terça-feira, 11 de abril de 2017

Loja Notre Dame de Paris

Loja Notre Dame de Paris

Loja Notre Dame de Paris. O estabelecimento era pertencente à família Riccioppo. 

Praça: Rui Barbosa

Década de 1940

Foto: J. Schroden

Fonte: Lavoura e Comércio/ Arquivo Público de Uberaba

Rua Jaime Bilharinho (antiga Três de Outubro)

Rua Jaime Bilharinho (antiga Três de Outubro)
Década:1967

Foto:Autoria desconhecida

"Começa em frente a entrada do campo do Uberaba Sport Club, no alto das Mercês, e finaliza na rua Portugal, no alto do Fabrício. Dela partem, à esquerda, a avenida da Saudade, as ruas Voluntário Ramiro Teles, Cassu, J. Felício dos Santos, ficando entre êstes o lado norte da praça Dom Eduardo; além, é atravessada pelas ruas Episcopal, das Mercês, Saldanha Marinho, Vital Barbosa, praça Quatorze de Julho, ruas Álvares Cabral, Padre Zeferino, Luís Soares, Francisco de Barcelos e Padre Francisco Rocha. Entre as ruas das Mercês e Saldanha Marinho é atravessada pelo córrego das Lajes que separa, à esquerda, o alto das Mercês; e à direita, o do Fabrício. É sarjeteada em quase todo o trecho que vai da rua Cassu ao Estádio ‘Dr. Boulanger Pucci’, do Uberaba Sport Club e, salteadamente, da praça até ao córrego.

Em 1880, esta rua, cuja extensão apenas ia da atual Saldanha Marinho à das Mercês, chamava-se do ‘Matadouro’. Em 1900, grandemente aumentada para ambos os lados, passou a denominar-se rua da ‘Liberdade’, entre a praça Dom Eduardo e o referido Estádio do Uberaba Sport Club, e rua ‘Formosa’, entre a mesma praça e a rua Portugal, no Alto do Fabrício, abrangendo neste trecho a antiga rua do ‘Matadouro’. (PONTES, 1978, p.299).

Foto: Autoria desconhecida

Superintendente Marta Zednik de Casanova

(Arquivo Público de Uberaba)

Primeira Equipe Masculina de Judô Oriente

Primeira Equipe Masculina de Judô Oriente, em 1969.
Em pé: Nilo Martins, Otávio Lamartins (Sansão),Dilmar Felix.


Ajoelhados: Tranquilo Baliana ,Alvoro Carvalho(Alvinho),Iraci Pedro Martins, nesta foto falta Ataíde Fonseca.... Ver mais — com dillmar felix pereira, Iraci Pedro Martins Pedro, Otavio Lamartine (Sansão), Alvoro Carvalho Filho (alvinho), Nilo Martins Guimarães e Tranquilo Baliana.           

Foto  do acervo pessoal  de Tranquilo Baliana)                                    

Transportadora de carnes de Uberaba

Transportadora de carnes de Uberaba
Em 1950, A prefeitura Municipal de Uberaba já contava com um moderno caminhão para transportar carnes.
Fontes: Lavoura e Comércio e Acervo da Superintendência do Arquivo Público de Uberaba.

Foto: Autoria desconhecida

(Foto enviada por Jamilton Souza)

quarta-feira, 5 de abril de 2017

PONTE CIA. MOGIANA


A velha ponte da Cia Mogiana -  ligando Delta a Igarapava,


A velha ponte da Cia Mogiana sobre o Rio Grande, ligando Delta a Igarapava, ainda em construção, na primeira metade dos anos 1910. Antes da abertura da variante de Igarapava da Mogiana, em 1915, os trens só chegavam a Uberaba pela ferrovia que vinha de Franca, por Jaguara, Conquista e Peirópolis, inaugurada em 1889. Os trens de ferro dividiram a ponte metálica com a rodovia até 1979: eu me lembro das cancelas que fechavam o tráfego de veículos para esperar o trem passar, e também da diversão infantil que era ficar lá no Country Clube esperando para ver ao longe a travessia dos trens. Em 79 foi aberta uma ferrovia nova, que cruza o rio ao lado do DI-3, e os trens sumiram para sempre. Carros, ônibus e caminhões continuaram passando pela velha ponte por mais duas décadas. Em maio de 2001 foi finalmente inaugurada a ponte dupla da Anhanguera/BR-050 e a velha ponte de metal entrou nessa semi-aposentadoria em que se encontra hoje, Há três curiosidades sobre essa ponte: 1) Ela tem quatro vãos maiores e um menor, o último do lado de Igarapava. Reza a lenda que esse vão menor não pode ser completado na época da inauguração porque a estrutura de aço viria da Alemanha (ou da Inglaterra, segundo outras fontes) e a entrega foi cancelada em virtude do início da 1ª Guerra Mundial. Na época, teria sido construído um vão improvisado em madeira, que foi anos mais tarde substituído por esse metálico que até hoje está lá, mas que tem uma estrutura ligeiramente diferente dos demais – o que é um fato. Nessa foto histórica, não se vê o quinto vão sendo erguido. 2) A ponte teria sido palco de violentos confrontos armados entre mineiros e paulistas em 1930 e 1932. A lenda – que ouvíamos no tempo de menino – dizia que ainda podiam ser vistas várias perfurações de bala na estrutura. Na época, nunca me deixaram ir lá comprovar: a ponte é estreita e nunca teve passagem para pedestres. Caminhar por ela era terrivelmente arriscado no tempo em que todo o tráfego da BR passava por ali. Recentemente, atravessei a ponte a pé, mas não encontrei as perfurações. E tenho sérias dúvidas se os tiros daqueles velhos fuzis usados na década de 30 teriam capacidade de furar as grossas chapas de aço da sua estrutura. 3) Nos início dos anos 1980, alguns paulistas metidos a besta que estudavam em Uberaba faziam uma provocação com os mineiros, chamando a ponte de “túnel do tempo”. O que era apenas um claro sinal de que eles não conheciam a “progressista” Igarapava. De qualquer modo, a bela “ponte do Delta” é parte da história da nossa cidade, e é uma pena que esteja em estado de semi-abandono. Como muitos caminhões e carretas pesadas desviam da BR por ela (talvez para fugir das balanças e da fiscalização na divisa) temo que em breve ela acabe cedendo ou desabando, o que seria uma pena. Torço para que, antes que isso ocorra, alguém tenha coragem de propor alguma manutenção preventiva. Ou para, pelo menos, proibir o tráfego de caminhões sobre ela. Uma coragem que – que se vê nessa foto – não faltava a seus valentes construtores.



Texto: André Borges Lopes

sexta-feira, 24 de março de 2017

A FOSFÉRTIL EM UBERABA – II –

Decidida e sacramentada a instalação da fábrica nas barrancas do Rio Grande, o prefeito Hugo Rodrigues da Cunha, com a concordância e autorização da egrégia Câmara de Vereadores ( na década de 70, vereador trabalhava com espírito de cidadania e não era remunerado), criou o Distrito Industrial III para abrigar não só a Fosfértil, como também as demais misturadoras que, inexoravelmente, iriam ali se instalar, como soe a acontecer. O programa do governo revolucionário, o “Polo Centro”, na região dos cerrados, terras extremamente pobres em vegetação que, no jargão caboclo, só dava “lobeira e calango”, uma fábrica de fertilizantes viria cobrir essa lacuna no solo, tornando-o mais produtivo. Fator de desenvolvimento não só na nossa região, mas que se estendia por todo o Brasil Central. O “casamento”, insumos agrícolas e fertilidade das terras em função do “Polo Centro”, resultou e ainda resulta, no extraordinário desenvolvimento do setor agroindustrial que o Brasil experimenta.

Só que a chegada dos técnicos mineiros,ciceroneados pelo engenheiro uberabense, Wagner Nascimento,da CDI-MG, foi acompanhada de inúmeras peripécias. Fazendas enormes, terras agricultáveis, proprietários antigos, arraigados a velhos costumes, desconhecendo o enorme progresso que estava chegando para Uberaba,constituindo-se na sua redenção industrial, tentaram impedir, por todas as formas , meios e armas, fosse realizado o levantamento topográfico da área a ser desapropriada...Os fazendeiros e seus capatazes, faziam “piquetes”para impedir o trabalho daqueles “estranhos” em suas terras seculares...-“Onde já se viu,desmanchar os currais, acabar com a nossa roça, desativar os alambiques, onde fazíamos nossa inigualável cachaça?”, lamentavam, raivosamente, os donos das terras..Espingardas cano longo, “treizoitão” carregado de balas, azeitado, esparramando tiros prá cima à afugentar os “intrusos”...

Conhecendo os fazendeiros,Wagner Nascimento,com seu jeitão humilde, educado,bem falante,foi explicando, um a um, o que representava a fábrica para Uberaba.Por algum tempo,continuou a resistência.Em curto espaço,aquiesceram em fornecer informações,documentos da área,discutiram valores da desapropriação,forma de pagamento...

A terrinha ganhou nova vida! Comércio,indústria e serviços, passaram a abastecer a obra. A mão de obra local,se fez presente. Os primeiros funcionários da Petrobras chegavam a cidade.Os aluguéis tiveram demanda. A primeira residência locada foi a do casal Rubens Faria-Zilma Bugiatto, na Santos Dumont, ao encarregado dos primeiros movimentos na instalação, o engenheiro George Pedersen, que mesmo ao final das obras, continuou na cidade.

Uberaba,com a Fosfértil,rejubilava-se!Experimentamos e até hoje, bom surto de progresso.A planta,privatizada,pertence a Vale.Com o crescimento do setor graneleiro, justifica ainda, o “slogan” inicial: “Fábrica de fábricas”...O DI-III, é uma realidade hiper- saudável . Com a unidade, incentivou-se a mecanização no campo, novas tecnologias foram aplicadas e Uberaba, sem favor algum, tornou-se o maior pólo químico da América do Sul !

Graças a Deus, estamos às margens do benemérito Rio Grande, senão...


Luiz Gonzaga de Oliveira

quinta-feira, 23 de março de 2017

Manoel Ubelhart Lemgruber


Manoel Ubelhart Lemgruber

No o ano de 1818 o rei D. João VI procurou atrair imigrantes europeus para o Brasil assinando, entre outra ações de incentivo, um decreto destinado a financiar-lhes a vinda e permitir a aquisição de terras, além de impulsionar a construção de edificações que agora deveriam estar à altura de um verdadeiro "Império soberano". Uma vez que a Corte havia sido estabelecida, o ensejo era dinamizar os núcleos urbanos (ou não) para modernizar o país - inclusive o Rio de Janeiro. Como se sabe, a ex-Colônia foi incorporada ao Reino de Portugal depois do fatídico 1808. E foi nesse contexto que algumas famílias suíças estabeleceram-se na região do Cantagalo, fundando fazendas como a chamada Morro Queimado. Em pouco tempo o alvará de 3 de janeiro de 1820 elevou a região à Vila de Nova Friburgo.

Fugindo das dificuldades vividas na Suíça, cerca de 2 mil colonos aventuraram-se na travessia do Atlântico. Contudo, muitos navios sofreram enormes dificuldades, sendo que as viagens chegavam a durar 120 dias de travessia. No Brasil as intempéries não cessaram diante da ocupação das terras inóspitas. Dentre os que participavam da imigração, que abrangeu os anos de 1819 e 1820, estava a família Lemgruber, originária do cantão da Argóvia, na Suíça alemã. Era constituída pelos pais, Inácio e Luzia, com os filhos Antônio, Fridolin, João, Blasius, Marcus, Maria e Fidelis, cujas idades variavam de 2 a 14 anos. Deles descendem os diversos ramos da família Lemgruber que hoje existem no Brasil.

"(...) Cerca de sessenta anos depois, em 1878, Manoel Ubelhart Lemgruber, que pertencia à primeira geração nascida no Brasil, era proprietário da Fazenda Santo Antônio, no município de Sapucaia no estado do Rio de Janeiro. Fizera cursos de engenharia e mecânica na Inglaterra e Alemanha, dominando fluentemente o inglês, francês e alemão. Procurava utilizar em sua propriedade as técnicas mais avançadas no setor da agricultura e da pecuária, fruto das observações feitas nos estudos e viagens que fazia à Europa".

Manuel Ubelhart Lemgruber conheceu o gado zebu em uma de suas visitas a Europa, ocasião que deparou com animais reunidos no zoológico Tiepark Hagenbeck, em Stelling, próximo a Hamburgo, de propriedade do comerciante de animais, o alemão Carl Hagenbeck. Ante aos zebuínos expostos no zoológico, agradaram-lhe animais da raça Nelore do tipo Ongole, dos quais encomendou um pequeno lote que chegou ao Brasil em outubro de 1878, (...) "chefiado pelo touro "Hanomet", cujo nome sofreu a corruptela para "Maomé", onde constavam também as vacas "Vitória" e "Gouconda", que se destacaram pela boa produção.

Os resultados revelaram-se promissores. Tanto que dois anos após, em 1880, ordenou a vinda de um segundo lote, que tinha como reprodutor o touro "Nero" e mais tarde, em 1883, um terceiro lote, com o famoso "Castor", animal que se tornaria inesquecível pelas qualidades e descendência. O plantel de Lemgruber cresceu e o efeito da aclimação do zebu a suas terras foi notório. Fazendeiros como o Cel. Augusto Lopes de Carvalho, Pedro Marques Nunes e Franscisco Machado Fernandes tiveram como sustentáculos de seus criatórios de zebu, o rebanho de Lemgruber.

Na compra de novas levas de animais importados, Manoel Ubelhart selecionava animais provenientes de diferentes fontes, mantendo troncos familiares embasados em três famílias diferentes a fim de evitar à consanguinidade. Também foi precursor, em outros aspectos, às técnicas que permitiam-lhe manter registro particular das reses, controlar a produção leiteira e abater animais que não manifestavam boas características raciais. Após Manoel, o primeiro membro da família a aderir à criação do gado indiano, foi seu primo Lourenço Augusto Lemgruber, proprietário da fazenda Boa Esperança, localizada então no município de Carmo, no Rio de Janeiro.

Na Primeira Exposição Nacional do Rio de Janeiro ocorrida em 1908, o primeiro prêmio foi atribuído ao touro "Pan", de Manoel Ubelhart Lemgruber, enquanto na Segunda Exposição, em 1917, o vencedor foi "Lamarão", de Lourenço Augusto Lemgruber. Na Quarta Exposição Internacional, que comemorava na ocasião o Centenário da Independência em 1922, o campeão foi "Louro", de Pedro Marques Nunes, também considerado parte da criação Manoel U. Lemgruber. Com a morte deste no ano anterior, seu filho Flávio Lemgruber deu continuidade à seleção do rebanho, buscando preservar as características que o distinguiam.

A expansão dos negócios teve prosseguimento com os filhos de Lourenço Augusto Lemgruber - Agostinho Lemgruber, Fidelis e Otacílio Lemgruber. A "linhagem Lemgruber", tocada por Paulo Lemgruber, filho de Otacílio Lemgruber, atravessou os tempos e é ainda hoje um dos maiores referenciais da raça Nelore, preservando características indianas ao bom aperfeiçoamento da mesma no Brasil. Além de ser a raça para produção de carne In Natura mais utilizada e abundante no Brasil, a raça nelore vem, principalmente nos últimos 30 anos, sendo utilizada para o aprimoramento genético. Atualmente esse processo vem crescendo gradualmente e se tornando uma das alavancas comerciais na agropecuária brasileira, recebendo destaque nacional e notoriedade internacional.

DOM ALEXANDRE GONÇALVES AMARAL


Dom Alexandre Gonçalves do Amaral


4º Bispo e 1º Arcebispo de Uberaba 

Data de Nascimento: 12/06/1906

Data de Ordenação Presbiteral: 22/09/1929

Data Ordenação Episcopal: 29/10/1939

Data de Posse: 08/12/1939

Data de Falecimento: 05/02/2002

Nasceu a 12 de junho de 1906 em Carmo da Mata, MG. Sua vocação sacerdotal nasceria do exemplo de seu pai que era vicentino. Dom Alexandre viveu seu bispado motivando a caridade vicentina em toda sua diocese. Batizado a 29 de junho de 1906, ordenado padre a 22 de setembro de 1929. Eleito bispo a 5 de agosto de 1939, sendo a sua ordenação episcopal a 29 de outubro de 1939; Posse em Uberaba a 8-12-1939. Primeiro Arcebispo de Uberaba de 1962 a lº de maio de 1978, quando renunciou juntamente com seu Administrador Apostólico, Dom José Pedro Costa. Viveu 96 anos de batismo, 23 antes do sacerdócio, 73 anos de padre, 39 anos de governo episcopal e 23 anos como bispo emérito, incluídos os 6 dolorosos anos de doença. Sua vida bateu três recordes impossíveis de serem repetidos até o fim do mundo porque, com dispensa canônica pela pouca idade, foi ordenado padre com apenas 23 anos, nomeado bispo com apenas 33 anos e morreu como o mais velho do mundo por antiguidade de ordenação episcopal, pois viveu 63 anos como bispo.

Foi professor de Filosofia e Teologia no Seminário do Coração Eucarístico.

Em sua nomeação, o Núncio Apostólico pediu que ficasse na difícil diocese de Uberaba pelo menos 5 anos sem pedir transferência, ao que Dom Alexandre respondeu; “Ficarei mais de 5 anos, serei enterrado em Uberaba”. Por ser orador sacro, por ter escrito livros, e por outros méritos ocupou a cadeira 21 da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.

Em Uberaba, Dom Alexandre construiu o grande prédio do seminário São José, tornou diário o Jornal “Correio Católico”, onde, diariamente tinha uma mensagem sua no famoso “rodapé”. Trouxe para seu bispado três mosteiros contemplativos: das beneditinas, carmelitas e concepcionistas. Trouxe as Carmelitas da Afonso Rato, os capuchinhos, os Padres Sacramentinos para cuidar da Adoração Perpétua, fundada em 1951, as Irmãs de São João Batista do Asilo São Vicente e as Irmãs para cuidar do Orfanato Santo Eduardo. Participou dos estudos das três sessões do Concílio Vaticano II, de 1962 a 1965. Fundou inúmeras Paróquias, ordenou 82 padres.

Na década de 1940 foi considerado o mais notável bispo brasileiro em coordenações de ações da Ação Católica e considerado o maior orador sacro no Brasil. No Correio Católico publicou mais de 4.000 artigos. Por muitos anos, célebres foram os sermões das 7 palavras na sexta-feira santa na Catedral de Uberaba, MG, sempre intermeadas com frases em Latim, Italiano, Francês e termos teológicos citados em grego. Citava Santo Tomás de Aquino em latim.

Era obediente à Igreja. Roma antigamente orientava tudo, até a indumentária episcopal cujos sapatos de fivelas vermelhas, as meias, a faixa à cintura, as casas dos botões da batina. A fivela do sapato episcopal prescrito ocasionou-lhe uma chaga no pé. Dom Alexandre pela obediência não a abandonou. Mancou durante anos. Aquela incomoda chaga só fechou 15 dias depois que a Santa Sé dispensou a exigência daquele sapato.

A Fé Católica não muda, implicações históricas de manifestação da fé podem ser mudadas!

Fonte: Cúria Metropolitana

UM MERGULHO NO PASSADO

O Sr.Oswaldo, morava próximo ao estádio Uberabão, isso em 1989. Sua casinha era de plástico e papelão, ele era sozinho no mundo, vivia de esmolas. Ficou ali bom tempo. Um dia saiu cedo para angariar um café, e quando voltou sua “casinha” estava toda destruída, colocaram fogo em tudo. Eu havia feito uma matéria jornalística com ele para o Jornal de Uberaba, havia poucos dias. No dia que colocaram fogo, passei por lá á tarde, e lá estava seu Oswaldo sentado em sua única cadeira, o que sobrou de sua moradia. Muito triste ele me disse “vou procurar me abrigar em outro canto, Deus me dá outra morada”. Nunca mais tive notícias do Sr.Oswaldo. As imagens abaixo diz tudo.

(Paulo Nogueira)

(Acervo pessoal do jornalista Paulo Nogueira)


Foto: Paulo Nogueira

Foto: Paulo Nogueira

Foto: Paulo Nogueira





A VINDA DA FOSFÉRTIL PARA UBERABA

Em 1975, no auge do regime militar,prisões acontecendo em todo o Brasil, em Uberaba, nossa terra-mãe, o aprisionamento se dava de forma diferente. Um governo estadual ostensivamente hostil, comandado pelo uberlandense Rondon Pacheco, de triste memória,fazia o possível e o impossível para, descaradamente, prejudicar o então lento progresso da terrinha. Os grandes benefícios, as maiores e definitivas conquistas , os favorecimentos “legais”, tudo, tudo era levado , sem dó e muito menos piedade, para a cidade do Governador.Indústrias, escolas, estradas, verbas públicas, saneamento, oportunidade de negócios, só fluíam em uma única direção:100 kilômetros de distância da sagrada terrinha...

Uberaba, nossa terra-mãe, estava completamente órfã. Não tínhamos representantes aliados ao governo revolucionário; o que nos restava eram representantes oposicionistas,sem prestigio e força política que pudessem “brigar” por conquistas locais. Vivíamos no mais completo abandono. Apesar da boa vontade e seriedade do então prefeito Hugo Rodrigues da Cunha, recentemente falecido, era impotente para conter a onda avassaladora de benefícios que Rondon Pacheco, carreava para a “sua”Uberlândia...

Era uma luta vergonhosamente desigual. Uma cidade com espada longa, lâmina afiada e ferina;outra, com uma faca d e cozinha,pequena e sem corte...Alcançar como o oponente?..,

Mas, Deus é justo!Não falha! Apesar do avanço da cidade vizinha fosse estonteante e transparente, ainda assim, Uberaba teve como enxergar uma réstea de luz no fim do túnel. Hugo, sabia...Pertencendo às elites uberabenses,aliado aos revolucionários de 64, numa bela e radiosa manhã de abril, recebeu a confirmação da noticia:Uberaba iria ganhar uma indústria química produtora de fertilizantes ! Mineiramente calado, bem à maneira do nosso povo desconfiado, o prefeito fez segredo da noticia, naturalmente com receio que Rondon soubesse da futura conquista da cidade que ele tanto detestava. De repente,não mais que de repente, estoura a grande noticia ! Uberaba vai ganhar uma “fábrica de fábricas” ! A Valefértil, subsidiária da Petrobras, uma unidade nitrogenada, seria aqui instalada !

Quando Rondon, soube da noticia, “desgrenhou os cabelos”. Quis agir.Era tarde.O fato, consumatum est” (estava consumado...) As jazidas de fosfato de Tapira e Araxá, iriam abastecer a planta de Uberaba. O projeto do mineroduto concluído e tudo estava pronto para o seu inicio de construção. A área , às margens do Rio Grande ( o projeto necessitava de abundância de água..(quer melhor local ?)já havia sido escolhida. Nada mais podia impedir a grande conquista ! Uberaba respirou aliviada! Até que, enfim, a “revolução de 64”, premiava a terra-mãe. A CDI (Companhia Distritos Industriais de Minas Gerais), preparada para o levantamento topográfico da área, com técnicos,engenheiros,agrimensores,topógrafos e outros profissionais, para aqui vieram. Fato curioso revelo agora:o prefeito de Sacramento,era homônimo do prefeito de Uberaba, Hugo Rodrigues a Cunha.Recebeu uma correspondência “confidencial” da Presidência da República,extraviada , que confirmava a instalação da planta.O Hugo sacramentano, exultou de alegria e,ao ler o conteúdo, caiu em dolorosas lágrimas;a carta era para o Rodrigues da Cunha, de Uberaba...Peço a paciência de vocês para a conclusão.

Ressalto,por dever de justiça, a atuação do ex-prefeito Wagner Nascimento,engenheiro da CDI-MG,encarregado de acompanhar os técnicos belorizontinos no levantamento preliminar da área. Wagner,foi de um profissionalismo espetacular. Falarei dele, oportunamente. O certo é que a equipe comandada por Wagner, passou por maus momentos nas barrancas do Rio Grande...

Luiz Gonzaga de Oliveira

quarta-feira, 22 de março de 2017

Primeiros Filmes de Júlio Bressane


O ANJO NASCEU
Trajetória Bandida
Guido Bilharinho


Primeiros


Em plena fase do cinema marginal, Júlio Bressane dirige O Anjo Nasceu (1969/1973), para escarmento dos aficcionados e condicionados por estórias convencionalmente estruturadas e conduzidas, objetivando, elementar e infantilmente, divertimento e distração.
                   O Anjo Nasceu fixa momentos da carreira delituosa de dois marginais, ladrões e assassinos patologicamente constituídos, antecipando (ou sendo um dos primeiros) a focalizar esse tipo de psicopata amoral, insensível, desapiedado e monstruoso, para quem assassinar friamente seu semelhante é mero divertimento, exercício de poder e determinação homicida, que se sobrepõe e covardemente se aproveita de vítimas indefesas.
                   Bressane procura (e consegue) criar realidade fílmica tão ou mais eficaz que a realidade da vida, visto que, ao fazê-lo, imprime-lhe o sentido e o significado que geralmente passam despercebidos ao contato direto com o mundo real.
                   As tomadas e imobilização das cenas são, por isso, alongadas, quedando-se a câmera frente ao selecionado corte de realidade significante, cuja contemplação por si só constitui sua própria e analítica narrativa.
                   Não é, pois, filme agradável (no sentido negativo do termo) de se ver e de se assistir, já que expõe, revela e denuncia as deformações e monstruosidades da espécie sem disfarces e despistamentos, provocando asco e repulsa a frieza e a displicência assassina dos protagonistas, interpretados por Hugo Carvana e Milton Gonçalves.
                   Inúmeras cenas e sequências se destacam pela sofisticação imagética e pelo teor e significado que contêm.
                   Nesse caso, além de outras, a sequência final do carro disparado na estrada com Carvana gritando de dor em decorrência de ferimento na perna é de excelente concepção e efetivação, atingindo o clímax com a propositada persistência desse grito/uivo (in)humano.
                   Desaparecido o carro no horizonte da rodovia, permanece apenas esta, vista em profundidade sob esplêndida luminosidade e raros carros e sob os acordes da canção Peguei Um Ita no Norte, esta cantada e outras músicas apenas orquestradas, provocando impactante efeito estético, encerrando-se aí o filme, mas não a trajetória bandida dos protagonistas.


(do livro Seis Cineastas Brasileiros. Uberaba,
Instituto Triangulino de Cultura, 2012)

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(Obras-Primas do Cinema Brasileiro:toda segunda-feira novo artigo-





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Guido Bilharinho é advogado atuante em Uberaba, editor da revista internacional de poesia Dimensão de 1980 a 2000 e autor de livros de Literatura (poesia, ficção e crítica literária), Cinema (história e crítica), História (do Brasil e regional).

domingo, 12 de março de 2017

Noel Souza Sampaio

Noel Souza Sampaio - Foto: Maurício Farias (ABCZ)

Noel Souza Sampaio nasceu no Estado da Bahia, no dia 3 de março de 1919. Começou a faculdade de Agronomia ainda no Nordeste do Brasil. Mas logo no início do curso, transferiu a matrícula para a Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP). Três anos após a formatura, entrou pela primeira vez em uma pista para comandar um julgamento em uma Exposição da Bahia. Noel Sampaio se filiou à ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) durante o mandato de Adalberto Rodrigues da Cunha, na década de 50. Em 1964, o baiano se mudou para Uberaba, Minas Gerais, e passou a participar ativamente da Associação, assumindo cargos como secretário geral, diretor, membro do Conselho Deliberativo Técnico, e até vice-presidente. Em 1975, contribuiu para a implantação do Colégio de Jurados da entidade.

Professor Noel foi também um dos principais responsáveis pela fundação da FAZU há mais de 35 anos. Além disso, por mais de 20 anos, ele se dedicou ao ensino superior na faculdade, tendo contribuído com a formação de profissionais consagrados em todo o Brasil. Recentemente, o professor Noel foi homenageado pela ABCZ durante a inauguração da sala do Museu Virtual “Adalberto Rodrigues da Cunha, no dia 03 de maio, onde pode reencontrar vários ex-alunos, como o diretor administrativo da Fundagri.

Laura Pimenta


quinta-feira, 9 de março de 2017

Ataliba Guaritá Neto, o netinho, da coluna Observatório de Galileu.


A falta que ele faz...

E quando menos vimos, já se passaram onze anos da partida do nosso maior cronista de todos os tempos, Ataliba Guaritá Neto. A 14 de setembro de 2000, nós o vimos partir e até hoje a lacuna que deixou aberta permanece impreenchível. Seus seguidores lutam para imitá-lo, inclusive eu, mas o “danado” levou a forma consigo.

Netinho, do alto da sua eloquência, tendo ao fundo a música Verão em Veneza executada pela orquestra de Mantovani, por mais de quarenta anos nos brindou, pela Rádio Sociedade do Triângulo Mineiro, com a inesquecível: “A crônica ao meio-dia”. O improviso era o seu forte e até hoje ninguém ousou fazer o mesmo por essas bandas. É que o filho desmedidamente apaixonado por Uberaba estendia o seu amor a tudo que fazia. Suas crônicas estavam nesse elenco. Aí morava a diferença.

No ano de 1961, iniciei minha admiração por Ataliba Guaritá Neto, quando levei a ele a renda auferida por uma Folia de Reis infantil, na qual eu fazia a segunda voz. Numa tarde, no salão de vendas de uma loja (Loja da Fábrica), situada na Rua Artur Machado, aquele homenzarrão, ou melhor, um semideus para mim, atendeu-me com requintes de um gentleman. Ele direcionou a doação que fizemos e depois prestou contas nas páginas do jornal Lavoura e Comércio.

No instante em que eu concebia esta crônica, recebi a grata visita do amigo jornalista César Vanucci, vindo de Belo Horizonte. Sem que ele esperasse, perguntei-lhe: César, quem foi para você Ataliba Guaritá Neto? E ele respondeu: - Netinho, se quisesse, além do vereador que foi, poderia ter galgado todos os cargos eletivos da nossa terra e quiçá do Estado. Concordei com César e conversamos muito sobre a dura decepção de Netinho com a política. Luiz Gonzaga de Oliveira que também o diga.

Por mais que nos esforcemos, é difícil defender Uberaba como fazia A. G. Neto. Está certo quem diz que o Uberaba Sport Club não teria chegado onde chegou se Netinho vivo ainda estivesse.

O Centro Administrativo do nosso Município tem o nome do colunista social, homem de rádio e TV, além do exímio cronista que há onze anos nos provoca saudade. Tudo isso é pouco diante da falta que ele faz para a sua querida terra. Estamos lhe devendo uma comenda com o título: Ataliba Guaritá Neto.

16/09/2011

João Eurípedes Sabino 

domingo, 5 de março de 2017

COLÉGIO NOSSA SENHORA DAS DORES

Colégio Nossa Senhora das Dores

As Irmãs Dominicanas, que chegaram a Uberaba em 1885, vieram dispostas, pois a doce missão, abraçada ainda na França, não permitia fragilidades. Sem perda de tempo, montaram o Colégio Nossa Senhora das Dores e acolheram, em salas de uma das alas do prédio da Santa Casa, as primeiras alunas.
Apenas dez anos depois dessa chegada, o primeiro prédio da escola foi inaugurado e o empenho das religiosas em ensinar o refinamento, os valores cristãos, as artes, a música, os trabalhos manuais e as prendas domésticas transformaram a escola e seu corpo docente numa sólida referência de educação feminina, em nosso país tropical.

Desde o início, as determinadas dominicanas não se desviaram de seus propósitos e, a partir da primeira parede erguida, o CNSD, não mais cessou os trabalhos educacionais, nem os de melhorias do espaço pedagógico. São Domingos de Gusmão, vez em quando, espia do alto da torre da majestosa Capela (construída por volta de 1930, em gracioso estilo românico), agradece a acolhida e se alegra com tanta dedicação.

Texto: Iara Fernandes

Fotógrafo: não identificado
Data da fotografia: década de 1940
Local: atual Colégio Nossa Senhora das Dores

Acervo do Arquivo Público de Uberaba



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Cidade de Uberaba


História do hino do Uberaba Sport Clube

O hino do Uberaba Sport Club, famoso pela composição e melodia, foi criado, originalmente, para ser a marcha da cidade de Uberaba. Em pesquisa realizada pelo Professor Carlos Pedroso, este apresenta um histórico sobre os autores o hino do USC. Composto por Lourival Balduíno do Carmo, o hino tem melodia de Rigoleto de Martino. Conforme o pesquisador o autor da letra era barbeiro de luxo e trabalhava no início da Rua Artur Machado. Músico e poeta, ele tinha por costume se vestir muito bem, daí surgiu o apelido de Barão. Era poeta e músico autodidata. Após cinco anos de casamento, este nobre cidadão acabou enveredando para o alcoolismo. Perdeu tudo que tinha. Na pesquisa, Pedroso conta um diálogo entre De Martino e Barão. Lourival Balduíno certa vez afirmou ao maestro: "Eu ainda vou pôr letra de futebol nessa sua marcha de Uberaba". De Martino respondeu: "Eu não acredito. Conheço a sua capacidade de fazer versos livres, quase como trovas. Mas letra de marcha hinária você nunca terá capacidade de compor". Certa manhã, o Barão levou a De Martino a letra e profetizou: "Sua marcha de Uberaba, daqui por diante, vai ser mais conhecida como o hino do USC".Jornal da Manhã, de Uberaba-MG, em 15/07/1999.

Composto por Lourival Balduíno do Carmo(Barão) e melodia de Rigoleto de Martino

 Tenho fulgente história.
Até os deuses já cantam minha glória!
Sou o valente campeão
Que de Uberaba possuo o coração.
Sempre leal e forte,
Sou o denodado Uberaba Sport,
O astro rei, brilhante sol,
A potestade mor do futebol.
Meus jogadores lutam sempre com afeição
Em prol do belo alvi-rubro pavilhão
Nada os retém em seu fervor
Acometendo com ardil e valor.
Em campo altivos, briosos, viris,
Sempre triunfam nas pugnas febris.
Seus peitos tremem de santo ardor
E a glória os beija num lance de amor…
Nobre e liberal,
Meu time não tem rival!
É vencer a sua divisa ideal.
Tem vitórias mil:
É a glória do Brasil!
Ah! Valente Sport
Tão alvejado e sempre forte!
Aleguá!…guá!…guá…Urrah!…Urrah!
Salve! Ó campeão
Da Princesa do Sertão!

Títulos
Campeonato Mineiro da Segunda Divisão:2003 - Campeão.
Campeonato Mineiro da Segunda Divisão: 2007- Vice-campeão.
Taça Minas Gerais: 1980 - Campeão.
Torneio de Acesso ao Campeonato Brasileiro: 1986 - Campeão.
Torneio Santos Dumont: 1974 - Campeão.
Taça Minas Gerais: 2006 - Vice Campeão.
Competições Oficiais
Taça Minas Gerais: 2009 - Campeão.
O uberaba no campeonato mineiro
Hino

sábado, 4 de março de 2017

SAUDADE EU TENHO...

Ao correr dos muitos anos que falei e comentei sobre o carnaval da terrinha, era sempre a mesma história: os bailes de gala do Jockey Clube, “ o Municipal uberabense”, na ótica do meu inesquecível amigo-irmão, Ataliba Guaritá Neto (Netinho)nas páginas do falecido “Lavoura e Comércio”, retratando a beleza das fantasias individuais e o bom gosto dos blocos das mocinha jockeanas, o carnaval do Sirio-Libanês, “arrebentando” de alegria e as “meninas da colônia”, ricamente fantasiadas de odaliscas , com o Michel Abud, comandando a festa; o Uberaba Tenis, com foliões esfusiantes e alegria em alta escala e a “batuta” do Ennio Bruno, Olimpio Capucci, Maurinho Bartonelli. Na Associação Esportiva Cultural, o Romeu Meneghello e o Edmundo Nogueira , comandavam a onda carnavalesca, enquanto que o Elite Clube, mostrava a beleza e a exuberância da raça negra e a liderança sempre gentil do saudoso e eterno presidente, Oliveiro Neri. O Lange, na Associação Musical, embora mais simples, bem popular, realizava bailes super animados. Quem tinha dinheiro, entrava e dançava; quem não tinha... pulava também !

Nas ruas e avenidas da sagrada terrinha, as escolas de samba ditavam o ritmo frenético da mais autêntica festa popular brasileira. Osvaldo Leal, Geraldo “Miquete”, dirigiam o Grêmio Recreativo; Marambaia e Marlene, “mestre-sala” e “porta-bandeira”,Romeu, o “capitão”, Marilda e Mariza, as “irmãs Marinho” uberabense, dançavam, leves e soltas, como escreviam e descreviam Jorge Zaidan e Joel Lóes, na Difusora e Correio Católico”.O “Bando da Lua”, era grupo pequeno, escola modesta, mas, o “batuque” do Geraldo Brecha , era insuperável conforme eu narrava na rádio Difusora. O”Unidos da Vila”, nunca faltava com um casal deslumbrante, Pereira e Alzira. Nos “Bambas do Fabricio”,antes até das escolas aparecerem, o “cordão” estava nas ruas, aberto pelos “balisas”Jairo Santana e “Capitão Galdino”e duas passistas fenomenais, Cleia e Yone Santana. Depois,anos depois, a alegria de Nelson Garcia, Nenê “Chaparral”, Fátima “Gelatina”, “Nego Léo” e firmeza dos fundadores “ Bambas”, a família Spiridião, fabriciana de quatro costados...E o passista “Chita”? Lembram-se ? “Águias”, do aeroporto, durou pouco. Louve-se os esforços dos sargentos Eustáquio Rocha, Pinheiro e Reis. Valeu ! Assim como o esforço da filha do eterno ídolo do Uberaba, Juca Pato, com a sua escola do alto d”Abadia. Lutou até a morte,pela sobrevivência do samba no bairro.

Na alegria descompromissada do carnaval, lembrei-lhes outro dia do “Zé Pereira” e a “entrada dos roceiros”. Mas, o momento de delírio das ruas da terrinha, era o “desfile” da “Maria Giriza”.Essa sim, era ansiosamente aguardada com mais de mil foliões mascarados,levando alegria pelas ruas da cidade. Desde os tempos do “maestro Submarino”, depois, durante anos, pelo Dico e, mais recentemente, com o Gomes “Macaco”, só não veio às ruas, este ano, com o som inconfundível do bumbo, “marcando”a algazarra dos foliões...

Sinto falta dessa turma. De clubes e das ruas. Acabou tudo. Desculpe o mau jeito pela lembrança. Faltam os Osvaldo Leal, Pereira, Nelson Garcia, Nenê”Chaparral”,Yone Santana,Luzia,Lindor,”Beth Furacão”,Zé Brevez,Barranco,Cidinha,”Gelatina”,Zinego, a família Spiridião,homens e mulheres que fizeram o nosso carnaval de rua. Sem esquecer o Zito Sabino,Laerte Borges,Rossetti,Geraldo Glostora, Docinho, Salim e Maurinho Abud, Aniz Abdalla,Jayme Moisés, Abrãozinho Árabe,Edmundo Nogueira, Brasil Miziara,Lico Marquez,Saldanha Marinho, que, nos seus clubes, sabiam “fazer “ carnaval...

Saudade eu tenho das quilométricas filas que se formavam na Vigário Silva, “virando” a Segismundo Mendes, na ânsia de ver as “amostras” das fotos do Prieto,durante o carnaval dos clubes e das ruas...
Xi, turma, essas lembranças tem mais de 40 anos, desculpe-me...
Hoje, as cinzas da quarta-feira, cimentam as vias públicas da santa terrinha, cujos dirigentes, sepultaram o nosso carnaval...


Luiz Gonzaga de Oliveira

O ANIVERSÁRIO (?) DE UBERABA

2 de maio, durante muitos anos, professoras e professores municipais ensinaram que era o dia de aniversário de fundação de Uberaba. Dia em que o pequeno povoado da “Farinha Podre” foi elevado à categoria de cidade. Aliás, os professores(as) das escolas primárias da terrinha jamais ousaram contestar nenhum dos nossos eminentes historiadores a repensar que a data não fosse verdadeira. Era 2 de maio e estamos conversados...

Em 1956, a cidade promoveu grandes festejos que duraram, exatamente, 7 dias para e comemorar o “centenário de Uberaba”, na administração do então prefeito Artur de Melo Teixeira. Formou-se uma íntegra comissão de figuras probas da sociedade uberabense para de forma pomposa, pudesse realizar uma série de programações com o fito, único e exclusivo, de comemorar “tão grata efeméride”, segundo os jornais da época...

O saudoso professor e poeta, Lúcio Mendonça de Azevedo,encarregado de escrever a letra do hino do centenário da cidade, maestro João Vilaça Júnior, incumbido de dar-lhe a corporificação musical; o professor Ervin Puhler , ficou responsável pela criação do “Museu de Uberaba”, entre tantas e tantas solenidades programadas.

Preocuparam-se os promotores do grandioso evento, encontrar alguma fotografia do major Eustáquio da Silva e Oliveira, fundador da cidade para que um busto fosse erguido na principal praça da terrinha, a Rui Barbosa e perpetuar, desta forma, a memória do bravo fundador da terrinha, Uberaba que, em tupi-guarani, quer dizer “águas claras e límpidas”.

Procura-se daqui, procura-se dalí, procura-se acolá e nada de encontrar uma foto do major. Recorreu-se a comissão de festas em vasculhar as igrejas da cidade e região e... nada!Cartórios foram acionados, pesquisados e... nada! Arquivos públicos? Que nada! Nem leve vestígio...Dia 2 de maio de 1956 chegando e como fazer o busto sem nenhum indicativo de como era a “figura do pai d a cidade”?

Malando, boêmio, “bom-vivant”, inteligente que era, uberabense nato, aconteceu o famoso “jeitinho”brasileiro. Dizem os historiadores, pesquisadores, curiosos e até os de “má língua”, que o artista plástico, Ovídio Fernandes, encarregado e contratado para a confecção do busto, teve a “genial idéia”... já que ninguém conhecia nem a foto do major, pediu ao seu amigo, colega de madrugadas, bom pintor de paredes e, nas horas vagas, árbitro de futebol, João de Melo, posasse para ele,de “chapéu bico comprido” e uma farda arranjada a última hora, ficasse estático uma tarde inteira para que pudesse pintá-lo. Ovídio, começou bem cedinho a sua tarefa. Encerrada a”Ave Maria”, o retrato estava “pronto e acabado”. Daí para a forma do busto o tempo foi recorde. No dia 2 de maio de 1956, era inaugurado o “busto de Major Eustáquio”, na praça Rui Barbosa, com todas autoridades municipais presentes, a banda do 4º.Batalhão executando marchas, dobrados e os estudantes as escolas municipais, cantando o hino da cidade! O busto de major Eustáquio, era a”cara” do João de Melo!

Passados quase meio século, vem um “engraçadinho” (que de engraçado não tem nada ), afirmando que a data de aniversário de Uberaba, não era 2 de maio e sim, 2 de março...mudou-se tudo em nome da Exposição de Zebu...


Luiz Gonzaga de Oliveira

O ANIVERSÁRIO (?) DE UBERABA - II

Sérgio Porto, o extraordinário “Stanislau Ponte Preta”, carioca da gema, foi, sem dúvida, o mais irreverente dos cronistas mundanos do Brasil. Escrevendo suas crônicas nos mais importantes jornais do País ( revistas, também..)era o “ malandro” dos cariocas praianos...Gozador emérito, fino e esculachado humor, tudo de esdrúxulo que acontecia no diário guanabarino, ele inseria nas gloriosas páginas dos jornais onde era contratado. Aliás, diáriamente, em qualquer parte do mundo, sempre acontecem as “mancadas”, situações incômodas que até Deus duvida. Tenho comigo que Sérgio Porto, melhor dizendo, Stanislau Ponte Preta, bem que poderia ter nascido em Uberaba, a nossa querida e amada terrinha.Os”causos” que se conhecem na terrinha, são dignas de figurar em qualquer “guinness-book” do mundo! As disparidades incontáveis o cidadão custa a acreditar, acontece.

Toda semana a cidade é pródiga em noticias sensacionais, algumas “cabeludas” até, a começar pelo aniversário de fundação, isto é, dia que o povoado foi guinado a condição de CIDADE ! Desde os tempos saudosos da escola da dona Henriqueta do Rosário, no Cassú,depois a escolinha “Santo Antônio”, grupo “Minas Gerais”,da dona Esmeralda Bunazar, comemorava-se ,no dia 2 de maio, o aniversário de fundação de Uberaba. Sempre li e ouvi e a história conta que o major Eustáquio, ao “baixar” sua barraca nos rincões e férteis terras da “Farinha Podre”, o fizera no comecinho de maio e escolhera o dia 2, como marco de fundação do lugarejo. No Colégio Marista Diocesano, depois na Escola de Comércio”José Bonifácio” e já na Faculdade de Direito do Mário Palmério, continuei sabendo e comemorando o 2 de maio como a data de aniversário da terrinha.. Em 1956, escrevi ontem, a “festança” foi geral. Artur Teixeira ,prefeito, Lúcio Mendonça, escrevendo o hino do centenário, Vilaça Jr,colocando música nele, Erwin Puhler, criando o “Museu de Uberaba” que, até hoje, não sei onde está instalado, banda de música do Batalhão, coro vocal, comandado pela prof.Arahilda Gomes, colégios e escolas municipais desfilando, o povão na praça e a alegria geral! De repente, não mais que de repente, começa a “bagunça”:-“olha, está errada a data de fundação da cidade”. –“Num brinca?” Pois ´, “acharam” nos velhos alfarrábios, escondidos não se sabe onde, que a data, em verdade, é 13 de fevereiro de 1911,quando o Agente Executivo (o Prefeito daquela época),Felipe Achê, “achou” de comemorar a nova data de “criação do distrito”.Depois veio o 22 de fevereiro de 1836.Não parou aí. “Historiadores” mais jovens, “descobriram” outra data:2 de março de 1820, quando a currutela foi elevada à Prelazia, satisfazendo a Igreja Católica...

2 de maio”durou” até 1995.A “caciquelândia” que dominava a cidade à época , não perdeu tempo. A Câmara municipal sempre de joelhos ao Executivo, aprovou a mudança. Afinal, se já era feriado o 1º.de maio e dia 3 começa a Exposição de Zebu, normalmente com a presença das maiores autoridades do país, praquê, feriado dia 2? O “cacique” pediu e a plebe rude,aceitou! Poucos, como eu, gritaram pela tamanha maldade com a cidade...Não adiantou

Como no “Samba do Crioulo Doido”, do Stanislau Ponte Preta, onde a Princesa Isabel cortejou Tiradentes e a Leopoldina virou estação de trem”, em Uberaba, major Eustáquio desposou a Madre Superiora, o capitão Domingos namorou a Maria Carrapato, Borges Sampaio ficou de “olho” na Madre Tereza de Calcutá, a Mogiana passou a ser nome de praça, Frei Eugênio foi ser comandante do Batalhão ,Antenógenes Silva virou regente da orquestra municipal e Joubert de Carvalho, “entrou” no Seminário São José. Daí, nem Freud explica....


Luiz Gonzaga de Oliveira

RAZÕES DO ANIVERSÁRIO (?) DE UBERABA

Continuo a comentar a história do aniversário (?) de Uberaba. Se nem Sérgio Porto, o Stanislau Ponte Preta, conseguiria explicar, imagine se essa confusão de data do aniversário da sagrada terrinha caísse nas mãos de Freud...

Tenho certeza que Freud, na sua mordaz e irônica inteligência, riria de orelha a orelha das trapalhadas e das grandes besteiras cometidas em nome de uma cidade, em outros e saudosos tempos, a principal do Triângulo Mineiro que os ufanistas costumavam catalogar e até escrever, “Mesopotâmia brasileira”. Uberaba, a bem da verdade e atirem a primeira pedra aqueles que não acreditam, era a cidade mais importante no longo caminho percorrido por Bartolomeu Bueno de Gusmão, que os índios na metade do século XIX, chamavam de “Anhanguera”, empunhando com sua comitiva, suas bandeiras saídas dos rincões paulistas à busca do ouro nos sertões inexplorados de Goiás. Uberaba, nessa faixa extensa de terra que começara nas barrancas do Tietê, iria encontrar às margens do Xingú, apesar de todos os percalços a obstacular o caminhos dos “bandeirantes” à procura do ouro, esmeraldas e outras pedras preciosas, aqui no sertão da “Farinha Podre”, fincaram as primeiras raízes de uma civilização que surgiria próspera e altamente bem sucedida...

Verdade histórica seja dita, ninguém em sã consciência, pode precisar a verdadeira data de instalação da primeira Prelazia nessas bandas, com índios, mamelucos, padres e “bandeirantes”. O que se supõe, era uma imprecisão de datas a que todos estavam acostumados. Nada mais que isso..O que causa espanto é querer, respeitando, galhardamente, os historiadores ( do passado e do presente),precisar datas históricas ao bel-prazer dos acontecimentos que o tempo registra.

A vila do “Desemboque”, cantada e decantada em verso e prosa, foi fonte inesgotável do marco da nossa civilização.Citar a primeira sede do Julgado, isto é, da autoridade política e religiosa da época da “Farinha Podre” é público e notório. Todos os historiadores, velhos e jovens, se ocuparam em contar as sagas e versões e não se cansaram em afirmar que o “Desemboque” exerceu forte influência como centro irradiador e expansão populacional. Dalí, floresceram vários povoados em seu derredor: Araxá, Patrocinio, Prata, Uberaba, Sacramento entre outros...

O que me deixa encasquetado como uberabense nato, é essa estúpida série de mudanças de datas de fundação da cidade. Dependendo de” interesses de grupos”, cada um ao seu bel prazer, mostram datas que favoreçam às suas peculiaridades nem sempre honestas. 2 de março, uma (interesses particulares), 2 de maio (descrito como criação de CIDADE), 2 de fevereiro ( porque... sei lá...)22 de fevereiro ( por causa da igreja católica...)A “briga” continua..

O duro é ter que mostrar ( se é que eles tem interesse...)aos “meninos do grupo escolar”, que a santa terrinha, mui amada por todos nós, teve 3 ou 4 datas para se comemorar...Tenho certeza que vai “fundir a cuca” da meninada.´´E muita lenha para o meu velho fogãozinho...

Luiz Gonzaga de Oliveira 

sexta-feira, 3 de março de 2017

Choperia do Mário

     
Interior da Choperia - Foto Antônio Carlos Prata.


Interior da Choperia



                Equipe de profissionais da Choperia           


Curiosidades

A Choperia do Mário separou alguns artigos, curiosidades e imagens sobre vários assuntos do nosso cotidiano.

Entenda de Chopp

Alguns Bares que fizeram a história de Uberaba

Real Academia do Chopp


Bar da Viúva - Vó Maria - Um exemplo de vida


Teve seu início por volta de 1930 como “Confeitaria Vasques”, administrada pelo Sr. Felipe Vasques e sua esposa Maria Ponticcelli Vasques. Na década de 50, com a doença e falecimento do Sr. Felipe, aos 40 anos de idade, sua esposa, conhecida como dona Maria, começou a fazer pizzas e salgados. Como era muito conhecida, os amigos começaram a se referir à Confeitaria como “o bar da viúva do Felipe”, designação que se restringiu, mais tarde, à “Bar da Viúva”. Seus filhos Felipe e Gilberto continuaram ao lado da mãe por mais 40 anos, até o seu falecimento em 1989. O bar ainda manteve as portas abertas até meados de 1994. Além das famosas pizzas, o tradicional chope da Antárctica também era servido.

Dona Maria, a Viúva, sempre morou na casa de sua filha France e seu esposo Hélio, que residiam a duas quadras do bar da Viúva. A proximidade dos locais na Rua Artur Machado facilitava a constante presença da pequena senhora em seu estabelecimento. Seja na cozinha, com as mãos na massa, ou atrás do balcão, administrando o bar, ela se revezava  com os filhos Felipe e Gilberto, cotidianamente.

Dona Maria era incansável: ia para o bar antes das 6 da manhã, não se importando se estava chovendo, fazendo frio, etc.. Fazia as pizzas de manhã até à tarde, tomava banho - nas dependências do próprio bar -, trocava de roupa e  ia para o caixa, lá ficando até às 19:00 horas, nos dias em que Felipe assumia o comando, e até às 22:00 horas, nos dias  do Gilberto. Chegando em casa, ainda fazia crochê até a meia-noite, sempre sorridente, calada e serena. Religiosamente dona Maria seguia sua rotina.

Nem mesma uma erisipela na perna a segurava na cama. Ao acordar pela manhã, como diariamente saía de casa sem fazer barulho algum, sua filha teve, por orientação médica que dar um sonífero à noite, disfarçadamente, para ela perder a hora no dia seguinte e ficar de repouso absoluto. A incansável e sábia senhora foi ludibriada por apenas dois dias: logo descobriu os planos da cuidadosa família sobre o sonífero e não mais o tomou.

A vida da matriarca foi dedicada à família e ao trabalho, e permanece guardada na lembrança dos antigos moradores de Uberaba como a Dona Maria do “Bar da Viúva”, assim como sua inconfundível massa e sabores das pizzas.

Receita da massa de Pizza da Dona Maria.
Ao indagar a filha France sobre a receita da massa, ela disse que a Vó falava que não tinha segredos e a receita era:

"Um tanto de farinha, um tanto de óleo, ovos, um pouco de água, sovar a massa até dar o ponto.... deixar a massa descansar....crescer... cortar e enformar." Pode!!!

Mário Molinar

Endereço: R. Artur Machado, 851 - Centro, Uberaba - MG, 38010-020

Telefone (34) 3332-7671





História de Uberaba

quinta-feira, 2 de março de 2017

Jarbas Leone Varanda com Antuza Ferreira


Fotos raras de Jarbas Leone Varanda com Antuza Ferreira (médium surda-muda), 2 Amigos de confiança de Chico Xavier. Fotos tiradas na casa de Antuza - rua Monte Alverne.


Jarbas Leone Varanda e Antuza Ferreira.
Foto: Autoria desconhecida


Jarbas Leone Varanda e Antuza Ferreira.
Foto: Autoria desconhecida 


Jarbas Leone Varanda e Antuza Ferreir.a.
Foto: Autoria desconhecida 


Homem é o Ruy


Num programa da Rádio Nacional, nos áureos tempos do rádio, um humorista elogiava algum político. E o interlocutor retrucava: “Homem é o Ruy!”, referindo-se ao escritor baiano Ruy Barbosa de Oliveira (1849-1923).


Filho de João José Barbosa de Oliveira e Maria Adélia Barbosa de Oliveira, esse político, diplomata, advogado, orador, jurista, jornalista e poliglota foi cognominado “O Águia de Haia” por sua atuação na II Conferência da Paz, em Haia, em que permitiu à plateia optar pela língua em que ele discursaria.

Foi, por diversos mandatos, deputado pela Bahia e também senador. Combativo na causa abolicionista, preferiu o caminho da honestidade, ao enfrentar os senhores de escravos.

Fundou a Academia Brasileira de Letras, que possui quarenta membros, seguindo modelo da Academia Francesa de Letras. (Tendo ambas como modelo, Edson Prata, José Mendonça e monsenhor Juvenal Arduini fundaram nossa Academia de Letras do Triângulo Mineiro.)

Um parágrafo de um dos discursos de Ruy Barbosa é um convite à reflexão: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”

Homem foi o Ruy. Seu texto continua atual: parece tê-lo escrito como um cidadão que observa, hoje, o comportamento de alguns dos homens públicos brasileiros. Urge que a Justiça brasileira atue, de forma exemplar, para transformar definitivamente esse quadro.

17 de novembro de 2015

Homem é o Ruy
Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

Histórias e Memórias


Sinto-me extremamente honrado por estar nesta casa de ensino e diante de alunos do curso de História, cujo Diretório Acadêmico tem como patrono Orlando Ferreira, o Doca, nosso mais aguerrido escritor. Assim, no dia 17/11/2015, saudei aos participantes do VI Seminário de História da Universidade Federal do Triângulo Mineiro.


Jorge Alberto Nabut, Guido Bilharinho e eu passamos pelo crivo da instituição para coordenarmos mesa-redonda sobre “Histórias e Memórias de Uberaba”. Jorge dissertou com propriedade sobre seus livros: “Paisagem provincial”, “Geografia da Palavra”, “Livro das Chuvas” e “Corredor dos Boiadeiros”. Guido, usando sua maestria, voltou ao passado e discorreu sobre sua obra: “Uberaba, Dois Séculos de História”, de 1800 até 2007. A mim coube explanar sobre o que tenho escrito.

Perfilando-me aos dois confrades sinto o quanto é grande a minha responsabilidade para cumprir com o meu dever de uberabense, que é o de preservar a nossa memória. Sem ela, a memória, ficamos sem rumo e não chegaremos a lugar nenhum. Reforcei em mim esta conclusão, ouvindo universitários e professores naquele memorável encontro.

Fiquei feliz quando soube que a minha escrita, muitas vezes enfocando pessoas valorosas e fatos locais ou regionais, me referendou para que o convite fosse a mim formulado. “Somos abridores de caminhos para a história”, frisou o professor Wagner da Silva Teixeira, coordenador do evento.

Concordo com o mestre.

Brindei aos participantes com o seguinte fato histórico: Dr. José Rodrigues de Resende, então acadêmico de Direito no ano de 1953, na Revista do Estudante - Ano I/jul – número 2, pág. 17, no artigo “Academia de Letras”, conclamou pela primeira vez aos nossos intelectuais de então: “Todos os triangulinos precisam empreender uma destemida campanha em prol da formação de uma sociedade que trabalhe unida e harmoniosamente, em busca de uma academia de letras para esta próspera e acessível zona mineira”.

Ficou lançada a ideia de se criar nossa Academia de Letras do Triângulo Mineiro.

Nove anos depois – 15/11/1962 – nasceu a ALTM pelas mãos de José Mendonça, Juvenal Arduini, Edson Prata e outros intelectuais.

27 de novembro de 2015

João Eurípedes Sabino