terça-feira, 27 de junho de 2017

PADRE THOMAZ DE AQUINO PRATA

   Thomaz de Aquino Prata
      Thomaz de Aquino Prata, o padre Prata, será homenageado pela Revista Memória Viva, do Arquivo Público de Uberaba, que voltará a circular. A homenagem é um reconhecimento ao padre, que tem uma história de vida marcada por amor ao próximo, dedicação à igreja e às lutas sociais. O lançamento está previsto para 2015.
“Achei importante reativar este projeto e a primeira pessoa que pensei foi o padre Prata, que tem uma história linda de vida. Ele lutou muito contra a Ditadura Militar. Vamos lançar a revista no primeiro semestre do ano que vem e também pretendemos lançar o projeto com as pessoas que já se foram, pois é importante fazer este registro”, comentou Marta Zednik, superintendente do Arquivo Público.
O jornalista Walter Farnezi é o responsável por escrever a história de um dos padres mais conhecidos de Uberaba. Segundo ele, 70% da obra já está pronta. “O que era uma revista, acabou se tornando um livro. É uma narrativa, onde vou inserindo os originais dos escritos dele”, explicou.
O jornalista também adiantou um dos pontos da biografia do padre que desperta admiração. “Ele convivia com o lado conservador da sociedade e, ao mesmo tempo, ele tinha dedicação exclusiva de vanguarda e avanço para a sociedade moderna, além de um senso muito forte pela solidariedade humana”, revelou Farnezi.
Padre Prata contou como reagiu ao receber a notícia de que vai estar na próxima revista. “Fiquei surpreso, pois jamais esperava receber uma homenagem assim. Os que foram homenageados até hoje mereciam”, disse.
O padre e professor também é escritor e já publicou 10 livros. Ele também se destacou pelo engajamento nas questões políticas e sociais. A partir da década de 50, a participação em grupos da Juventude Católica e o posicionamento nas missas levaram o padre a ser perseguido e vigiado durante a Ditadura Militar. “Eles gravaram 12 pregações minhas e até hoje não sei como. Fui julgado, detido, me levaram para o quartel e respondi 10h de inquérito sentado em um tamborete. Foi a primeira vez que experimentei a tortura psicológica”, desabafou.
Prestes a completar 92 anos, padre Prata conta que é feliz. O caminho para chegar a essa idade é se alimentar bem, fazer atividade física, ocupar bem o tempo e se divertir. No caso dele, a paixão é a pescaria. Padre Prata também revela que o exemplo de amor ao próximo veio antes da vida sacerdotal, que aprendeu em casa, com a mãe. “Hoje tenho muitos amigos, tenho consciência de não trair minha vocação, não manchei o nome da igreja”, finalizou.
Fonte – G1 Triângulo Mineiro