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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

UBERABA DOS MEUS AMORES

No templo das minhas preces, oro com amor filial pela minha Uberaba. Seus filhos, dos mais ilustres aos mais humildes, estão corados de vergonha com o que está acontecendo na sagrada terrinha. Dos que nasceram em berço de ouro, aos que estão sem teto, temos por Uberaba um amor imenso ! Um velho e simpático ditado, retrata o tanto que a queremos bem: “quem bebe da nossa água, não sai mais daqui.” Uberaba, sob o manto sagrado de Nossa Senhora d’Abadia, jamais negou , nem renegou um filho seu. Seja legítimo, por adoção, ou “intruso”...

Depois de epopéias monumentais, conquistas homéricas, berço da civilização triangulina, de excepcionais e exponenciais uberabenses como Mário Palmério, Fidélis Reis, Alaor Prata, Leopoldino de Oliveira, Antenógenes Silva, Augusto César Vanucci, João Henrique, Toniquinho Martins, Alberto Fontoura Borges, Edgard Rodrigues da Cunha, lembrando apenas alguns políticos, empresários e artistas, Uberaba, está ficando fora de” cena “no contexto nacional. Aqueles que se aventuraram à tarefa de representar a amada terrinha, não deram conta do recado. Fracassaram em cheio nas suas empreitadas. Foram insípidos e incolores...

Figuras ocas, não deixaram e nem estando deixando, um resquício de saudade. Suas atuações são medíocres, opacas, totalmente sem luminosidade. Estamos sofrendo derrotas, em cima de derrotas, perdendo posições de relevo que ostentávamos até poucos anos atrás. Nossos arremedos de políticos, funcionam como “puleiro de pato”. Preocupam-se tão somente em governar através do rádio, jornal e televisão. Esqueceram-se de Uberaba. Tiram proveito, descaradamente, em favorecer seus bolsos e dos seus “amigos diletos”. Coisa mais feia!...

Estamos perdendo todo o jogo que enfrentamos e saímos com o “ rabo entre as pernas” . Nossos políticos são uma lástima ! Nas “conquistas”, estamos disputando com o Ibis, de Pernambuco, que não ganha uma... Perdemos em competitividade em todo embate. Os impostos e taxas, aumentam ano após ano, o centro comercial, outrora tão atuante, virou “fantasma”. Lojas tradicionais fechando suas portas, cobra-se de tudo do uberabense; lixo, esgoto, limpeza pública, transporte, saúde, iluminação, educação, espaço nas ruas, praças e avenidas... E o retorno ? Nada ! Absolutamente nada! 

Os últimos prefeitos que tivemos, não disseram a que vieram. Deixaram e deixam muito a desejar. Acomodados, preguiçosos, agem , com eficiência, no apadrinhamento dos afilhados políticos e se enriqueceram no cargo. Sabem das mazelas de secretários. Fazem de conta que não “é com eles”. Negociações despudoradas, ostentam, embora contem com “ laranjas”, de vultosos patrimônios. Trabalham, acintosamente, para “fazer” sucessores e não perderem a “grande veia financeira” que é a administração pública.

A prática da cidadania, o zelo e o esforço pela cidade, “às favas”! Desapareceram ! Querem apenas manter-se no cargo e preparar “seguidores” à continuar comendo na “ panela”... A politicalha, está, umbelicalmente, colada ao DNA que praticam. A subserviência do Legislativo ao Executivo, causa arrepios, de tão vergonhoso ! É um “beija-mão” e “troca de favores’ que não acaba nunca. Virou tradição. O nepotismo, campeia despudoradamente. O Ministério Público, não é acionado e dá graças a Deus. Pois, assim, não precisa mexer na”ferida”. Secretários municipais, tidos como achacadores do cargo, permanecem intocáveis.

Nosso desenvolvimento e progresso, perdeu na corrida com a “tartaruga” e o “bicho preguiça”. Enquanto isso, a 100 kms. da terrinha, floresce e prospera uma majestosa cidade. Há quase 20 anos, o nosso moral continua patinando . Damos graças a Deus, pela vinda da ex-Fosfértil, nossa última e única bandeira de conquista. Depois dela... "Marquez do Cassú “.


Luiz Gonzaga de Oliveira


Cidade de Uberaba

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

O TREM DA MOGIANA

Há mais de 20 anos minha mulher e eu, caminhamos, matinalmente, na praça da Mojiana. A saudosa Mojiana, mais tarde FEPASA, hoje, VLI-Atlântica, antigas são as recordações. Custa-me acreditar que acabaram com o”trem de passageiros”, daqui para Campinas. As viagens até quase o fim do século passado, não dá para esquecer tão cedo. A Mojiana, chegou no final do século XIX e foi de capital importância para o progresso da nossa região, trazendo e levando riquezas, transformando a vida e os costumes de uma cidade em estágio avançado de crescimento. “Viajar” de trem de ferro, era o sonho de toda criança, como é, hoje, visitar e brincar na Disneylândia...

A implantação das rodovias, o asfalto, as fábricas de carros, ônibus e caminhões, acabou tornando obsoleto o transporte de passageiros por via férrea. É como burro de carga; depois de trabalhar a vida inteira, o dono o despreza e o deixa morrer em qualquer canto da fazenda, onde um dia, prestou inestimáveis serviços. O brasileiro como sempre, sem memória, abandonou a ferrovia, tão usada nos países desenvolvidos e civilizados; berços de humanidade, cultura, história e progresso. Nos países da Europa, é o meio principal , o mais turístico e alegre, além de seguro e rápido. No Japão, apenas para lembrar, “viajar no trem bala”, é privilégio e lembrança que não se apaga. No Brasil, infelizmente, suprimiram o “trem de passageiros”, sonho imorredouro da minha infância...

A descaracterização do trem de ferro, em mais de 90% no país, deveria receber a repulsa enérgica da sociedade, das lideranças classistas, empresariais e políticas. Aceitou-se, pacifica e covardemente, uma decisão governamental para atender interesses escusos, que contraría princípios, violenta nossa história e depõe contra os nossos foros de civilização e cultura. Uma simples “ canetada”, uma argumentação frágil, “matou” o “trem de passageiros”, com a esdrúxula desculpa que ele não era mais rentável às empresas . E o Brasil, aceitou...

Nos primórdios da civilização regional, as estradas de ferro, “Mojiana” e “Paulista”, cobiçavam o rico potencial do Triângulo. Uberaba, era o alvo preferido. A “Paulista”, oferecia melhor condição de “frete”. A “Mojiana”, com o bafejo dos “barões do café”, de Ribeirão Preto, levou a melhor. A ânsia de chegada do progresso, foi tão expressiva que os uberabenses, proprietários do trajeto onde iam correr os trilhos, nada cobraram de indenização pelas áreas e pedreiras necessárias à construção da linha...

A “velha” Mojiana, do “tronco” ao “ramal” , duas linhas que saiam da terrinha, iam, uma via, Igarapava, Aramina, Ituverava, S.Joaquim da Barra, Orlândia , Ribeirão Preto. A outra ,o “ramal”, servia Conquista, “cipó”(Sacramento), Rifaina, Igaçaba, Pedregulho, Franca, Batatais e Ribeirão Preto. Quem, da “velha guarda”, não viajou até “ Barrinha” e de lá, em trecho eletrificado, desembarcou na estação da Luz, em São Paulo ?...

Foi marcante o episódio de um gavião que sabia o horário infalível da sua “refeição”. O cozinheiro do “carro restaurante”, religiosamente, lhe guardava a comida. À hora aprazada, o gavião lá estava como se tivesse relógio para receber a sua ração... O gavião, morreu. O “carro restaurante”, também. Os vagões de 1ª. E 2ª.classes, idem. O “ chefe” da estação, o apito do trem e o “conferente”, acompanharam. Restou a “303”, a “Maria Fumaça”, na praça da Mojiana. Está moribunda, suja, furada, maltrapilha, mato alto ao seu redor, servindo de vaso sanitário e mictório aos vândalos e de motel das estrelas, aos mais apressadinhos. Quando passo e olho aquele espectro de progresso de ontem, custo a conter as lágrimas... “ Marquez do Cassú”.



Luiz Gonzaga de Oliveira




Cidade de Uberaba

ECOS DA REVOLUÇÃO/64

O movimento de 1964, deixou seqüelas profundas no seio da sociedade uberabense. As prisões acontecidas, principalmente entre os católicos praticantes de uma linha socialista da época. O Arcebispo Metropolita, D.Alexandre Gonçalves Amaral, com indômita coragem, encarou os militares sem fraquejar à defesa de suas “ovelhas”, vitimas dos “dedos-duros” do movimento revolucionário. Na perseguição aos jornalistas do “Correio Católico” e dos padres da Arquidiocese, com a fortaleza moral que possuía, depois de um “ entrevero” com o então Comandante do 4º.Batalhão, Tte. Cel. Nazaré, “ zarpou” para Belo Horizonte e num áspero diálogo com o Governador Magalhães Pinto, Comandante Civil da Revolução, expôs-lhe as arbitrariedades que estavam acontecendo em Uberaba, solicitou a troca do comando local.

Magalhães Pinto, não esperava aquela reação da autoridade-mor do catolicismo regional. Não só atendeu d. Alexandre, como designou para o comando do 4º.BPM, um oficial que servia ao Corpo de Bombeiros da capital, católico fervoroso, Tte,Cel.José Vicente Bracarense. Profissional e disciplinador, veio para acalmar o perigoso atrito que envolvia Igreja x Militares. Bracarense, não só conquistou a tropa, como também, a sociedade uberabense. Credita-lhe uma série de melhorias à unidade. Aquisição da residência oficial para o Comandante, hoje, sede do 5º. CRM. , construiu, com praças e soldados, o prédio do “Colégio Tiradentes” e recursos dos soldados e oficiais; conseguiu o asfalto do páteo interno do Batalhão e a área fronteiriça ao Batalhão; hoje, praça Magalhães Pinto. Construiu também, com o auxilio de seus comandados, a Capela de São Sebastião e criou o “ rancho alegre”, local de lazer para militares e seus familiares.

Entre os fatos que marcaram sua atuação no comando, uma, foi digna de registro. Contou-me depois de anos, o saudoso sub-tenente Oscar Lage , que numa formatura de soldados, a tropa perfilada , o comandante Bracarense à postos, ao seu lado, ajudante de ordens e secretário, o seu filho, também militar José Hamilton de Jesus Bracarense. Nesse momento, chega ao palanque, o tenente Espírito Santo e entrega um documento à Bracarense. A tropa, em posição de sentido, aguardava apenas a ordem de iniciar o desfile. Foi nesse instante que um soldado, dizem , o mais gozador da tropa e com tudo fazia galhofa, “entortando” a boca para não ser percebido, comenta, baixinho, com o companheiro à sua direita:- Pronto ! Agora tá tudo certo ! A Santíssima Trindade, está reunida ! O pai, o filho e o Espirito Santo “... Quem ouviu não resistiu ao sorriso e a tropa desfilou, sorrindo, em todo o seu percurso...

Quando soube do que acontecera, bem humorado, o Comandante Bracarense, quis saber o “autor” da façanha. Como num código de guerra, ninguém delatou o companheiro... No QOR- Quadro de Oficiais da Reserva- , já Coronel, Bracarense “fincou” raízes em Uberaba e não retornou para sua doce São João Del Rey, onde nasceu. Tive o prazer de ser seu colega na administração Hugo Rodrigues da Cunha ( 1973/77) . Excepcional companheiro !

Tenho mais histórias da “revolução/64. Conto-lhes amanhã. Abraços do “Marquez do Cassú”.


Luiz Gonzaga de Oliveira




Cidade de Uberaba

HISTÓRIAS DA REVOLUÇÃO/64

Ainda naquela dura e cruel “ caça aos comunistas” da santa terrinha, as reuniões clandestinas continuavam sendo realizadas. Uma chácara nos arredores do córrego do Lageado, era a “toca” dos descontentes com a “revolução”. Uberabenses dos mais variados segmentos da sociedade, advogados, empresários, comerciantes, bancários e uma grande dose de estudantes universitários. Infiltrados entre eles, “ um observador militar” que ninguém pudesse desconfiar da sua missão. Era o “cabo Anselmo” das reuniões...

Certa feita, quando se planejava uma “expropriação” (roubo ) da única agência do Banco do Brasil, na terrinha, a “ reunião” foi cercada por “ milicos” ( como eram chamados os militares), abortaram os preparativos da tentativa... Quase todos os participantes foram presos. Menos um, o “observador militar” que fugiu antes do cerco”. Passados muitos anos, regime militar chegando ao fim, estudantes que se tornaram profissionais, empresários falecidos e outros participantes, “ fora de combate”, num encontro social, lá estávamos nós, o jornalista que conhecia a história e o militar, cuja patente era bem alta. “Papo” vai, “papo vem”, depois de seguidos uísques, na ousadia, perguntei-lhe como conseguiu fugir daquela terrível noite !...

-“O senhor foi o único que escapou!”, perguntei-lhe. Ele, mais que depressa, foi rápido no gatilho e não deixou por menos:- “Meu filho, nunca mais repita essa pergunta tão tola! Um bom militar como eu, não foge à luta. Apenas naquele dia, bati em retirada, entendeu ?” Mudamos de assunto e continuamos “ uiscando”...

Outro episódio daqueles tempos, me aflora à memória. Dois comerciantes conceituados na terrinha, pais de família, altamente caridosos, Euclides Brandão e “Babá da Farmácia”, com suspeitas de “ comunistas”, foram presos, vítimas da sanha dos “dedo-duros” da revolução. As famílias, perplexas com a arbitrariedade cometida, procuraram o mais famoso advogado de Uberaba e um dos mais conceituados de Minas, dr.Aristides Cunha Campos. Explicações de praxe, nervoso com a situação dos amigos, dr. Aristides, preparava a procuração à defesa dos presos. – “ Quem vai assinar a procuração? “ perguntou a um dos filhos de Euclides.

-“Eu!”, respondeu o mais velho.- “ O seu nome, por favor!”
-“Lenine !” falou alto e bom som.

-“Ah! meu filho, com esse nome, seu pai não sai da cadeia, tão cedo !...”respondeu o advogado. O outro filho, o saudoso Aristides Cunha Campos assinou a procuração...

Naquela tarde, Euclides Brandão estava em casa com a família e o “Babá da Farmácia”, foi no “vácuo” e também liberado da prisão...

Fatos verídicos acontecidos há 55 anos na sagrada terrinha . Bom inicio de semana. “Marquez do Cassú”.


Luiz Gonzaga de Oliveira


Cidade de Uberaba

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

O QUE ELE DISSE ?...


Tem fatos que se não fossem verídicos, os leitores iriam chamar o cronista de mentiroso, inventor de causos, criador de situações e outros adjetivos pouco lisonjeiros. Aliás, cronista é sempre assim: quando a “ coisa” não acontece, ele inventa. Parece até aquele clã político, emérito em criar mentiras, normalmente para agradar seus inocentes eleitores , desde que tvccontenham inverdades para seus adversários... É bastante conhecido aquele lema criado por políticos malandros e quase sempre sem pudor:- “Adversário se for honesto, correto e bem sucedido, sem defeito, a gente logo arranja uma carrada delas e ainda coloca doze testemunhas de cada lado”...

Mineiro então, é pródigo em realizar tais façanhas. Amigo de longa data, jornalista dos bons, primeiro diretor de jornalismo da saudosa TV-Uberaba, Symphrônio Veiga, era profundo conhecedor da alma mineira. Seus jeitos e trejeitos, “ saídas” e “entradas”. Conta “causos” que a roda de amigos, delirava. Inclusive eu. Symphônio, até hoje, fala rápido, “embola” as palavras, agilidade mental fantástica, é autêntico mineiro de “Belzonte”. Adora doce de leite com goiabada e sempre diz:-“vamos no buteco tomar um “golo”? Nunca boteco, nem gole...

Suas histórias, jurava , de pés juntos, serem verdadeiras. “Certa vez”, me contou, na estrada de  na divisa com Tamanduaá, casal de velhinhos, parou no único posto da cidade para abastecer o velho carrinho. – “Quantos litros, doutor ?” perguntou o frentista, na mesma faixa etária do casalzinho. – “Encha o tanque, sô, “ respondeu o motorista. Nisso, a velhinha do velhinho, entrou no “ papo”. –“O que foi que ele disse ?”. O velhinho gritou:-“Perguntou quantos litros quero colocar no tanque, entendeu?”. O frentista , curioso:- “’Ceis tão indo prá onde ?”. O velhinho da velhinha, já meio com raiva, - “Prá Uberaba, conhece ? Vamos visitar os parentes da minha mulher ! ”A velhinha insistiu:-“O que foi ele lhe disse? “ . De “saco cheio”, gritando, respondeu:-“ Ele perguntou para onde nos vamos passear, tá? “

Ao ouvir Uberaba, o frentista, alegre, antecipou:- “Eu nasci lá. Cidade boa.Terra de moça bonita e rica !”. – “O que foi que ele disse?”, perguntou , curiosa, a velhinha do velhinho... Nervoso,o motorista velhinho, respondeu:- “Minha velha, ele disse que nasceu em Uberaba”! Entusiasmado, o frentista continuou:- “Xí, há muitos anos, namorei uma garota da minha terra que era a moça mais bonita da cidade. Elegante, rica, frequentava o Jockey Clube, fazia “footing” na rua Artur Machado, íamos na “matineè” do cinema que tinha lá, o Metrópole. Mas, num dei sorte, ela era meio sem vergonha, deixava eu” bulinar” os peito dela, punha as mãos no meio das pernas dela... O senhor num há de ver, “nóis era” quase noivos, quando ela fugiu com outro”, completou. –“O que foi que ele disse? Demorou muito”, reclamou sedenta de curiosidade. 

Foi então que o velhinho da velhinha, não suportando a “ carga” de perguntas , deu a “bronca” final:- “Ele disse que te conhece lá de Uberaba, desde velhos carnavais”...

Tanque cheio, o velhinho pagou a conta, saiu em disparada, sem olhar pelo retrovisor, rumo a Uberaba, a amada terrinha...

Bom inicio de semana a todos. Abraço do “ Marquez do Cassú.



Luiz Gonzaga de Oliveira





Cidade de Uberaba

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

O CIRCO DO POVO !...

Beethoven Teixeira, quando no governo de Wagner Nascimento, teve a feliz idéia de criar o “circo do povo”, pensava em divertimento à população uberabense, principalmente a mais carente, “voz” aos artistas e arte e cultura, enaltecidas na sacratíssima terrinha. Não podia imaginar que, 25 anos depois, houvesse a troca de “ palhaços” e também da “ lona”... E, lamentável, para pior ! O circo imaginado pelo filho do saudoso dr.Edelweis Teixeira, serve, hoje, para outras “ finalidades”. Parodiando, nunca esteve tão em moda, o samba “Cara de Palhaço” , na voz inconfundível do melhor cantor de boate do Brasil, Miltinho, que dizia “Cara de palhaço, pinta de palhaço, roupa de palhaço, foi o que você arranjou pra mim “, letra antológica do compositor Luiz Antônio; “ veste”, a roupa de nós, uberabenses...

De algum tempo até cá essa parte, a administração municipal, considera os uberabenses , autênticos “ palhaços”. A palavra “palhaço”, é de origem italiana, “paglia”( favor não confundir com pulha...) servia para revistar colchões de antigamente. O palhaço, é lírico, ingênuo, angelical, inocente e quase sempre, frágil. Com o tempo, foi ganhando novas “ colorações”. No linguajar comum, tem características figurativas e termos pouco confiáveis. Que o diga os policiais militares.. .Ao entregar aos grafiteiros , a incumbência de pintar aqueles horrorosos e mal postos bancos no “calçadão” da Artur Machado, as autoridades, como sempre, pouco se preocuparam ( ignorância? ...) com o que podia acontecer...

As “caras de palhaços”, feriram os brilhos dos uberabenses. Inclusive dos militares.... A reação popular, veio na hora. A “arte” da “palhaçada”localizada, chocou os lojistas da área e os que por ela, transitam.- “Que palhaçada é essa ?” A Policia Militar, gritou:- “Esses bancos grafitados, é uma verdadeira apologia ao crime!”. Quando a Prefeitura se deu conta da “palhaçada” que incorreu, voltou atrás e mandou repintar os bancos do “calçadão”. Pudera ! O dinheiro não é dela ! Sai do nosso bolso! Só que a merda estava feita. Foi um “tiro no pé” da Administração. A cidade tomou”um soco direto no nariz de palhaço”...Veio a esfarrapada desculpa;- “Nóis num sabia que isso ia acontecer!...”Diz o velho ditado:-“Depois da casa arrombada, não adianta tranca na porta!”...

Aliás, as “ palhaçadas” estão acontecendo em profusão na santa terrinha do “Doca”. São tantas, que é de “ corar o frade de pedra “. Todo santo dia, as reclamações aumentam. A “cerca” que divide a Leopoldino de Oliveira, os BRTs., atazanando a vida dos comerciantes, a escuridão nas ruas da cidade, as obras inacabadas, as ruas esburacadas, a escuridão que causa medo, a falta de segurança, a sujeira nas vias públicas, o débil atendimento nos postos de saúde, a questionável “revitalização “ do centro da cidade, o isolamento aéreo que estamos sofrendo, o “ estacionamento pago” em locais de pouco movimento, a fedentina na parte final do córrego das Lages, incomodam os uberabenses de tal forma e a Prefeitura teima em não dar a menor atenção aos reclamos populares e o sufoco que o povão está passando.

Sem falar no aumento do IPTU, falta de creches, “burrocracia” na Prefeitura e “ otras cositas mas”.. .O uberabense não está suportando mais a “ cara de palhaço, o nariz de palhaço, a pinta de palhaço” que nos vestiram ! Pelo amor de Deus ! Vamos colocar um fim nisso !


Por hoje, chega ! Sem nariz de palhaço” ! Eita Uberaba, bão “. Abraços do “Marquez do Cassú”.


Luiz Gonzaga de Oliveira



Cidade de Uberaba

CAVALO TARADO...

De formação eminentemente rural, a história de Uberaba se passa, em grande parte, nas cercanias da santa terrinha. As fazendas, sítios e povoados, se tornaram repositório de um cem número de “causos”, magníficas histórias vividas que fazem parte do folclore da nossa centenária cidade. As famílias tradicionais, o gdo zebu, os canaviais, arrozais de antigamente, hoje, a cultura da soja, milho, sorgo e trigo, dominam a paisagem do campo. 

Isso aconteceu no advento do projeto de “ parceria e arrendamento de terras”, inspirado na ação de um uberabense ilustre, bancário aposentado, José Humberto Guimarães. Funcionário do Banco do Brasil, adido à carteira agrícola, movimentou o governo Wagner Nascimento e mercê estupendo trabalho, trouxe para Uberaba, um contingente enorme de trabalhadores paulistas, paranaense, catarinenses e gaúchos, para lavrar os nossos improdutivos cerrados. O projeto foi um sucesso. 

Na roça, os “forasteiros” se deram magnificamente bem. Valentes, sem preguiça, disposto ao trabalho, mal saía o sol, lá estavam eles com suas famílias, arando a terra. De onde vieram, condições nem sempre favoráveis, encontraram em Uberaba, a “Meca” para concretizar seus sonhos. A terrinha que sempre acolheu, de braços abertos, todos que a procuram, se alegrou ! Financiamentos, modernas máquinas agrícolas e uma vontade indômita para o trabalho, mudaram o panorama agro pastoril da região. Das barrancas do rio Grande, passando por Água Comprida e Conceição das Alagoas, ganharam também o cerrado rumo a Uberlândia . Colocaram fim naquela vegetação rasteira, de capoeira, onde habitavam cobras e calangos.

Afeitos à terra, poucos se aventuraram à pecuária. Os que optaram, se deram bem. Os filhos crescendo, famílias adaptadas aos nossos costumes, vieram os primeiros casamentos e a conseqüente mistura de sangue. A “interação famíliar” estava consolidada. Um fazendeiro novato na profissão, adorava cavalos. Sonho maior, ter um produtivo haras. Pacientemente, foi adquirindo exemplares. Desde os da lida diária, aos de exposição e reprodução. Daú....

A história que lhes conto: Apaixonado pela raça “mangalarga marchador”, comprou do Quinzinho Cruvinel Borges, na “Casa Azul”, dois bonitos animais. Um, preto. O mais novo, “rajado”. “Peão” da fazenda, acostumado a lidar com tropas, logo notou algo estranho. A todo instante, o preto “subia” no “rajado”, tendo “cobrir” o parceiro. Certa tarde, não viu os dois no curral. Temendo o pior, saiu à procura. Surpreso, encontrou os dois mortos. A tristeza invadiu coração do novato fazendeiro paranaense. Quís saber o que tinha acontecido com eles.
Veio, então, a “explicação” do “peão”:-“Sabe,patrão, quando um animal, “invoca” com outro do mesmo sexo,é um perigo. Eu explico, quando o preto, vendo o “rajado” distraído, bebendo água no “melancia”, pulou em cima dele e começou a” cobrir”. O “rajado”, no susto,”trancou a entrada”. Com muita dor, o preto, pensava:- se ele afrouxar, eu tiro. “.O “rajado”, segurando a dor da penetração, pensava:- se relaxar, ele põe tudo “...”Por isso, patrão, os dois morreram... Embora decepcionado com o acontecido, o fazendo concordou com o que lhe foi contado...

A história, nada tem nada a ver com o “namoro” Prefeitura x Codau , um cedendo ao outro, encargos e obrigações que lhe cabe. Qualquer semelhança, é mera coincidência.....Abraço afetuoso do “Marquez do Cassú"



Luiz Gonzaga de Oliveira





Cidade de Uberaba

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

JUNTOS POR UBERABA

As redes sociais vieram para ficar. Os tradicionais veículos de comunicação estão perdendo prestigio. Não são mais os “ grandes condutores da opinião pública”. Deixaram-se “ vender” para os poderes públicos. Estão perdendo, vertiginosamente, audiência de outrora. O povo não mais se deixa levar pelas aleivosias cometidas, propositada e covardemente, por eles . No caso do “ estacionamento pago” em Uberaba, o exemplo é gritante. Mais de 3.000 uberabenses se manifestaram sobre a antipática medida. 99% disseram NÃO! Vejam exemplos:

Marta Silva”:-“A praça Rui Barbosa ficou uma merda. Haja amortecedores para passar por ali”.Fátima Mafioli:-“É um grupo apartidário, ou novo?”, pergunta.Mário Afonso Guido Cunha, lembra “Foi o tempo em que Uberaba era o paraiso para se morar. Verdade é que muitos profissionais vinham prestar serviço, por aqui ficaram , casaram, criaram os filhos. Vamos lutar para voltar aos bons tempos, cidade limpa, ordeira e progressista. Esses últimos governos municipais, os prefeitos não eram nativos daqui. Vamos valorizar os uberabenses de verdade”.

Tem mais depoimentos .Sandra de Deus Cherim, “vamos sim, lutar por uma Uberaba melhor. Esses governantes que estão ai, estão acabando com a cidade. É aumento de água, essa de ter que pagar estacionamento, é um absurdo. Acorda, povo de Uberaba. Vamos lutar pelos nossos direitos.” Benigno Bebiano Jr.,exalta:-“ Temos o pior Prefeito de todos os tempos. Este senhor acabou com Uberaba”. Josy Veloso, sem medo:-“Sou funcionária pública; nem por isso, vou me calar”. Ataide Camargo, diz:-“ Governo fajuto. Culpado os eleitores que elegeram essa tartaruga. Temos que eleger gente competente e que traga empregos para a cidade. Acorda, Uberaba! Ano que vem, temos que limpar essa corja de burros”.

Continuam as “ broncas”. Milo Bazaga, pergunta “ É ganância do prefeito em aumentar o roubo no povo uberabense. Porque a zona azul de Uberaba, idoso tem que pagar ? “ Miguel Luiz, faz ironia:-“ Prudente de Morais, acabaram com o movimento dela. Coitados dos comerciantes. Parabéns, Sr. Paulo Piau, nosso prefeito querido...”Luiz Hozumi Nojivi, com tristeza, fala:-“Uberaba, realmente, parou no tempo!”. Gustavo Menezes, desabafa:- “O centro está parecendo dia de sábado. Quase nenhum carro parado nuas suas vias onde está cobrando estacionamento. Realmente a população não aprovou isso”. Evaldo Firmino, prega:-“Ninguém pode ser escravo de sua identidade. Quando surge uma oportunidade de mudança, é preciso mudar “. E as queixas nas redes sociais, vão se avolumando. Acompanhem :

Gina Idaló, grita:-“Esse Piau tá querendo mais “dim-dim”. Nossa! Já nos tirou tanto! Quer mais ainda ?”. Geraldo Jr.”É muito estranho. Queria saber o nome do dono dessa empresa. As máquinas não funcionam e os “ flanelinhas verdes”, querem vender o cartão de 20 reais”...Já Wesley Ferreira, é pura ironia:-“Tirando o trabalho do jovem aprendiz e suas oportunidades... parabéns,prefeito, parabéns, vereadores , estão cada vez mais, acabando com a nossa cidade”. Mário Cortez, é um gosador:-“Bom demais. Agora vamos poder andar a cavalo a vontade no centro. E em dia de chuva, vamos pescar uns peixes com o barco. Ei, Uberaba, véia de guerra! Leonardo Silva, nada contente, afirma “Parabéns por fazer o que sempre queriam: ganhar muito dinheiro pro bolso, destruir nosso comércio e a nossa cidade. Parabéns, vocês são “feras”uma máquina de destruição”. Paro por hoje. Uberaba, começa ficar acordada ! Isso é um alerta para os que se acham” donos da cocada preta”...
Volto na segunda. Bom fim de semana. Abraços do “ Marquez do Cassú”.



Luiz Gonzaga de Oliveira


Cidade de Uberaba

A PRAÇA ( E A RUA ) É DO POVO!

Estou a acompanhar essa celeuma do “ estacionamento pago” em ruas, praças e avenidas na terrinha do “Doca”. Então, veio à lembrança um episódio que tomou conta de Uberaba, em 1972/73 . Antes de deixar a Prefeitura, o prefeito Arnaldo Rosa Prata, embora com alguns senões, fizera uma louvável administração. A começar pela surpreendente vitória nas urnas, sobre imortal” Mário Palmério, com quem disputou a Prefeitura naquele “mandato tampão” . Arnaldo, inaugurou o , até hoje, inacabado “Uberabão”, construiu o novo terminal rodoviário, “cobriu” parte dos córregos centrais da terrinha, além de asfaltar ruas no centro e bairros da cidade.

Nas eleições municipais de 72, prestigio em alta, rádio,jornal e TV, recém inaugurada, às mãos, lançou, com a sua turma da Arena 1, o tabelião Fúlvio Fontoura, como candidato à sua sucessão. Pelas obras realizadas, o apoio recebido, a eleição do “pupilo”, era ‘fava contada” . Do outro lado, Arena 2, meio desorganizada, precisando de votos na convenção da escolha de candidato, lançou Hugo Rodrigues da Cunha, perdedor de uma disputa à deputado federal e ex-Presidente da ACIU, também um dos lideres do movimento separatista do Triângulo, de Minas Gerais, chamado UDET (União de Desenvolvimento do Estado do Triângulo).

Hugo, contava com um frágil apoio de empresários do setor automobilístico e reflorestamento. Não mais. “Boa pinta”, a “bola da vez” era Fúlvio. A “mulherada” morria de amores por ele. Hugo, feioso, bigodudo, era o “azarão”. (Sem contar com o João Pedro de Souza, coitado, do esfacelado MDB...).Máquina administrativa na mão, vereadores ao seu lado, deputado federal, imprensa quase unânime,Fúlvio, podia mandar fazer o “ terno de posse”...

Mas, como em “boca de urna” e “cabeça de Juiz”, ninguém sabe o que sai, Hugo, “deu um banho de votos no seu opositor”. A vitória dos“ reflorestadores”, deixou uma parte dos “donos da cidade”, na rua da amargura. Nesse ínterim, veio o “troco”. O grande “Jumbo Eletroradiobraz”, pesquisa Uberaba para instalar uma das suas espetaculares lojas ! Euforia do “grupo” derrotado. A empresa paulista, precisava de uma grande área para a sua instalação. O que fez Arnaldo ? Com a anuência, quase total, só Mário Guimarães, eleito vice prefeito na chapa de Hugo, votou contra, a Prefeitura, doou a praça Jorge Frange, a “antiga praça da rodoviária”, à empresa paulista... Seria a “consagração” de Arnaldo e da Arena 1 e a “oposição” teria de aceitar...

Hugo, “empinou o arreio”! Gilberto Rezende, “cabeça pensante” do grupo vitorioso, gritou:-“Doar praça pública à particular ? Jamais! A praça é do povo !”.Ação popular impetrada, a medida foi sustada. Quando tomou posse, uma das primeiras medidas de Hugo, foi anular o “decreto de doação” da praça. O “Lavoura” “caiu de páu” no novo Prefeito. As rádios também .A TV, ficou neutra. “Sapo de fora não ronca”, disse dr.Renê Barsam, presidente da emissora.

Hugo, ofereceu ao grupo, outras áreas. Por “pirraça” e orientada pela “oposição”, a empresa paulista não aceitava nenhuma outra localização. Queria a praça e pronto ! Só que a “praça é do povo”, diziam os uberabenses. O “castigo veio à cavalo”. Em pouco tempo, a gigante “Jumbo-Eletrorádio Braz”, faliu ! A “oposição” ficou caladinha e Uberaba ficou livre daquele abacaxi.

Conto-lhes essa história da vida política de Uberaba e essas pretensões absurdas, quando falam em “ progresso de Uberaba’, “democratização de espaços”...Não sei se o meu fraterno amigo, Gilberto Rezende, toparia encampar um trabalho comunitário e dizer aos atuais “donos” da terrinha, para ir devagar “com o andor”, nesse famigerado “estacionamento pago”.

Desculpem-me pela extensão do texto. Abraço uberabense do “Marquez do Cassú”.



Luiz Gonzaga de Oliveira



Cidade de Uberaba

“DOCA” E UBERABA

Acordei, pensando em Você, minha doce e amada Uberaba ! Como estão judiando da nossa querida terrinha, meu Deus ! Logo me veio a mente, Orlando Ferreira, que conheci na minha infância na vila Maria Helena, onde éramos vizinhos. Lembrei do “Terra Madrasta”, o livro tão polêmico, proscrito pela Igreja Católica, objeto de estudos históricos até hoje. “Doca”, tinha acendrado amor por Você, Uberaba amada ! Ao elogiá-la, manifestou também o seu desagravo,com o que faziam com Você ! A classe política que dominava a terrinha e a chamavam de “ Princesa do Sertão”...

Hoje, Uberaba amada, colocaram na rua, as mazelas que apostavam em Você. No livro, segundo a sua dedicatória, “Doca” ,dizia” está podre, andrajosa e descalça”. Em outro trecho, terra querida, ele afirmava:- “ Estás infeliz, embora ofereça o meu trabalho, aprenda nele a odiar seus malfeitores”. “Doca”, Uberaba ,minha paixão, mais adiante no livro que chamou de “Terra Madrasta”, dá o seu testemunho a claríssima, deslumbrada e autêntica visão do futuro que te aguarda, Uberaba de todos nós. Foi assim que ele falou numa hora inspirada:

“Em ti, no teu solo estupendo, só existe a eterna beleza e ver-te é considerar-se acordado nas paragens dos sonhos. Por toda parte, poesia, encanto, paisagens maravilhosas, brilho, caridade, esplendor! Do teu solo ubérrimo, das suas árvores lindas, das tuas águas brilhantes, evola-se um murmúrio doce e harmonioso, apaixonado e indefinível, música sublime em concerto com o Sol que canta, nas alturas, a eterna canção da Luz e a Lua, as sonatas do amor! Tens tudo, Uberaba, mas, estás pobre, andrajosa e descalça. És honesta, mas estás amarrada, subjugada e assim seus malditos algozes ti prostituiram facilmente ! Estás em mesmo estado, sim ! Além disso, muito desprezada e injuriada”!. Contudo, te amo ! Apaixonadamente !”

Relembro, minha amada Uberaba, a lucidez e clarividência de Orlando Ferreira, o “Doca”, ao se referir a Você ! Ele descreve, com sabedoria invulgar, no livro que completou 90 anos, o quanto a amava, terra querida ! Enaltece , Você nem imagina, o que representa também áqueles que aqui aportaram , à busca de melhores dias...Uns,se sobressaíram com altivez e honra ! Outros, denegriram e denigrem a sua gloriosa imagem, Uberaba de todos nós...

“Doca”,é transparente quando afirma:- “As nossas maiores desgraças , devemo-las à maldita política uberabense. Politiqueiros sem escrúpulos , em ações descuidadas, se cercaram de maus elementos vindo de fora, aventureiros mortos de fome, que aqui aportaram com o fito único e exclusivo, ganhar a vida. Gente que não tem o menor amor a nossa amada terra, cujo principal desejo, é forrar o estômago. Assaltam, com facilidade e ganham posições de destaque, graças a imbecilidade dos nossos caricatos dirigentes. Uberaba amada, tem sido vítima desgraçada desses malditos aventureiros- todos mal intencionados -, desonestos, ladrões e muito ignorantes. Entretanto, nossa terra não se emenda, não se corrige”...

Amanhã, continuo com meus pensamentos voltados à memória de Orlando Ferreira, “Doca”, tão perseguido por dizer a verdade que, segundo o historiador, escritor e presidente da ALTM, João Euripedes Sabino, até o seu túmulo, não consta do cadastro do cemitério do “ brejinho” e muito menos nos arquivos públicos e historiadores da cidade. Uma outra história...
Grato pela atenção da leitura. Abraço fraterno do “ Marquez do Cassú”.



Luiz Gonzaga de Oliveira




Cidade de Uberaba

domingo, 30 de dezembro de 2018

VOU-ME EMBORA PARA UBERABA ...

Sou fã de “ galocha” do inesquecível Manoel Bandeira. Pedí-lhe “licença pos-mortem” para parodiar o seu imortal poema “Vou me embora para Pasárgada. Deu “ nisso aí embaixo”:
Vou-me embora para Uberaba
Lá sou “ amigo do rei”
Trabalho quando o dia acaba
Gozo da “mamata” que sempre sonhei

II

Vou- me embora para Uberaba
Onde estou não sou feliz
Lá tem “boca” que não é macabra
Vou (não) fazer o que sempre quis

III

Vou brincar com a “Dora Doida” na rua Espanha
Fingir que estou doente, afinal, não sou demente
Passeio por todo lado; ninguém me estranha
Aqui, gostam de mim. Sou gente...

IV

Trabalho pouco, assino ponto, corro como atleta
Na sequência da folga, ainda ando de bicicleta
Vida boa, comida farta, “ dou uma de pateta”
Subo o “morro das 7 voltas”, lembrando o grande poeta

V

Não tendo que fazer, escalo o “morro da onça”
Se fico cansado, ora bolas ! deito
Fujo sempre de perto da “ lambança”
E ninguém me amola no meu leito...

VI

Faço minhas farras na companhia do “Zé’
Ele, malandro, conhece um “ mundo de muié”
Ando com dinheiro no bolso, pois sou um “barnabé”
“Encosto” na Prefeitura , bom emprego, sabe... pois é...

VII

Vir para Uberaba, minha vida mudou . Juro !
Onde morava, vivia sempre duro
Povão bão, preguiçoso, mas, bem educado
Não fala do “ sujo”, muito menos do “ mal lavado”...

VIII

Na “minha” Uberaba, tem de tudo
Terra de político “ peitudo”
“Peita” grana suspeita, “canta” menina vadía
Tem fazenda com gado, e é amante da pedofilia...

XIX

Em Uberaba, ele manda mais que o “ rei”
Seu nome ? Todo mundo sabe... eu também sei...
Prá minha terra, nunca mais voltei
Como sou bem “tratado”, jamais esquecerei...

X

Na terra onde nasci nunca passei de ‘pé rapado”
Em Uberaba, virei político, sou respeitado
Já fui tudo: secretário, prefeito, deputado
“Cara de boi sonso”, fiz fortuna, pois sou organizado

XI

Vou-me embora para Uberaba
Gente civilizada, mansa até não mais poder
Mulher bonita, boteco prá todo lado, gosto de jabuticaba
Com o “vidão” que levo, que mais posso querer...

XII

Vou-me embora para Uberaba
Lá, sou “ amigo do rei”
Ganho sem trabalhar, só o “ponto” vou assinar
A confiança de “ amigo do rei”, ora, ora... conquistei !
Desculpem-me pelos versos “ quebrados”...” Marquez do Cassú”



Cidade de Uberaba

A ROTA DO CALVÁRIO DA TV – UBERABA

“Fechando o caixão”... Ney Junqueira, chegou com disposição em continuar o trabalho iniciado com Rene Barsam, passou por Paulo Cabral, Wagner Nascimento, Bitencourt Bertulucci, Geraldo Barbosa e este dinossauro. A Globo, via TV- Triângulo, monopolizava os anunciantes e o governo municipais. Contudo, quem “não tem cão, caça com gato”, na programação local, levávamos nítida vantagem. Entrevistas, reportagens, acontecimentos, opinião, presença da TV onde o uberabense solicitava, eram nossas indeléveis “ marcas “ . Sem depender de “verbas chapa branca”, um dos pedidos que fiz ao “patrão” Ney, era a independência editorial do jornalismo. Enfrentamos jornadas memoráveis e saldo positivo !
                                                                 
TV – UBERABA – ÚLTIMOS SUSPIROS - Ney Junqueira Rene Barsam,Paulo Cabral, Wagner Nascimento, Bitencourt Bertulucci, Geraldo Barbosa. (Foto Acervo da Associação Cultural Casa do Folclore)
         Transferido o controle acionário, a TV pode “respirar” mais aliviada. Geraldo Barbosa e Hélio Tarquinio, controlavam com “mãos de ferro”, as finanças da Casa. Prestigio em alta nas esferas políticas, estadual e federal, Ney Junqueira, conseguiu “compor” dívidas com a “Minascaixa” , “Bemge” e “Banco Itaú”. Ao mesmo tempo, parcelou débitos com o INSS, Receita Federal e Embratel. Disputávamos, “ palmo a palmo””, audiência com a Globo, na santa terrinha . Essa emulação despertou o interesse da “Veja”, que estampou matéria de página, sobre a TV- Uberaba, afiliada a outra recém criada rede, o SBT (sistema Brasileiro de Televisão ) .Destaque para “Nico Trovador”, “ganhando de goleada” da concorrente. Entretenimento, programas locais, ”ao vivo”, esporte e noticia, a “ grade” de programação vitoriosa.

Nisso, Adolfo Bloch, dono do grupo “Manchete”, ganha a concessão do restante das “Emissoras Associadas” e funda a TV-Manchete, com uma imagem colorida linda, linda ! O governador Brizola, inaugura o sambódromo e dá exclusividade do carnaval carioca, à nova emissora. Foi um “ banho” de audiência. A Globo, ficou a ver navios! Programação qualificada, nomes famosos da TV brasileira, despertou o interesse de afiliação de novas emissoras. Uberaba, não foi diferente. Ney Junqueira e eu, partimos à busca de novas conquistas. Ao conhecermos as instalações, equipes técnica e de artistas, ficamos maravilhados ! Extâse? Sim. Negociações avançadas , Ney, dono, eu, superintendente, avalizamos o contrato assinado . O Wanderlei, companheiro de primeira hora, ligado ao SBT (Marcondes Piza, já comentado ), sentiu-se incomodado, deixou a emissora para inaugurar a Rádio Universitária, da FUREU, onde realizou excelente trabalho. Até hoje, a “espinha”da programação, lembra o “Wandeco”.

A afiliação à “Manchete” gerou lucros extraordinários. O nome “TV-Uberaba”, no entender de Ney Junqueira, era pequeno. Precisava alçar vôos mais altos, expandir-se. Regionalizar- se. Com pesar, “morreu” a TV-Uberaba...”nasceu” a”TV- Regional”. Parenteses: sua existência foi curta. Não “emplacou” e nem deixou saudade... Voltemos à “Manchete”. Os Bloch, “entram” na teledramaturgia. Novelas que “ bombam” no Brasil inteiro; ”Dona Beja”, “Pantanal”, “ Ana Raio e Zé Trovão”, “Corpo Santo”, “Kananga do Japão”, dão “banho” de audiência na concorrência. A TV Uberaba, na “maré”, adquire novos equipamentos. Josafá e eu, fomos buscá-los em Florianópolis; ampliamos as instalações da emissora, contratamos José Pedro de Freitas , nome importante da televisão brasileira, faturamento em alta...Mas, nem tudo “ que reluz é ouro”...

Ney Junqueira ,desfaz-se de seu casamento e foi morar no Novotel. Não durou muito, estava com nova companheira. Levou-a para administrar a TV. Geraldo Barbosa, Freitas e este dinossauro, não estávamos nos planos da “primeira dama”. Fim de 1994, corações “sangrando”, fomos exonerados. A “madame” reinou absoluta. O declínio da emissora, se fez sentir. Todo aquele cabedal de experiência, exauriu. Ney Junqueira, sem forças para tocar o empreendimento. Morreu, subitamente. Com ele, a “TV-Uberaba” e depois, ‘TV-Regional”. Hoje, resta o prédio de onde saíram grandes conquistas para a amada Uberaba. A cidade deixou de ter um “ porta voz” autêntico. O prefixo atual é TV- Bandeirantes, cuja administração está centralizada em Uberlândia. A comunicação na terra de “Doca’, levou um tiro pelas costas, chamado incompetência !...Tchau Uberaba ! Abraço do “Marquez do Cassú”.

Cidade de Uberaba

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

JOÃO PEDRO

Ano de 1972, estava em alta a estima do uberabense. O segundo maior estádio de Minas, recém inaugurado ( até hoje, inacabado...) ,cobertura dos córregos do centro da cidade (causadora das enchentes atuais...), a construção de um novo Terminal Rodoviário (quando deram a praça velha para um hipermercado “quebrado”...), asfaltaram ruas de bairros, (proprietários não conseguiram pagar os altos preços cobrados e perderam, quase todos, seus imóveis...) ,inaugurada a primeira geradora de televisão da cidade (TV-Uberaba), nosso orgulho na época ( hoje, morta e sepultada pela incúria dos nossos empresários que não quiseram mantê-la. Preferiram trazer a Globo, “ de lá...”

Na política, as ARENAS 1 e 2, “mandavam” na terrinha .PMDB, esfacelado, com a morte do seu líder, Chico Veludo. Deflagrada a sucessão municipal, Rosa Prata, prefeito; João Guido, deputado federal; Randolfo Borges Jr., ex-prefeito. Turma “ da pesada”. Na Arena 2, um grupo de empresários, iniciantes nas ” armações” políticas: Gilberto Rezende, Hugo Rodrigues da Cunha, o tio, deputado federal, José Humberto, Joaquim Martins, da “Distrive”, além do vereador Mário Guimarães, que fazia “oposição” a Rosa Prata... 

Previsão inicial: -“Quem nós escolhermos, pode mandar faz o terno de posse”, jactavam-se os donos da Arena 1. A Arena 2, não tinha votos suficientes para lançar candidato na convenção. Fizeram então, um “ acordo” ; dois dos convencionais da Arena 1, “votariam” no candidato da Arena 2 para que não ficasse muito à mostra, a hegemonia dos mandatários da época, todos ao lado de Rosa Prata. Escolhidos, Ramid Maud e Randolfo Borges, votaram em Hugo Rodrigues da Cunha. Do outro lado, certo da vitória, Fúlvio Fontoura, filho de Lauro Fontoura, ex-prefeito da cidade, aos tempos da ditadura Vargas. 

O PMDB, coitado, acéfalo. Paulo Afonso Silveira, segurando o “ barco”. Ainda assim para “cumprir tabela”, escolheu o alfaiate João Pedro de Souza, candidato à prefeito e um bom grupo de candidatos à vereador. Pela primeira vez, Uberaba iria conhecer um “ palanque eletrônico” na TV-Uberaba. Peças das duas Arenas, rebuscadas . Bem feitas. PMDB, quase “porca miséria”. João Pedro, varinha na mão, indicava, se vencesse as eleições, traria água do rio Grande, à abastecer o cruciante problema d’água existente na terrinha. O anúncio virou piada na cidade. –“João Pedro ficou doido. É preciso interná-lo no Sanatório Espírita! Onde já se viu pensar uma coisa dessa”!... 

Louve-se a lealdade de Paulo Afonso Silveira, ao candidato e ao partido. O mesmo não se pode dizer dos vereadores.. .Abertas as urnas, a vitória cantada pela Arena1, virou cinzas... Tido como “zebra”, a Arena 2 com Hugo Rodrigues da Cunha, deu “ banho” de votos e elegeu-se prefeito de Uberaba, com larga vantagem. O mito que a “ máquina administrativa” sempre vence, foi por água abaixo.. .Disse água ?...Acompanhe. 

João Pedro, abandonado, triste, aborrecido, achincalhado, endividado pela campanha, sem votos, humilhado, entrou na mais terrível das doenças, a depressão. Não suportando tanta difamação, um belo dia, ao mirar-se nas águas do rio Grande, na ponte que divide Minas e São Paulo, a tentação do demônio foi inexorável. João Pedro, não resistiu. Atirou-se nas mansas águas que queria trazer para abastecer Uberaba.. .Perdeu-se nas profundezas do rio Grande... 

Tempos depois, ( ironia do destino !..) os mesmo políticos que o chamaram de louco varrido, tentaram obter financiamento para trazer a água do rio Grande,à abastecer as torneiras da santa terrinha...Ao mais calhorda dos políticos, guarde sempre o velho ditado: “ nunca diga que dessa água eu não bebo “.... “Marquez do Cassú”. 



sexta-feira, 3 de agosto de 2018

OS “ CORONÉIS “

A fase do “coronelismo” em Uberaba, é muito antiga. Secular, até. Nefasto legado pelos nossos antepassados que, não fosse a “ louca” figura de Mário Palmerio, trazendo cursos universitários ( Escolas superiores) para a santa terrinha, até hoje, estaríamos vivendo apenas a era do Diocesano, Nossa Senhora das Dores e Escola Normal. Os filhos dos ricos “ coronéis” indo estudar nas grandes Universidades brasileiras e os filhos da pobreza , amargando tão somente o curso técnico profissionalizante da Escola “ José Bonifácio”... Meninas estudando no “ colégio das freiras” e os meninos no “ Marista”.. .Autênticos clubes do “bolinha” e “ luluzinha”... Palmério, criou o Colégio Triângulo, onde estudavam juntos, moças e rapazes, independentemente da classe ou categoria social, sem distinção de credo, cor ou raça . Daí a raiva que quase transformou-se em ódio da “ coronelada” devotada ao grande líder.

Ataliba Guaritá Neto, o eterno Netinho de inesquecível presença, nasceu em berço confortável .Rico ? nem tanto.. .Estudou no Rio de Janeiro, sem contudo, concluir curso universitário. Não precisou. Era tão ou mais inteligente e capaz que muitos daqueles jovens possuidores de “ canudos” que, sem atividade fixa, perambulavam pelas ruas da cidade. Netinho, vocação ímpar para a comunicação, ao retornar à terrinha que tanto amava , foi trabalhar no rádio (PRE-5) e no jornal (“Lavoura e Comércio”). Seu talento saía pelos poros. Versátil, improvisador incomum, despontou. Amigo sem defeito, conquistou mercê a sua esmerada educação, companheirismo e lealdade, toda Uberaba. 

Redemocratizado o País, candidatou-se à vereador. A cidade gostava dele. Ganhou com” um pé nas costas”. Despontava ali, uma grande liderança. Filiado à UDN, a “ eterna vigilância”, fazia oposição aos PTB, de Palmério e Boulanger Pucci, eleito Prefeito, com elegância acima de tudo. Netinho, era a “ coqueluche” política da terrinha. Tempos seguidos, vieram as eleições proporcionais. Netinho. tinha tudo para tornar-se deputado e ser o grande porta-voz de uma cidade que retomava o caminho do progresso e sede de crescimento. 

Pré -candidato, próceres da UDN, encantados com o prestigio popular do seu filiado, tinha como “ favas contadas”, a sua eleição . Àquele tempo( 1946), havia mais honestidade, lealdade de princípios, seriedade em compromissos assumidos, além de uma campanha modesta, sem gastar os “ rios de dinheiro” dos dias atuais. Netinho, empolgado com a aceitação popular, fazia planos como recompensar o carinho, respeito e confiança que lhe eram depositados, mesmo sendo só pré-candidato. Da riqueza da terrinha aos mais humildes, seu nome era unanimidade. 

De repente, a decepcionante, desagradável e covarde “ rasteira”. Sorrateiramente, na convenção do partido, a UDN” houve por bem”, escolher o nome do pecuarista araguarino, Max Nordeau de Rezende Alvim, como candidato à deputado estadual, no lugar de Netinho ! A decepção não só tomou conta do uberabense ilustre, mas, também, de toda a cidade. Ele e todos os eleitores, não imaginavam que os políticos fossem tão desonestos, falsários e sujos como “ pau de galinheiro”... As desculpas mais esfarrapadas , saiam das bocas sujas dos mais “elegantes, austeros, sérios e intocáveis dirigentes udenistas “.. Autêntica água na fervura... 

Não demorou, veio à tona, toda a trama . O secretário da UDN, com a conivência do partido, “vendeu” a candidatura de Netinho, por um “ jeep”, novinho em folha, zero quilômetro... O político desfilava, leve solto, pelas ruas da cidade, todo garboso e altaneiro. A decepção moeu o coração de Netinho. Daí em diante, recusou todos os convites políticos que lhe eram feitos . Perguntado, respondia: - “ a melhor política da minha vida, foi deixar a política “...Abraços do “ Marquez do Cassú. 





sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

JORNAIS E JORNALISTAS


( Jornalista tem que ter independência intelectual; caso contrário, vira vendedor de super-mercado...)

Veterano na profissão , mais de 65 anos de atividade ininterrupta, creio poder alertar aos colegas que estão “ na estrada” e aqueles que se iniciam no difícil e espinhoso caminho do jornalismo. Pululam as escolas de comunicação social em quase todas as cidades brasileiras . Verdade, o jornalismo apaixona ! Em qualquer área . Desde os que falam das flores, da noite, da comida, bebida. Mulheres, alferes, das artes, malazartes, do esporte, da policia,política, o campo é vasto, repasto, fulgurante, intrigante, alegre, doído, promissor ! Quem entra nessa seara, deve estar preparado para todos os percalços da profissão. 

Sou do tempo em que as pautas não ficavam restritas à redação, né meu querido César Vanucci ? O bom repórter ia para as ruas, “à cata” da noticia, em cada esquina, praça, repartições públicas e domínios particulares. Como um bom “ perdigueiro”, nada escapava do faro de um solerte repórter... A atual fase em que toda noticia” se recebe’ pela “internet”, fez com que o jornalista se acomodasse em berço esplendido. Vem tudo à mão ...A noticia não é “ procurada”, esmiuçada; ela se lhe apresenta como “ garota de programa” ... 

O texto das famosas e famigeradas “ assessorias de comunicação “, já vem redigidas e o redator que o recebe , não se dá ao luxo ( ou lixo ? ) de acrescentar ou mudar nem uma vírgula. Coloca tão somente o nome do “redator” responsável pela matéria e pronto ! É que, essas “ assessorias”. prudentemente, redigem os textos sempre apócrifos... Confesso- lhe , desconheço se os professores de Jornalismo, dão aos seus alunos, a exata dimensão do que é uma reportagem colhida na rua. O fato narrado pelo repórter, como “conseguiu” a noticia... 

Conversar, especular, entrevistar os personagens, sentir o seu drama ou a sua incontida euforia, é o receituário de uma boa matéria .Ascultar a sua empolgação, o senso de justiça, seriedade e verdade daquilo que está escrevendo...O jornalista deve fugir da noticia “encomendada”. O seu papel, além de relevante, é sumamente importante. Ouvir os dois lados em foco, é o “manual de redação” de qualquer grande jornal. Confrontar a “ fonte oficial” e a realidade do fato noticiado. O bom jornalismo não se deixa levar pelas duvidosas “assessorias de imprensa ( ou comunicação)” que mostram apenas o que lhes interessa. 

Os jornais, principalmente os do interior, perderam o “cheiro” das ruas, a voz do povo, o fascínio que é uma noticia verdadeira, concreta. Falta sensibilidade, coerência aos donos dos jornais, que obrigam ( sob pena de demissão )a noticiar apenas o que interessa ao dono , aliado ao seu “ grupo político “... Jornalismo é espelhar a vida. Seja de luzes ou sombras. 

È pecado mortal, ficar refém das “assessorias de imprensa”e das noticias “ maquiadas “ . 


Jornalista não pode cair ao “rés do chão”, empolgado ao que lhe apresenta geralmente o político. A liberdade de opinião e de informação, são sagradas e estão inseridas na Constituição. E triste ver, ler, ouvir aqueles “registros oficiais”. Eles ocultam a verdade ! Especialmente no caso de Uberaba , a decadência de costumes é de dar pena ! O bom jornalismo não pode se levar por paixão, dinheiro falsear a noticia. O jornalista é um transformador de costumes . A reportagem bem feita, a noticia dada com critério, isenta, sem ideologia, dignifica a profissão. 

A boa e íntegra informação, é pedra angular da cidadania. Não existe “ marketing” que suplante a inexorável verdade. Assim procedo desde os meus 16 anos ...( sua bênção, Jorge Zaidan, meu eterno professor...) “ Marquez do Cassú”.


sábado, 25 de fevereiro de 2017

MINHA CIDADE


MINHA CIDADE 

( a propósito do pseudo aniversário de fundação de Uberaba )...

Perguntaram-me o por quê esse amor por Uberaba. –“Não sei”, respondi.-“Minha cidade é como se não fosse só minha.É ínfima doçura e me dá vontade de chorar como uma criança dormindo em sonhos e fantasias”... É a minha Uberaba , minha cidade, meu chão, minha paixão. Fora daqui, sou peixe fora ‘água, sinto-me no exílio e choro de saudade da terra amada. Se insistirem perguntar ,direi:- “-não sei a razão. Extrapola sentimento”. Confesso-lhes , não sei mesmo. Minha Uberaba , isso sim, eu sei: é a minha terra santa, sagrada terrinha, minha cidade, quase a minha Pátria !”.
Uberaba para mim é a luz, o sol, o sal,a água, o vento, a brisa, o vento que se tornam mais azuis quando os vejo, os sinto, esqueço as mágoas, longas e penosas mágoas, traições, ingratidões, maldades, maledicências, deslealdades, covardias...

Uberaba é a minha terra-mãe, que tenho vontade de beijar-lhe os olhos, passar as mãos nos seus longos e lisos cabelos, acariciar seu rosto sofrido, às vezes, em prantos de tantas maldades de seus filhos naturais e ou adotivos; mudar as cores do seu vestido, tão roto e mal tratado... 
Uberaba sem meias e sem sapatos, ruas esburacadas, praças mal iluminadas, trânsito conturbado, segurança tão insegura, doentes sem assistência, porque tanta pobreza, minha querida Uberaba !... e agora “aquela humilhante cerca na principal avenida da cidade!...

Mas, amo-a tanto,minha Uberaba, tanto, tanto... Mesmo que não tivesse Pátria, Estado, teria a minha cidade: eu que nasci do ventre de minha mãe, não do vento que assopra, de onde vou e nem venho, mas permaneço com o tempo sofrido e sôfrego.. Eu, elemento de ação, têmpera e temperamento , tenho pensamento,vontade,pois não vivo ao léo, já que tenho espaço, minha casa, minha família, meu lar, minha cidade !...

Apesar de todos os pesares, tenho fé, coragem, dogma e vontade de servir a minha cidade, mesmo ouvindo coisas que não precisava ouvir, lendo e vendo coisas tão desnecessárias...
Uberaba minha fonte de doces desejos ,de mel que entranha nos meus lábios, cidade amada !
Mal de esperança em futuro brilhante mesmo contra a vontade daqueles que a traem, aproveitam da sua misericórdia e bondade, ainda que machucado, ofendido, criticado, esqueço tudo. Fico calado, cego, mudo (nem sempre), estropiado, ainda assim, sempre defenderei “cara a cara”, “peito a peito”, “frente a frente”, poemas de glórias, horizonte sem fim, fé inabalável, tal qual o poeta “ príncipe dos jornalistas triangulinos”, Quintiliano Jardim, “Uberaba, não sei das duas quero mais
Se a Uberaba das minhas brincadeiras de criança
Ou a Uberaba dos meus dias outonais”...
Estou recolhido ao meu bloco...Entro em recesso. Até 4ª.feira de “cinzas”. “Marquez do Cassú”

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

VOCÊ NUNCA DEVE UNIR O INÚTIL AO DESAGRADÁVEL…

Lembro mais uma do Zote, figura maiúscula do folclore dessa Uberaba quase bicentenária. Não é segredo a amizade que sempre uniu Zote à família de Osório Adriano, tradicional na cidade. O “velho” Osório dedicava carinho especial ao jovem Zote. Amizade que extrapolou à figura do patriarca e chegou aos filhos Garibaldi e Jairo. Os outros, doutores Wilton e Osório Filho, saíram jovens de Uberaba e o convívio com Zote foi menor. Com Garibaldi e Jairo, amizade de irmãos. Relação que se estendeu com os netos do “seo” Osório, filhos de dona Olésia e Mário de Almeida Franco, especialmente com o advogado, fazendeiro e empresário Mário Fernando Adriano Franco, também figura de relevo na maçonaria uberabense. Mário Fernando, tinha um carinho especial pelo Zote, ao ponto de encontrarem-se quase diáriamente e, quando isso não acontecia por qualquer motivo, um telefonema entre eles, era inevitável.
Zote adoeceu.Um principio de infarto preocupou os amigos. Exames teriam que ser realizados em São Paulo, no Instituto do Coração , aos cuidados do saudoso Adib Jatene. “Medorréia” no mais alto grau, impôs à família, uma condição:
“Bem, eu vou. Mas o dr. Marinho ( como ele chamava Mário Fernando ), vai comigo. Se não… No avião da família Franco, Zote foi para S.Paulo. Logo nos primeiros exames, a constatação: uma coronária bloqueada, a outra semi bloqueada e uma solução: cirurgia. Zote, suava em bicas e resmungava o tempo todo. Nervoso, seu estado inspirava cuidados. Lá pelas tantas da madrugada, Zote acordou o amigo Mário Fernando, quase suplicando, pediu:
-“Dr. Marinho, vamos fugir daqui?”
A reação inicial de Mário Fernando foi dizer não! Aí veio nele a “dor de consciência”. “E se eu disser não e acontecer algo pior… vou sentir remorso pelo resto a vida “, pensou rapidinho.
-“Vamos sim, Zote. É prá já. . Arruma a mala que estou arrumando a minha”.
Zote, mais que depressa, começou a jogar tudo dentro da mala. Pijama, camisas, calças, cuecas, meias, cuecão de doente, escova de dente e tudo mais que tinha direito.
Mário Fernando, amigo e confidente, companheiro inseparável de Zote, arrependeu-se da atitude que estava tomando e pensou em segundos:
-“E se o Zote morrer no caminho? Serei culpado e não me perdoarei pelo resto da vida…”A dúvida assomou-se à cabeça do amigo. Segundo seu relato, teve uma ideia luminosa: jogou as malas no corredor do hospital. Porta do quarto fechada, “combinavam” a melhor maneira de deixar aquela casa, sem ser notados. Eis que a porta se abre e um brutamontes, segurança do hospital, acompanhado da enfermeira-chefe, postaram-se à porta e lascaram a célebre frase:
-“Onde o senhor pensa que vai, “seo” José Formiga?”
Na manhã seguinte , Zote estava operado, cirurgia que correu maravilhosamente bem nas mãos do competente Adib Jatene e, à cabeceira da cama, o amigo de todas as horas, Mário Fernando Adriano Franco. Feliz início de semana e o meu abraço “Marquez do Cassú”…

LUGAR ONDE MANDA A CORRUPÇÃO, QUALQUER RESULTADO É ESPERADO

Mais uma historinha do meu sempre lembrado e saudoso amigo José Formiga do Nascimento, o mítico “Zote” que Uberaba inteira respeita, admira e reverencia. O fato aconteceu comigo, esse insignificante contador de “causos”, em meados dos anos 60, quando do recém criado Nacional Expresso e a linha Uberaba-São Paulo-Uberaba. “Zote”, segundo ele mesmo, tinha dois escritórios: um oficial, no posto que leva, até hoje, seu nome; o outro, os dois enormes bolsos das calças larga que usava, feitas, naturalmente, por encomenda. Bolsos grandes que abaixo dos joelhos. Neles, “Zote”, “guardava” documentos. Seguro de vida, seguro dos ônibus, escrituras de terrenos, fazendas, posto de gasolina, talões de cheques e, evidente, dinheiro, muito dinheiro das suas transações comerciais. Precisando recorrer a um documento importante, o mítico “Zote”, enfiava a mão e o braço calça abaixo e, solenemente, dizia –“Peraí, deixa procurar no escritório da “direita” onde tá “. Se, por ventura, não encontrava, trocava de mão e repetia:-“calma, deve t’aquí no escritório da esquerda”… Normalmente encontrava o que procurava. Certa ocasião fui apresentar-lhe – a seu pedido – , um plano de publicidade para o Nacional Expresso. Chegando ao escritório, assustei. “Zote”, ao telefone, em meio a uma pilha de papéis e, à mesa, centenas de documentos, notas de um, cinco e dez cruzeiros, esparramadas até pelo chão, notas fiscais do posto de gasolina, jogadas ao canto do escritório, enfim, uma bagunça generalizada. Pus-me a apanhar o dinheiro no chão, recolhia as notas fiscais e comecei a colocá-las em cima da mesa. “Zote”, quando viu o meu gesto, ainda no telefone, tapou a boca do aparelho e dirigiu-se a mim :

-“Para Luiz, para! Não mexa nos papéis, por favor,”.

Sem graça e surpreso com o pedido, larguei, de pronto, a minha “arrumação” e esperei que ele terminasse a ligação. Em minutos, finda a “fala”, voltou-se, educadamente prá mim e disse:

-“Trouxe o orçamento que lhe pedi?”

Respondi afirmativamente e não “aguentei” e perguntei-lhe:

-“Zote” porque ‘cê” não quis que eu arrumasse seus papéis, homem de Deus!”.

-“Arrumando nada”, respondeu. –“Cê tava era bagunçando meu escritório, moço”…

Se fez a publicidade, não me lembro, mas, se Uberaba tivesse uns DEZ “Zote”…

Bom final de semana a todos. As historinhas “zoteanas” estão acabando… ”Marquez do Cassú”.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

“JORGE FURTADO-NU E CRU”




A competente jornalista Ana Luiza Brasil, escreveu em passado não muito recente, o livro “Jorge Furtado nu e cru”, retratando fatos da vida do grande médico uberabense. Livro de muito valor para a história da terrinha. “Jorge Furtado-nu e cru”, está recheado de fatos importantes da vida do ex-prefeito, grande político, emérito professor e líder de uma geração de estudantes universitários de Uberaba. Jorge Furtado foi professor na MED , Odonto e Medicina Legal na Faculdade de Direito.Fui aluno de Direito desse grande mestre, onde travei lembranças eternas. Antes, em 54, quando Mário Palmério , o grande líder da política uberabense e, até hoje, insubstituível, o lançou candidato à prefeito, já eram fortes e indestrutíveis os nossos laços de amizade e afinidade política. Naquele ano, perdeu as eleições para Artur Teixeira, mas ganhou a Prefeitura 4 anos depois , em 58. Como mestre e amigo, Jorge Furtado foi insuperável. Se não bastasse seus conhecimentos, sua formação didático-cultural, exercia sobre seus alunos verdadeiro fascínio. Até os estudantes menos atenciosos e aplicados, desinteressados pela matéria, acabavam se contendo e, pacificamente, assistiam suas aulas. Em 1955, fumando um cigarro atrás do outro, o professor Jorge Futado usava jalecos abaixo dos joelhos e suas aulas mais práticas que teóricas. Aos sábados, levava os alunos de Direito (Medicina Legal)para os laboratórios da Medicina, a mostrar cadáveres sobre cadáveres, ministrando aula sobre anatomia , misturando-a com Medicina Legal.


Numa dessas aulas práticas, testando estômago da rapaziada e principalmente das moças, Dr.Jorge fez a brincadeira que marcou fundo à lembrança da nossa turma. Um cadáver recém chegado à pedra de mármore da Medicina, estava “fresquinho” para ser estudado.Era a aula de anatomia, após o almoço… Sem medo, os rapazes se postaram à frente do “presunto”. As mulheres, Rosa Maria (dona do cartório de protestos), Glorinha Cruvinel, Neuzi, Maria Helena Mendes, Maria Amélia Sampaio e Wanda Wanderley (esposa do Alencaliense Max, o “Gaucho”, ficaram encostadas na parede da sala. De longe e ressabiadas… O formol do corpo do indigente, exalava cheiro fortíssimo e as meninas, tremendo de horror!


Jorge Furtado, inicia aula. Percebendo o receio dos mais medrosos (as), executa a brincadeira que se tornaria famosa na Faculdade. Seguinte: Com naturalidade, falando pausadamente, ele fez uma incisão naquele corpo inerte e, num gesto rápido, retira um pedaço de carne do cadáver e leva à boca.- “Minha Nossa Senhora d’Abadia!” foi o grito que ecoou na pequena sala! Saiu estudante pra todo lado. Só duas portas. Empurra-empurra generalizado. Uns dando vômitos, elas gritando e “destripando o mico” a valer, pensando verdade fosse a atitude do grande professor! Qual nada . Rindo de orelha à orelha, o mestre acalmou a nós todos com a devida explicação:- “No instante que levei a mão à boca, troquei de dedo”. A custo, a aula foi reiniciada…


Tenho boas histórias do saudoso ex-prefeito e professor Jorge Furtado. Abraços do “Marquez”.

PRIMEIROS CARRINHOS DE CACHORRO-QUENTE (“HOT-DOG”) EM UBERABA


  Vou contar-lhes como surgiu um dos primeiros carrinhos de cachorro-quente(“hot-dog” é mais bonito,né?)em Uberaba, no ano de 1973 se a memória não me trai. Garoto ainda, o catarinense Rudy Eckes , deixou a família no sul do país e veio dar com os costados pelas nossas bandas, à tentar a sorte e um melhor meio de vida. Sem profissão definida, mas, potencial enorme de trabalho, Rudy encarou toda a sorte de serviço. Um dia, mercê a bondade da saudosa Maroquinha Cunha Castro, esposa do também saudoso Rodolfinho Rodrigues da Cunha Castro, alugou-lhe, sem fiador, o cômodo debaixo de sua residência, na rua Governador Valadares, esquina da 13 de maio, onde Rudy”fincou” seu boteco por muito tempo, aliás, ate o dia que precisou da garagem…
Aconselhado por amigos que conheceram a novidade (“hot-dog”)em Goiânia, Rudy comprou um velho “trailler” e tentou instalá-lo defronte ao então INPS, um pouco à frente de onde fora desalojado. Não deu sorte, encontrou barreiras. Foi à Prefeitura solicitar o alvará de funcionamento. –“Negativo!”, disseram-lhe os fiscais de posturas. “Trailler de cachorro-quente é prá currutela.Uberaba é cidade grande, não comporta isso”, disseram.

Frustrado, Rudy correu atrás do seu amigo, o saudoso padre Vicente Ambrósio, vigário da paróquia de S.Benedito, pedindo-lhe ajuda. O sacerdote cedeu-lhe, por empréstimo, um terreno no inicio da avenida João XXIII, Parque das Américas. Às v´esperas de mais uma Exposição de Zebu, instalou seu “trailler”. Aprendeu e esmerou na feitura (ou fritura?)do bife na chapa, comprou pão especial, tomate vermelho e introduziu tempero de mostarda e “catchup”no meio da carne com pão. O nome do “trailler” veio a propósito .pertinho do Parque Fernando Costa, na abertura da Exposição, morando na capital do zebu, não titubeou para escolher o nome do negócio “Zebu-dog”. O sanduiche fez sucesso, a freguesia chegou e o nome “colou como visgo”…

Só que o Pe.Vicente, precisou do terreno. Rudy teve que sair dalí.Alugou um terreno baldio na avenida Fidélis Reis, no centro da cidade. Fez muita propaganda da mudança de local para conhecimento dos fregueses. Azar! Não ficou muito tempo. O dono do terreno precisou da área para construir a sua loja de móveis. Pensou:-“ e agora para onde vou?” dolorosa interrogação. Sem alternativa, há mais de 30 anos, escolheu um local ermo,poucas casas, 2 pensões de viajantes, sem movimento, mato prá todo lado, era a praça Dr.Rebouças, mais conhecida como praça da Mojiana. “Sentou praça” no pedaço. O “zebu-dog” mudou-se prá lá.A freguesia foi atrás. Novos carrinhos de lanche apareceram. O movimento noturno da terrinha, mudou de eixo. Rudy, ativo, ampliou seu negócio.Comprou um terrenão no local e montou um salãozão de dança e deu o nome de “Forró do Rudy”. Sucesso! Quando a “mina secou”, aproveitou o salão e instalou um “rink” de patinação. Sucesso e dinheiro chegando.Na praça da Mojiana,hoje, proliferam bem instalados quiosques e muito movimento noturno com “fumo”, bagunça,gritaria, “cavalo de pau” e sujeira… O Rudy saiu do negócio que virou moda.No barracão do antigo “forró”, depois patinação, um cartaz:” aluga-se”…Rudy está aposentado. Espirita convicto, cuida de obras sociais…
Fecho “baú de memórias”.

Abraço agradecido do “Marquez do Cassú”