira de Criadores de Zebu. (CUNHA & AMATO, 2008 p. 238).



Vídeo: Schroden Filmes.

Este documentário foi postado em 24-08-2015. Filme autorizado pela família do Sr.Antonio Ronaldo Rodrigues da Cunha a Uberaba em Fotos.