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sábado, 4 de março de 2017

O ANIVERSÁRIO (?) DE UBERABA - II

Sérgio Porto, o extraordinário “Stanislau Ponte Preta”, carioca da gema, foi, sem dúvida, o mais irreverente dos cronistas mundanos do Brasil. Escrevendo suas crônicas nos mais importantes jornais do País ( revistas, também..)era o “ malandro” dos cariocas praianos...Gozador emérito, fino e esculachado humor, tudo de esdrúxulo que acontecia no diário guanabarino, ele inseria nas gloriosas páginas dos jornais onde era contratado. Aliás, diáriamente, em qualquer parte do mundo, sempre acontecem as “mancadas”, situações incômodas que até Deus duvida. Tenho comigo que Sérgio Porto, melhor dizendo, Stanislau Ponte Preta, bem que poderia ter nascido em Uberaba, a nossa querida e amada terrinha.Os”causos” que se conhecem na terrinha, são dignas de figurar em qualquer “guinness-book” do mundo! As disparidades incontáveis o cidadão custa a acreditar, acontece.

Toda semana a cidade é pródiga em noticias sensacionais, algumas “cabeludas” até, a começar pelo aniversário de fundação, isto é, dia que o povoado foi guinado a condição de CIDADE ! Desde os tempos saudosos da escola da dona Henriqueta do Rosário, no Cassú,depois a escolinha “Santo Antônio”, grupo “Minas Gerais”,da dona Esmeralda Bunazar, comemorava-se ,no dia 2 de maio, o aniversário de fundação de Uberaba. Sempre li e ouvi e a história conta que o major Eustáquio, ao “baixar” sua barraca nos rincões e férteis terras da “Farinha Podre”, o fizera no comecinho de maio e escolhera o dia 2, como marco de fundação do lugarejo. No Colégio Marista Diocesano, depois na Escola de Comércio”José Bonifácio” e já na Faculdade de Direito do Mário Palmério, continuei sabendo e comemorando o 2 de maio como a data de aniversário da terrinha.. Em 1956, escrevi ontem, a “festança” foi geral. Artur Teixeira ,prefeito, Lúcio Mendonça, escrevendo o hino do centenário, Vilaça Jr,colocando música nele, Erwin Puhler, criando o “Museu de Uberaba” que, até hoje, não sei onde está instalado, banda de música do Batalhão, coro vocal, comandado pela prof.Arahilda Gomes, colégios e escolas municipais desfilando, o povão na praça e a alegria geral! De repente, não mais que de repente, começa a “bagunça”:-“olha, está errada a data de fundação da cidade”. –“Num brinca?” Pois ´, “acharam” nos velhos alfarrábios, escondidos não se sabe onde, que a data, em verdade, é 13 de fevereiro de 1911,quando o Agente Executivo (o Prefeito daquela época),Felipe Achê, “achou” de comemorar a nova data de “criação do distrito”.Depois veio o 22 de fevereiro de 1836.Não parou aí. “Historiadores” mais jovens, “descobriram” outra data:2 de março de 1820, quando a currutela foi elevada à Prelazia, satisfazendo a Igreja Católica...

2 de maio”durou” até 1995.A “caciquelândia” que dominava a cidade à época , não perdeu tempo. A Câmara municipal sempre de joelhos ao Executivo, aprovou a mudança. Afinal, se já era feriado o 1º.de maio e dia 3 começa a Exposição de Zebu, normalmente com a presença das maiores autoridades do país, praquê, feriado dia 2? O “cacique” pediu e a plebe rude,aceitou! Poucos, como eu, gritaram pela tamanha maldade com a cidade...Não adiantou

Como no “Samba do Crioulo Doido”, do Stanislau Ponte Preta, onde a Princesa Isabel cortejou Tiradentes e a Leopoldina virou estação de trem”, em Uberaba, major Eustáquio desposou a Madre Superiora, o capitão Domingos namorou a Maria Carrapato, Borges Sampaio ficou de “olho” na Madre Tereza de Calcutá, a Mogiana passou a ser nome de praça, Frei Eugênio foi ser comandante do Batalhão ,Antenógenes Silva virou regente da orquestra municipal e Joubert de Carvalho, “entrou” no Seminário São José. Daí, nem Freud explica....


Luiz Gonzaga de Oliveira