sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Brasil: Médicos na berlinda – Notícias a cada Estação:

De 1995 até hoje as faculdade de Medicina, menos de 100, são mais de 200.

Em Minas Gerais as FACS passam de 10 (1.000 médicos/ano) para 30 (2.700 médicos/ano) e serão 35 (3.100 médicos/ano) com as autorizadas. O aumento em Minas Gerais foi de 20, com 4 públicas e 16 privadas, e serão mais 4 públicas e 1 privada.

Em São Paulo passam de 20 (1.600 médicos/ano) para 30 (2.300 médicos/ano) e serão 36 (2.800 médicos/ano) com as autorizadas. Em SP o aumento é com uma pública com 40 vagas, e o restante todas privadas.

Em Minas Gerais a população é próxima de 20 milhões de habitantes e no Estado de São Paulo mais de 40 milhões de habitantes.

As mensalidades das faculdades são sempre acima de 4 mil/mês e quem paga tem que estar contribuindo com o Imposto de Renda na maior alíquota, e o dedução para a educação menos de 3 mil por ano.

Em todas as entidades de ensino, com serviço próprio ou conveniado com outros órgãos públicos ou privados, em suas cidades e regiões, são tratados pacientes do SUS, amenizando a chaga social.

No inicio do ano de 2012 o governo reduziu a metade o salário dos médicos no serviço publico por “mero engano”, medida revertida pela reação da classe, já era parte da agressão a imagem do médico.
Nos governos passados circulou uma noticia do compromisso de trazer cerca de 2 mil médicos de Cuba, sem a regularização legal pelo REVALIDA. Recentemente há o retorno do assunto, sendo divulgado a “necessidade” de importar 6 mil médicos, por negociação do Ministro das Relações Exteriores... O Ministro da Saúde só compartilhou com a idéia por seus motivos, ele que fora de bom relacionamento com as lideranças médicas... E neste panorama o Ministro da Educação ficou alienado na operação e dispensado das reações provocadas, se é que compartilhou...

Todo este caminho de deteriorização do medico teve importante etapa no decreto 7562 de 15/12/2011 que descaracterizou a Comissão Nacional de Residência Médica, a qual ficou refém do governo e de seus interesses. A autonomia da Universidade garantia Constitucional está fortemente abalada, e refém de interesses demagógicos.

Modalidades de Medicina praticadas em outros Países são sempre citadas parcialmente, conforme conveniência e sem esclarecer totalmente as peculiaridades, o investimento e a gestão, atendendo a outros critérios imediatistas, satisfazendo o gerador de notícias.

A PEC nº 29, de longa discussão, foi aprovada este ano, descaracterizada, foi mantida a participação de 15% dos municípios, 12% dos estados e a responsabilidade do setor federal que seria de 10% do orçamento ficou sem parâmetro definido de participação. Se fosse 10% ainda seria pouco.

Curiosamente, até o último verão, o salário no serviço público não chegava a R$ 2.000,00 (dois mil reais) e atualmente surgem noticias bombásticas de salários de R$ 10.000,00 (dez mil reais) e/ou incentivos e bônus de R$ 8.000,00 (oito mil reais) entre outros, mas não tocam no aspecto de reconhecimento da carreira de médico com segurança. São, portanto, imediatistas, inconsequentes e midiáticos.
Em época de turbulência expõem ao público o Ato de Médico, fruto de larga discussão e acertos. Isso ocorre com a conotação de agressão a classe, a única que não tinha regulamentação, sendo que o assunto fora objeto de ampla depreciação pelo políticos populistas.

O curso de Medicina tem 7.200 horas (MEC), mas chega a 8.000/9.000 horas ou mais.
Todos os outros cursos têm até 4.000 horas, sendo a maioria de 3.600 horas.

O Ato de Médico é de natureza personalíssima e sempre carrega a responsabilidade inerente, peculiaridades que superam em ônus proporcionalmente as demais profissões.

A Constituição Federal determina que a saúde é um direito do povo e um dever do Estado, é possível atender bem com gerenciamento, recursos, e isenção de interesses, mas é impossível fornecer todos os itens (exames,...) necessários ou não a todos aleatoriamente. É possível identificar as prioridades e isso é administração.

Com boa atuação só cerca de 20% dos atendimentos iriam em busca do especialista, tendo a maioria resolução no nível primário, com organização e sem abuso de tecnicismo.

A carreira de Médico no serviço público, com plano de cargos e salários, que está proposto não foi sequer discutida pelo Governo, e se vier acontecer seria por meio de Ação Popular.

O que falta é verba, gestão e determinação, ou opção de governo. Nada é impossível ou tudo é possível.

Vai chegar a primavera...e com ela as cores... Será médica?

 Nelson Hely Mikael Barsam
Ortopedista e Traumatologista                 

(Uberaba – MG) 13 de julho de 2013    

                                                

Cine Teatro São Luís

Com o passar do tempo, o teatro São Luís volta ao abandono e, em 1888, o prédio novamente ameaça a ruir. Nova associação é organizada, desta feita presidida por Manuel Rodrigues Barcelos, sendo as obras dirigidas por Crispiniano Tavares, engenheiro, escritor, proprietário e organizador da modelar e legendária “Quinta da Boa Esperança”.

Em 1891, afastando-se Rodrigues Barcelos da presidência da Associação, assume-a João Teodoro Gonçalves de Oliveira, tendo Bento José Dantas como vice, José Augusto de Paiva Teixeira, o Casusa, como secretário, e Manuel Terra como tesoureiro. Essa diretoria também efetua muitas obras no prédio, tanto de conservação, como de ampliação e modernização.

Em 1897, João Teodoro é vítima, em Mato Grosso, de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte. Com isso e o afastamento de vários membros da diretoria, é entregue o teatro São Luís à Câmara Municipal de Uberaba, que, à época, mercê de regime parlamentarista vigente a nível municipal, representa o que hoje é o município, passando a Câmara, daí em diante, a se responsabilizar pelo teatro, operando nele, em diversas ocasiões, reformas e melhoramentos diversos.

Cine  Theatro São Luis - Foto da década de 1930.(APU)

Conta, ainda, Hildebrando Pontes no notável ensaio citado, que o teatro chega a ter em seu arquivo 72 (setenta e duas) peças teatrais oferecidas por Antônio Borges Sampaio, figura que dificilmente será suplantada, em Uberaba, como seu maior e mais extraordinário benfeitor em todos os setores. Talvez por isso mesmo, a cidade o tenha “homenageado”, como diz Santino Gomes de Matos, com “um vago nome [apenas Coronel Sampaio], numa vaga rua, com afundamento melancólico na indiferença popular, eis a injustiça que se deve corrigir em relação a Antônio Borges Sampaio” (“Palavras de Apresentação”, in Uberaba: História, Fatos e Homens, de Antônio Borges Sampaio. Uberaba, Academia de Letras do Triângulo Mineiro/Bolsa de Publicações do Município de Uberaba, 1971). Em contrapartida, deu à atual praça Rui Barbosa, transferido posteriormente para a praça onde está a Concha Acústica, o nome de seu maior malfeitor, Afonso Pena, responsável por transferir para São Paulo a estrada de ferro Uberaba-Coxim, perdendo a cidade, de um dia para outro, todo o intenso comércio mantido com Mato Grosso.

Como não poderia deixar de ser numa sociedade que se preocupa quase exclusivamente com a materialidade da vida, salvo raríssimas e, por isso, insuficientes exceções, o referido arquivo, já em 1907 e ainda em vida de Borges Sampaio, desaparecera. Acrescente-se: criminosamente. Eis que o é toda ação e omissão que atente contra a memória da comunidade.

Com o passar dos anos, a teor do texto da lei municipal 529, de 8 de maio de 1926, até o próprio prédio do teatro não mais existe.

É que essa lei concede a Orlando e Olavo Rodrigues da Cunha, para a construção de um teatro, o terreno situado na praça Rui Barbosa, “onde existia o Theatro S. Luiz”.

Em maio de 1931 é inaugurado o então cine-teatro São Luís, cuja edificação é realizada pela firma Santos Guido & Cia., sob a fiscalização do engenheiro Guilherme de Oliveira Ferreira.

A inauguração do prédio, de propriedade da empresa Orlando Rodrigues da Cunha & Cia. Ltda., a partir de então destinado a cinema e representações teatrais, alcança grande repercussão à época, dada a modernidade não só da obra e do mobiliário, como da aparelhagem de projeção e de som.

Em 1938 é feita ampla reforma no prédio, inclusive com aquisição de terreno limítrofe para ampliação de sua capacidade. No ano subsequente, a empresa proprietária do prédio adota o nome do antigo teatro, passando a denominar-se Empresa Cinematográfica São Luís.

Entre inúmeras peças encenadas no São Luís, citam-se: em 1933, pelo Grupo Dramático Artur Azevedo, presidido pelo compositor e maestro Renato Frateschi, além de outras, o drama A Órfã de Goiás e a comédia Zazá, esta de autoria de César Mendonça; em janeiro de 1954, pelo Teatro do Estudante, a comédia A Incrível Genoveva, de Franklin Botelho, triangulino de Patrocínio, sob a direção de Reinaldo Domingos Ferreira; em novembro de 1963, pelo NATA, O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, sob a direção de Deusedino Martins.

Na década de 1960 O Núcleo Universitário Teatral Uberabense – NUTU, fundado por Hildo Nunes Lourenço e Paulo Silva, leva no São Luís duas peças: O Rapto da Cebolinha, de Maria Clara Machado, dirigida pelo primeiro, e O Transviado, também dirigido por Hildo Nunes Lourenço.

Nas décadas seguintes, além das sessões cinematográficas diárias, vez por outra ocorrem representações teatrais por companhias profissionais, principalmente de São Paulo, sendo uma das últimas, e das mais significativas e importantes, a encenação da peça Coriolano, de Shakespeare, em julho de 1974, interpretada por, entre outros, Paulo Autran e Henriette Morineau.

Em 1978, o prédio sofre nova reforma, passando daí por diante a apresentar apenas sessões de cinema, sendo as representações teatrais transferidas para o cine Vera Cruz.


Guido Bilharinho

Advogado atuante em Uberaba, editor da revista internacional de poesia Dimensão, de 1980 a 2000. e autor de livros de literatura, cinema, história do Brasil e regional, entre eles Brasil: Cinco Séculos de História, inédito

19/02/2012

Centenário de Mário Palmério – última parte

Talvez, em sua fase mais produtiva e criativa, como se não se satisfizesse com o trabalho em educação e política, com 40 anos, escreve e publica “Vila dos Confins”. Inquieto e ousado, escreve ainda o romance “Chapadão do Bugre”. Sua obra é tão criativa e importante para a literatura brasileira que é conduzido à Academia Brasileira de Letras, em 1969, tornando-se imortal. Suas obras são reconhecidas internacionalmente, tendo uma de suas obras adaptada para novela de televisão. NASCE NESSE MOMENTO O ESCRITOR IMORTAL.
A Universidade de Uberaba, com seus quase 70 anos, já formou mais de 82.000 jovens brasileiros, muitos dos quais, a grande maioria, não teriam outro caminho para qualificação e habilitação profissional que não na Universidade de Uberaba.

Uberaba - Senhora do Rincão!
Uberaba – Chapadão do Bugre!
Uberaba – Princesa do Sertão!
Uberaba – Vila dos Confins!
Uberaba – Rainha do Meu coração!

Um certo Mário, num dia alucinado
Sonhou um sonho nunca sonhado
Povo educado é povo inteligente,
Vencedor e cidadão, como diz o bom ditado
Amigo de Getúlio e Juscelino,
Fez inimigos com a ideia do Estado Triangulino
Viajou pelas correntes do Amazonas
Entregou obra-prima aos descendentes:
A Universidade do Sertão brasileiro,
No Brasil-Central, no Triângulo Mineiro.

Um certo Mário, visionário e escritor,
Foi deputado, embaixador,
Que fez da vida um conto musicado,
Da escola um conto aletrado
Divisor de uma cidade,
Um mito de todas as idades
Fez trânsito livre nos partidos políticos,
Imortal pela Academia Brasileira
Entregou obra-prima aos descendentes:
A universidade do sertão brasileiro,
No Brasil-Central, no Triângulo Mineiro.

Camurça, a mula prenha de ideia,
Traz Seu Valico, do Carmo e Arimateia
Camurça sabe que a alma se lava com sangue
Para aquele que se amulherengue
Piriá, de história e encantos,
Traz João Soares, Chico Belo e Paulo Santos
E na política ninguém vence sem coligação
Sabem todos que a solução é a educação
Entregou obra-prima aos descendentes:
A universidade do Sertão brasileiro,
No Brasil-Central, no Triângulo Mineiro.
Saudade é solidão
Saudade é melancolia
Saudade é sofrer
Saudade é morrer
Saudade é Viver!

Décio Bragança
Professor da Universidade de Uberaba

 03/03/2016
                                

Do que eu falo quando eu falo de bebidas

Pirajuba vivia de cara amarrada, feia. E balbuciava. Resmungava aquelas frases incompreensíveis, que eram mais incompreensíveis do que as frases do Meio Quilo – de quem se entendia apenas a expressão: Rolling Stones, yeah! Raquíticos, o diálogo entre ambos era o que se podia chamar de uma conversa de peso. Mas peso pesado era o Eduardo Bundinha que, além do debate político, carregava um protuberante background musical com infindáveis sugestões para o Moacir. O saudoso Moca, por sua vez, sempre irreversível. Bundinha dizia: Paulo Diniz, ele colocava Tim Maia – ao vivo; Premeditando o Breque, ele colocava Tim Maia – ao vivo; João Donato, ele colocava Tim Maia – ao vivo. Então, o Tonho intervia: Dave Brubeck, pô! E o Moca se prontificava imediato, afinal Take Five era Take Five. Quando o argentino Jorge Luis Borges escreveu “Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de biblioteca”, provavelmente sonhava com as estantes de livros do Tonho – que eram guardados na casa incrustrada na vilinha da Rua Artur Machado. Se discutir literatura com o Tonho configurava ato camicase, imagina só discutir jazz. Tinha que ter muita paciência, a mesma que os irmãos Luciano e Léo Tupaciguara tiveram para ler parte daquela coleção. O Nãna estava pouco se lixando para essas obras, preferia a moda de viola, uma caixa de cerveja, um pouco de uísque e algumas doses de Campari. Era o momento em que ele olhava para a mesa na ponta do balcão e percebia que o queixo do pai do Serginho e do Saulinho entortava proporcional aos copos entortados. Aí, Nãna virava poeta. Não mais – é óbvio – do que o Ismael Magrelo ao apear daquela motocicleta DT 180, barulhenta e desagradável, declamar o tal “Boneco humano, palhaço de pano...” e revelar o seu destino final: o Pai! Nessas horas, o Tonhizé evocava Noel Rosa e comentava com o Leão o resultado do futebol. No início da década de 1990, havia muito que se falar mal da amarelinha. Até que por uma questão incontinente do tempo chegava ao fim do ano e com a data o José Maurício Bunazar. O mesmo Zé que depois do 72° Hollywood continuava a se questionar: como é que pode no meio de tanto alienígena surgir um Francisco Petrônio, aprendiz glorioso de coxinheiro? Dona Marcelina, na sua habitual diplomacia, negociava para que a resposta ficasse para outro dia, uma vez que já se passavam das 22 horas e era 24 de dezembro. Enquanto isso, Mamute rangia os dentes e o Josino se esforçava para abrir os olhos. Com Itamar Assumpção nas caixas de som, ninguém queria se despedir, tomar a saideira ou ir embora para a casa. Foi o eterno Yassú que puxou definitivo a fila. Antes, a Rô analisava, Aninha gargalhava. Por fim, trôpegos, todos se levantaram e, sem mais nem menos, ou aviso prévio, as portas da Tristão de Castro esquina com a Raul Terra foram cerradas. Nesse dia, o Pirajuba foi o último a ser atendido e saiu de lá exatamente do mesmo jeito que entrou: com fé no bicho, de cara amarrada, feia e balbuciando aquelas frases incompreensíveis.

Luciano Bitencourt
Filósofo e escritor

 14/09/2017

Fundação Cultural iniciará reforma do Relógio e Obelisco da Praça Jorge Frange

Relógio e Obelisco - Foto: Antonio Carlos Prata.


A Fundação Cultural de Uberaba, por meio do Setor Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (Sempac), iniciará nesta semana a reforma e manutenção do bem tombado, Relógio e Obelisco, localizado na Praça Jorge Frange. O projeto vem sendo cuidadosamente estudado e planejado desde o primeiro semestre de 2017, com pesquisas e projeto arquitetônico que visam proteger o bem e preservar suas características originais.

A reforma contará com pintura total e a troca de vidros quebrados das esquadrias, e será colocado um gradil no entorno para evitar vandalismo e pichações. Além disso, também já está em andamento o processo de manutenção do relógio.


Relógio e Obelisco - Foto: Antonio Carlos Prata.

A equipe esclarece que as melhorias no bem tombado serão custeadas pelo Fundo Municipal de Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba (Fumphau), que provém de arrecadações do ICMS Cultural. O projeto, que contará novos pontos ao município, foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba (Conphau).

O relógio que se encontra sobre o obelisco, na Praça Dr. Jorge Frange, foi doado pelas colônias japonesas de Uberaba e Igarapava à comunidade uberabense, por ocasião do centenário da elevação de Uberaba à condição de cidade, em 1956. No intuito de guardar o relógio, a torre do Obelisco foi erguida no governo Arthur de Melo Teixeira, harmonizada com o antigo edifício da Estação Rodoviária.

Mesmo com a mudança do local da rodoviária e a remodelação da praça, nos anos 1970, o obelisco comemorativo continua em seu lugar de destaque, representando a participação do imigrante na história local e evidenciando sua inserção no contexto uberabense, ao mesmo tempo em que identifica culturalmente uma cidade construída por uma população diversificada.

Luiza Carvalho – Jornalista




Cidade de Uberaba

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Festa comemorativa dos 80 anos de João da Silva Prata


João da Silva Prata e netos.

João da Silva Prata e netos em 11 de junho de 1936,no Studio Schroroden.(Rua Vigário Silva,203)

Da esquerda para a direita:

Aluízio Rosa Prata, Maria de Lourdes Prata, Maria Ondina Prata,Stella Prata,Deise Rosa Prata, Alberto Prata Júnior, Thomaz de Aquino Prata, Marcelo Prata dos Santos, Marco Túlio Prata dos Santos, Maria da Gloria Prata dos Santos, Maria Rosa Prata dos Santos, João da Silva Prata, tendo no colo Maria Antonieta Prata, Maria Delia Rosa Prata e Maria Dulce Prata,Dila Rosa Prata, Vicente de Paula Prata,Mardonio Prata dos Santos, Hugo Prata e Arnaldo Rosa Prata.

Fonte: Prata, Thomaz de Aquino 

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Avenida Leopoldino de Oliveira Bairro - Centro

Avenida Leopoldino de Oliveira Bairro - Centro
Em 1928 o Agente Executivo Dr. Olavo Rodrigues da Cunha desapropriou, por utilidade pública, os terrenos necessários à abertura de uma Avenida, entre a Rua Artur Machado e o Mercado Municipal, mas, somente em 1937 é que foram iniciadas as obras de canalização do Córrego da Lage, calçamento de paralelepípedos, meio-fio, passeios de ladrilhos, curvas e terraplanagem, entre a Rua Artur Machado e Segismundo Mendes. Procedida a concorrência pública foi contratado o Engenheiro Hugo Melo Matos de Castro para a execução das obras, que foram abandonadas pelo mesmo. A Prefeitura Municipal rescindiu o contrato, fez a concorrência pública, transferindo-o para o Engenheiro Civil Abel Reis, que concluiu as obras.
                   
O Decreto nº. 50, de 05 de março de 1938 denominou o logradouro de Avenida Leopoldino de Oliveira e o Decreto nº. 69, de 10 de maio de 1938 proibiu a construção de prédios ou quaisquer imóveis às margens dos córregos que atravessavam a cidade, na área urbana. A extensão da avenida entre as Ruas Artur Machado e Senador Pena se deu em 1939, e a execução dos passeios laterais ao canal da mesma, em 1943.

A Portaria nº. 301, de 18 de janeiro de 1945 aprovou o prolongamento da Avenida entre as Ruas Senador Pena e Jaime Bilharinho e também a construção das Avenidas Santos Dumont e Dr. Fidelis Reis. Na década de 1970, a Avenida foi prolongada da Rua Jaime Bilharinho até à Rua Álfen Paixão, Bairro Mercês; e da Praça Cel. Manoel Terra até à Rua Osvaldo Cruz. Procedeu-se, ainda, a cobertura do Córrego da Lage.

                    Com o crescimento da cidade, a Avenida Leopoldino de Oliveira foi se prolongando, entre as décadas de 1980 a 1990. A partir do Conjunto Habitacional Manoel Mendes, a avenida recebeu o nome de Avenida Niza Marquês Guaritá, e a partir da Rua Álfen Paixão, na Univerdecidade, de Complexo Hugo Rodrigues da Cunha.

Ref. Fotográfica:

                    Córrego da Lage, na Avenida Leopoldino de Oliveira, trecho próximo à Chácara dos Padres Dominicanos, onde está, hoje, o Mercado Municipal.

(Arquivo Público de Uberaba)                   

AMOR, MORTE E MISTÉRIO NO HOTEL DO COMÉRCIO

Fachada do hotel do Comércio
Quem passa hoje em dia defronte à loja Magazine Luiza, bem no começo da Rua Vigário Silva, raramente sabe que ali funcionou – por mais de um século – um respeitável hotel. E não era qualquer hotel: entre a sua fundação, em 1876, e a inauguração do Grande Hotel na Avenida Leopoldino, em 1941, o Hotel do Comércio foi o melhor e mais refinado ponto de hospedagem de Uberaba. Sua primeira proprietária, Dona Balbina Freitas, acostumou-se a receber todos os visitantes ilustres que se aventuravam pelo Triângulo Mineiro na virada do século XX.

Além da hospedagem, o hotel oferecia um restaurante de alto padrão – num tempo em que Uberaba não dispunha de muitas outras opções. No seu salão aconteceram grandes banquetes, festas e recepções, com menus baseados em pratos franceses das receitas de Auguste Escoffier. Fazendeiros em busca dos famosos Zebus, negociantes de São Paulo que chegavam ao sertão pela ferrovia e autoridades vindas da Corte carioca tinham no “hotel da Balbina” uma parada segura e confortável.

Recorte de jornal - Lavoura e Comércio     

Esse devia ser o caso do jovem senhor Alcebíades Xavier Leite, inspetor regional da multinacional petrolífera Atlantic Refining, que tinha o costume de visitar Uberaba a negócios na primeira metade dos anos 1930. “Moço, cheio de vida, otimamente colocado e possuindo fartos meios de vida” – segundo os jornais da época – o jovem tinha muitos amigos em Uberaba e hospedava-se regularmente no estabelecimento de dona Balbina.

Mas na madrugada do dia 2 de outubro de 1935, as coisas correram de modo estranho. Alcebíades chegou agitado ao hotel a uma da manha. Antes de entrar no quarto nº 6, onde estava hospedado, pediu um martelo ao porteiro. Com ele, quebrou a boca de um frasco de vidro. Em seguida, voltou à rua – onde ficou por um tempo conversando com uma mulher, até que ambos foram embora no carro do inspetor. Pouco depois, o jovem retornou sozinho, trancou-se no quarto e ingeriu uma quantidade cavalar de cianeto de potássio – veneno rápido e letal, imortalizado em guerras e romances policiais.

   Recorte de jornal - Lavoura e Comércio     
         
No dia seguinte, com a cidade tomada pelo estupor e comoção, só se falava do gesto tresloucado de um rapaz tão bem sucedido. Casado, e com uma filha ainda nova em São Paulo, Alcebíades deixara alguns escritos onde – supunha-se – estava a explicação do gesto extremo. Em boca miúda, comentava-se sobre uma paixão avassaladora e clandestina por uma mulher “de vida airada” residente em Uberaba.

  Recorte de jornal - Lavoura e Comércio     
      
O agente local da Atlantic,  alguns amigos, colegas e representantes comerciais se encarregaram de abafar o escândalo, providenciando velório e um enterro rápido e digno no cemitério de Uberaba. A família não se manifestou a tempo e tampouco compareceu à cerimônia. Só no dia seguinte chegou, tarde demais, um pedido para que o corpo fosse levado a Ribeirão Preto.

       Recorte de jornal - Lavoura e Comércio     
                
A polícia local, com discrição e respeito surpreendentes, não divulgou o conteúdo das cartas em seu poder. O caso de amor, traição e morte sumiu rapidamente da imprensa, sem que o mistério fosse esclarecido. Uma semana depois, o jornal Lavoura e Comércio publicou apenas uma pequena nota onde a viúva manifesta seu “profundo e imorredouro agradecimento” a todos os que se solidarizaram diante do duro golpe que sofrera. O Hotel, fechado e demolido no final dos anos 1980, levou consigo esse segredo.


André Borges Lopes é jornalista, especializado em produção gráfica, uberabense e historiador nas horas vagas.

OBRAS DE GUIDO BILHARINHO NA INTERNET

OBRAS DE GUIDO BILHARINHO NA INTERNET

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Uberaba tem sua origem na ocupação do Triângulo Mineiro, que ficou sob a jurisdição de Goiás até 1816.



Histórico


Vista aérea - Foto: Francis Prado
Uberaba tem sua origem na ocupação do Triângulo Mineiro, que ficou sob a jurisdição de Goiás até 1816.

A região começou a ter importância preciosa, que consistia em uma das metas administrativas da Coroa Portuguesa, o governador da Capitania de São Paulo e Minas Gerais articulou a abertura de uma estrada. Esta missão ficou a cargo de Bartolomeu Bueno da Silva Filho (filho de Anhanguera). A expedição era composta por 152 homens, entre os quais 20 índios carregadores, 3 religiosos e 39 cavalos. Ela partiu de São Paulo pelos rios Atibaia, Camanducaia, Moji-Guaçu, Rio Grande, Rio das Velhas e penetrando em Goiás pelo Corumbá. Segundo alguns relatos da época, a expedição passou por terras de Uberaba. Esta rota ficou conhecida como Estrada Real ou Anhanguera que consistia em um importante caminho para que as autoridades portuguesas implementassem a colonização, a produção e escoamento dos minerais preciosos. Na verdade, a maioria das riquezas minerais do Brasil foram levadas para Portugal e utilizadas para o pagamento de suas dívidas em relação à Inglaterra.

Posteriormente, a expedição do filho de Anhanguera fundou em 1725 o povoado de Vila Boa em Goiás.

Outra estrada mais a Oeste foi aberta em 1736, passando por terras de Araxá em direção à Vila Boa denominada Picada de Goiás.

A exploração e o povoamento de todo o Triângulo Mineiro, de modo geral, se fez como em todo o Brasil - Colônia, pelo domínio e extermínio das populações indígenas e dos negros nos quilombos.
As estradas para Goiás tornaram-se palco de batalhas, entre os exploradores dos sertões e os nativos.
Diante disso, o governo de Goiás viabilizou a segurança das estradas e por isso nomeou em 1742, o Coronel Antônio Pires de Campos dominar e até mesmo exterminar os índios, fato constatado com a matança dos Caiapós.

Em 1766 foi criado o Julgado de Nossa Senhora do Desterro do Desemboque, sob a administração de Goiás, local rico em minas auríferas e de intensa exploração. A posse desse Arraial por Goiás era vantajosa aos moradores, pois estavam livres do pagamento de imposto sobre minerais, denominado "derrama", cobrado em Minas Gerais.

Desemboque teve o seu esplendor até 1781, quando as minas auríferas se esgotaram.
Prosseguindo a exploração das terras, o governo de Goiás para dinamizar a administração dos Sertões, nomeou pela Portaria de 1809 Antônio Eustáquio da Silva Oliveira (natural de Ouro Preto) para a função de Comandante Regente dos Sertões da Farinha Podre (Triângulo Mineiro), e em 1811 foi nomeado pelo Ato Governamental, Curador de índios.

Em 1810, Major Eustáquio liderou uma Bandeira até o Rio da Prata, passando por terras de Uberaba.
Outra expedição chefiada por José Francisco Azevedo, atingiu a cabeceira do Ribeirão Lajeado, fundando o Arraial da Capelinha, aproximadamente a 15 km do Rio Uberaba. Entretanto este local não se desenvolveu por falta de água e terras férteis, conforme constatou Major Eustáquio em visita ao Arraial.

Conseqüentemente, o Regente dos Sertões comanda outra Bandeira com 30 homens e procura novas terras para se estabelecerem. Atingem o Rio Uberaba e fixam-se na margem esquerda do Córrego das Lages, onde foi edificada a Chácara da Boa Vista (hoje Fazenda Experimental da Epamig).

Junto com Major Eustáquio vieram fazendeiros e aventureiros que passaram a produzir e comercializar com as caravanas que ligavam Goiás a São Paulo.

Algum tempo depois, Major Eustáquio construiu sua residência na Praça Rui Barbosa (atual Hotel Chaves).

Grande número de pessoas sabendo das condições propícias de Uberaba e do prestígio e segurança que o comandante Major Eustáquio oferecia, imigraram para o novo Arraial. Eram boiadeiros, mascates, comerciantes, criadores de gado, ferreiros, etc...

Os moradores logo ergueram uma Capela tendo como oragos Santo Antônio e São Sebastião, benzida em 1818 pelo padre Hermógenes Cassimiro de Araújo Brunswick, do Desemboque. Assim foi estabelecido o reconhecimento do povoado pela Igreja. Esta instituição representava prestígios decisórios junto aos governos. Visto que em 2 de março de 1820, o rei D. João VI decreta a elevação de Uberaba à condição de Freguesia.

O Decreto Real constituiu um grande avanço para a comunidade. Significou a emancipação e gerência própria em assuntos de ordem civil, militar e religioso. Foi o reconhecimento oficial tanto pela Igreja como pelo Governo Real.

Uberaba foi crescendo e as terras foram ocupadas formando-se extensas propriedades devidas o baixo valor da terra e isenção de impostos sobre elas. Em pouco tempo reuniu-se seleta população de agricultores, pecuaristas e comerciantes e outras profissões, fato que viabilizou o Governo Provincial de Minas Gerais a criar o Município de Santo Antônio de Uberaba em 1836.

Uberaba, em 1840 passou a sediar uma Comarca para distribuir a justiça na região.

A importância regional da Vila de Santo Antônio de Uberaba era próspera que ela mereceu o título de Cidade em 1856, tornando-se um importante centro comercial que se acentuou com a inauguração da Estrada de Ferro em 1889, que foi um acontecimento facilitador da imigração européia para a cidade e do desenvolvimento da pecuária zebuína.

A riqueza econômica refletiu na estrutura urbana onde surgiram requintadas construções no estilo eclético.
No século XX, a cidade demonstra um crescimento da agricultura, da pecuária, da indústria e do comércio, atendendo as demandas nos aspectos econômicos, culturais e de serviços essenciais à população.

Hoje Uberaba representa um centro comercial dinâmico, uma agricultura produtiva, um parque industrial diversificado e uma planejada estrutura urbana.
como a data que se comemora o aniversário de Uberaba.

Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Santo Antônio de Uberaba, pelo Decreto de 2-03-1820, e Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, subordinado ao município de Araxá.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Santo Antônio de Uberaba, pela Lei Provincial n.º 28, de 22-02-1836, desmembrado de Araxá. Sede na antiga povoação de Santo Antônio de Uberaba. Instalado em 07-01-1837.

Pela Lei Provincial n.º 288, de 12-03-1846, e Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Nossa Senhora das Dores do Campo Formoso e anexada a vila de Santo Antônio de Uberaba.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Uberaba, pela Lei Provincial n° 759, de 02-05-1856.

Pela Lei Provincial n.º 831, de 11-07-1857, e Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de São Pedro de Uberabinha e anexado ao município de Uberaba.

Pela Lei Provincial n.º 2.464, de 21-10-1878, e Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Conceição das Alagoas e anexado ao município de Uberaba.

Pela Lei Provincial n.º 3.643, de 31-08-1888, é desmembrado do município de Uberaba o distrito de São Pedro de Uberabinha. Elevado à categoria de vila.

Pelo Decreto Estadual n.º 322, de 15-01-1891, e Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de São Miguel do Veríssimo e anexado ao município de Uberaba.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 4 distritos: Uberaba, Conceição das Alagoas, Nossa Senhora das Dores do Campo Formoso e São Miguel do Veríssimo.

Assim permanecendo nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1-IX-1920.
Pela Lei Estadual n.º 843, de 07-09-1923, o distrito de Nossa Senhora das Dores do Campo Formoso tomou o nome de Campo Formoso.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 4 distritos: Uberaba, Conceição das Alagoas, Campo Formoso (ex-Nossa Senhora das Dores do Campo Formoso) e São Miguel do Veríssimo.

Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo Decreto-lei Estadual n.° 148, de 17-12-1938, é desmembrado do município de Uberaba os distritos de São Miguel do Veríssimo com a denominação de Veríssimo, Conceição das Alagoas e Campo Formoso elevando-os à categoria de município.

No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído pelo distrito sede.
Pela Lei n.º 336, de 27-12-1948, é criado o distrito de Água Comprida e anexado ao município de Uberaba.

Pela Lei Estadual n.º 1.039, de 12-12-1953, é desmembrado do município de Uberaba o distrito de Água Comprida. Elevado à categoria de município. Ainda, pela mesma Lei acima citada, é criado o distrito de Baixa e anexado ao município de Uberaba.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: Uberaba e Baixa.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 31-XII-1971.

Pela Lei Estadual n.º 6.769, 13-05-1976, é criado o distrito de Ponte Alta e anexado ao município de Uberaba.

Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído de 3 distritos: Uberaba, Baixa e Ponte Alta.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Fonte

Uberaba (MG). Prefeitura. 2014.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Desfile 7 de Setembro - Colégio Nossa Senhora das Graças.

Desfile 7 de Setembro - Colégio Nossa Senhora das Graças.


Foto: Autoria desconhecida

O colégio Nossa Senhora das Graças nasceu sob a égide daquela que lhe empresta o nome, em decorrência da fé que os proprietários da instituição nela sempre depositaram e depositam.
Em 7 de Março de 1958, foi criada a Sociedade Ginásio Nossa Senhora das Graças, entidade mantenedora da escola, estando assim redigido o início do resumo dos Estatutos, publicado no Minas Gerais:

"Sob a denominação "Sociedade Ginásio Nossa Senhora das Graças", fica constituída, nesta cidade, uma sociedade civil de caráter educacional e cultural, mantenedora do Ginásio Nossa Senhora das Graças e dirigida por um presidente, um secretário e um tesoureiro, respectivamente Prof. Murilo Pacheco de Menezes, Profa. Terezinha Hueb de Menezes, casados, brasileiros, e Salim Hueb, casado, sírio".

Iniciada a tramitação legal, o grupo idealizador do projeto educacional optou por instalar-se no alto São Benedito, para isso adquirindo área na rua Veríssimo, 103. A construção precisaria ser acelerada, para acolher os alunos ainda no ano de 1958. Em 3 de Junho. do mesmo ano, iniciaram-se as atividades escolares propriamente ditas- por isso a data é o Marco na escola, coincidindo com o aniversário natalício do diretor-presidente: nos primeiros dias de Junho e Julho aconteceram as matrículas para o Curso de Admissão ao ginásio, com a construção em andamento. As aulas inicias do referido curso ocorreram em sala de aula ainda sem telhas, tal a premência do tempo e do espaço. Primeiro aluno.

Marcaram a fase inaugural do Colégio : a imagem de Nossa Senhora das Graças, recebendo os que chegam, e o sino de bronze, para os sinais de entrada dos alunos, ambos comprados em São Paulo por Salim Hueb.

Em 1959, realizados os exames de admissão, funcionaram as quatros séries do curso primário e a primeira série ginasial, esta em dois turnos.

A portaria nº 412, de 20 de Abril de 1959, autoriza o funcionamento condicional da escola durante quatro anos. Foram professores, em 1959: Hilda Barsam, Maria Aparecida Hueb da Silva, Laci Ferreira Sucupira, José Deusdará, Moab dos Reis Pereira, Murilo Pacheco de Menezes, Quintiliana Figueira e Shirley Aparecida Santana.

A portaria nº 615, de 14 de Novembro de 1962, veio "conceder reconhecimento ao 1º ciclo do ginásio Nossa Senhora das Graças".
Em 1963, começou a funcionar a primeira turma do Curso Normal, enriquecendo de atividades a escola.

A instituição, a partir de 5 
de Junho de 1970, passa a denominar-se Colégio Nossa Senhora das Graças, com a autorização de funcionamento do segundo ciclo, ratificando o Ato nº 5, de 15 de Dezembro de 1963.A portaria nº 5, de 30 de Julho de 1971, veio conceder reconhecimento ao 1ºe 2º ciclos do Colégio, tendo sido o Pré-escolar registrado através da Portaria nº 39, de 29/06/74.

Adquirida outra área , construído novo prédio da escola em tempo recorde (seis meses aproximadamente), através da Portaria nº 4, de 28 de Julho de 1971, a Inspetoria Seccional do Ensino Secundário de Uberaba autorizou a transferência da sede do Colégio da Rua Veríssimo, nº103, para a Rua Edmundo Borges de Araújo, nº 90.

Uma lembrança interessante: a primeira escola em Uberaba a adotar calças compridas para as alunas foi o Colégio Nossa Senhora das Graças, no início da década de 70. A ideia era tão arrojada que foi necessário enviar pedido de autorização aos pais, deixando como opção, o uso de saias.
Desde a sua fundação, o Colégio Nossa Senhora das Graças teve como símbolo a efigie de uma águia com o lema: "Ad altiora nati sumus" - "Nascemos para as alturas" -representando a disposição sempre presente de conduzir os alunos a caminho de formação integral cada vez mais ascendente, dentro de princípios cristãos.

A inquietação e dinamismo, que caracterizaram e caracterizam tanto a direção como o corpo docente, fizeram com que a escola não apenas investisse em suas promoções internas, mas participasse de eventos em nível comunitário.

Nas décadas de 60, mesmo um pouco antes, os desfiles de 7 de setembro, e dos jogos olímpicos, promovidos pela União Estudantil Uberabense, eram enriquecidos com a participação maciça dos alunos desse educandário: ficaram célebres os carros alegóricos (o primeiro, em 1959, representando Dom Pedro I e a República), como, por exemplo, um que trazia uma enorme pira dourada girante, tendo, fixa, em seu centro, uma estudante vestida de túnica, feita de recortes de metal, imitando moedas (tingidas de dourado), unidos por argolinhas de arame. Em outro desfile, foram construídas bigas romanas, puxadas por cavalos, conduzidos por alunos em vestimentas características. Uma grande honraria para o Colégio: foi encarregado de ornamentar o carro alegórico que, em 22 de setembro de 1979, comemorando as Bodas de Ouro de Dom Alexandre Gonçalves Amaral, conduziu, amparada por Dom Benedito de Ulhôa Vieira, Nossa Senhora da Abadia da Água Suja.

O Colégio Nossa Senhora das Graças foi o primeiro em Uberaba a formar uma fanfarra feminina, além da masculina, já existente. Na época, as duas fanfarras perfaziam um total de 120 componentes. O uniforme era vistoso: para os meninos, calça branca e blusão azulão, com faixas vermelhas, chapéu alto, azul, com penacho branco; para as meninas, saia vermelha, blusão branco, botas e chapéu brancos, no chapéu, penacho branco. Os penachos eram confeccionados com penas escolhidas de frangos, cedidas pelo Restaurante Pulenta. Os alunos eram treinados pelo Sr. Langerton e pelo prof. Ivan Batista de Andrade.

Houve fatos interessantes, ligados aos desfiles: certa vez, um aluno, João Roberto Rodrigues, passou a noite dentro de um carro alegórico, todo enfeitado, deixando apenas um visor para que ele o dirigisse (era um jipe coberto); de outra feita, estando em moda botas douradas, a equipe do Colégio confeccionou, para as balizas, botas de cano alto, em papel laminado, cobrindo cartolina, dando impressão do material sintético, muito caro na época.

Chamava a atenção, nos desfiles, além dos carros alegóricos, os vários pelotões especiais, inclusive os de balizas, fazendo evoluções com coreografias próprias.

Outras promoções e participações enriqueceram (muitas permanecem até os dias atuais) a história do Colégio, entre outras:

As festas Juninas, com quadrilhas, fogueiras e números folclóricos. Durante muitos anos, o animador das quadrilhas foi o Dr. Edelweis Teixeira, com seu chapéu de Cel. Jacinto.

As feiras de trabalhos artísticos, organizados com as alunas do Curso Normal, sob a orientação da Profa. Mirtes Bruno.

Feiras de Pesquisas e Criatividade (nas áreas de Comunicação e Expressão, Estudos Sociais e Ciências - sob a coordenação da Profa. Maria Aparecida Hueb da Silva. A primeira foi realizada em 1976, sendo inaugurada pelo casal Salim Hueb e Zulmira Correa Hueb.

Criação do Centro Cívico Escolar " Murilo Pacheco de Menezes", em 1976.
Missas de formatura, de Primeira Comunhão e em Ação de Graças por ocasião do aniversário do diretor e do Colégio. Como atividades complementares, têm ocorrido reuniões festivas, solenidades de entrega de diplomas e até bailes.

Realização de jogos intercolegiais e intercalasse, havendo grande quantidade de troféus de premiação em variadas disputas.

Participação do Colégio nas várias atividades da Paróquia de São Benedito, com as presenças constantes de Pe. Eddie Bernardes da Silva e Con. Vicente Ambrósio dos Santos.

Participação dos alunos no Concurso Literário " Vinícius de Morais", sob a coordenação da Profa. Vania Maria Resende, inicialmente nas Faculdades Integradas Santo Tomás de Aquino, posteriormente nas Faculdades Integradas de Uberaba, com grande número de premiações.

Os festivais anuais de Folclore: cada turma possuía um patrono ( da comunidade), encarregado de preparar número - o concurso premiava os primeiros colocados. Os números eram artísticos, vistosos e impressionavam pela beleza. A primeira apresentação folclórica ocorreu em 1977, substituindo a festa junina. O número vencedor foi " O Folclore em Quatro Tempos", do 2º colegial diurno, sob a coordenação da Profa. Maria Iraides Tosta Madeira.

Lançamento da Revista Bolando Comunicação (foram, aproximadamente 15 números). Cada uma delas trazia mensagem inicial do diretor, como apresentação, além de pensamentos nos rodapés.

Lançamento dos livros dos alunos, contendo poesias e contos: Vida G (e)ração, Reflexos, Segmentos abertos, vôo calado, Uberaba - Amor Maior, Geração, As Noites de Geração e Gravação e Ação. Lançamento são realizados com números artísticos e com presença dos alunos - autores autografando os livros. O primeiro, Vida G e ração, foi editado em 1980.

Gincanas culturais e esportivas, muitas delas com finalidade beneficente.
O já tradicional Concurso da Garota e do Garoto Gração, em animado baile, com presença de júri especializado, desfiles e coreografias com os candidatos, trabalho organizado pela Associação de Pais dos Estudantes.
Confraternização anuais de ex-alunos, promovidos pela Associação de Ex-alunos.
Nas décadas de 60, o Grêmio Estudantil desempenhou importantes atividades, tanto artísticas ou culturais, quanto esportivas e filantrópicas. Mais recentemente, duas grandes forças de apoio às atividades da escola situam-se na Associação dos pais e na Associação de Ex-alunos. Primeiros presidentes, respectivamente: Profa. Sônia Izabel de Souza Calabrez e Dra. Maria Conceição Nunes de Oliveira.

Uma outra implantação no Colégio Nossa Senhora das Graças, a partir de 1978: a adoção da disciplina Redação, em todas as séries, com professores especializados. A escola teve sempre, com preocupação, também, o cultivo da língua materna.

É muito numerosa a quantidade de ex-alunos que, tendo cursado os mais diversos cursos superiores, atuam, hoje, no país e no exterior, levando, com ,brilho, a marca da escola que frequentaram, muitos do pré-escolar ao 3º colegial, acompanhados, sempre, pela competência e estimulo da Direção e do corpo docente.

O Colégio Nossa Senhora das Graças mantém a proposta inicial de seus idealizadores, Murilo Pacheco de Menezes, Salim Hueb e Terezinha Hueb de Menezes: a promoção do aluno como ser humano, sem massificação, mas através de estímulos que sempre o fizessem crescer, como dizem as palavras de Michel Quoist: "Se você deixar de amar, deixa de crescer.

Se você deixa de crescer, deixa também de desabrochar em Deus porque amar é seguir o caminho de Deus, é encontra-lo". E, ainda, crescimento em ambiente que continuasse a família, através de um relacionamento afetivo, mas respeitoso entre direção professores, pais e alunos.

O contexto familiar tem perdurado, através de elementos da família que atuam no Colégio, da quantidade de professores ex-alunos e do grande número de pais ex-alunos, o que mantém o círculo de proximidade e afeição.

A imagem de Nossa Senhora das Graças continua e continuará abençoando, de braços abertos, todos os que militam na escola e a frequentam: diretores, professores, funcionários, alunos e pais.


Fonte: Colégio Nossa Senhora das Graças